sexta-feira, 29 de dezembro de 2006
"Bonzinhos"
A mídia e a imprensa foram unânimes em aplaudir as iniciativas dos dois jogadores, alegando que "se os governantes não fazem nada, alguém tem que fazer", "são exemplos para a sociedade", "eles ganharam dinheiro e estão devolvendo para a comunidade".
Concordo que qualquer ato de ajuda aos mais necessitados é louvável num país de desigualdades tão grandes como o Brasil.
Mas estamos na era do futebol como negócio. Dizer que Ronaldinho e Edmílson são bonzinhos é sinônimo de ingenuidade.
Em primeiro lugar, o nome das centros educacionais levam estampados (com letras garrafais), em suas fachadas, os nomes dos "heróis". Se eles são companheiros de clube, por que não uniram forças e fizeram um único centro com sede em dois lugares? Ou melhor, por que não se aliaram a Raí e Leonardo na Fundação Gol de Letra para poderem atingir mais do que cerca de 3 mil crianças, somando as duas cidades?
Projetos de extensão da minha universidade, que contam com verbas mil vezes menores, conseguem atingir mais do que 3 mil pessoas.
Por que chamaram toda a imprensa? Porque não são bobos. A imagem deles está em jogo, ainda mais com a fama de "bonzinhos" que vão passar a ter.
A grana que esses caras gastaram para fazer centros como esses não é nem um décimo do que eles vão ganhar com os comerciais que vão fazer em decorrência desse ato de benevolência.
Sem contar que ambos jogam no Barcelona e são patrocinados pela Nike, que, como todos sabem, explora mão-de-obra barata (muitas vezes infantil) em países asiáticos.
O ex-jogador Élber (que defendia o Cruzeiro) sempre ajudou uma instituição na sua cidade Natal, Londrina. Ele desenvolveu projetos com os clubes europeus pelos quais passou para que eles ajudassem a instituição (que não se chama Centro Élber ou algo do tipo) e pediu colaboração da prefeitura local.
Élber não chorou, não chamou toda a mídia mundial, não fez comercial, não foi para a Copa.
Mas ele sim, fez sua parte.
Ronaldinho e Edmílson também estão fazendo suas partes: estão ganhando dinheiro.
Primeras impresiones
Montevideo eh puta, mas uma puta cidade linda. Predios antigos conservadissimos, mesclado com construcoes modernas. Tudo muito limpo e como ja disse, conservado. Nada de transito infernal, o negocio parece fluir muito bem - apesar de estarmos no verao, periodo em que a cidade fica mais vazia segundo o que li.
A Ciudad Vieja eh puta lugar animal, com varios barzinhos e predios super antigos. A Plaza da Independencia que marca a entrada da Ciudad Vieja tem uma puta estatua gigante de San Artigas, heroi nacional, num cavalo. Puta coisa linda.
Falando em praca, isso eh outro fator positivo. Montevideo tem varias pracas, todas muito bem conservadas e aconchegantes. Soh ontem vi umas cinco, sendo que em uma delas eu parei pra ler e jogar meu diabolo. Isso que eh planejamento urbano.
As pessoas de Montevideo tambem sao muito mais bonitas que no Brasil, pelo menos em Sao Paulo. Pode parecer uma especie de racismo de minha parte, mas acho que isso se deve pela baixa misceginazacao da populacao, nao sei.
A noite, na avenida 18 de Julio (tipo a Paulista de SP soh que menos movimentada) rolou um desfile. Perguntei pra uma mulher do que se tratava e ela disse que era um desfile de carnaval pra jovens, e que o carnaval pros adultos acontece em fevereiro. Pois bem.. nunca vi nada tao tosco e desconexo. Eram varios blocos de criancas e adolescentes pintados e fantasiados, separados por uns 50 metros um do outro. Cada bloco tinha seu proprio carro de som. Havia um bloco que tocava bateria em ritmo de samba, outro de um pessoal pintado e batendo palma e tentando animar as pessoas qeu assistiam, outro de um pessoal com lacos, sempre com uma coreografia tosca e sem graca. Sei la, a parada durou bastante, tipo umas 4 horas. Tinha uns 50 blocos. Mas muitoo, muito tosco, desconexo, sem ritmo e sem graca. Mas a galera curtia.
Encontrei uma brasileira na lan house depois que tambem achou o desfile tosco. Era engracado ver o pessoal tocando samba sem ritmo e as menians dancando samba rebolando sem nenhuma ginga. Eh ai que voce lembra do Brasil e nota que o que parece normal pra voce eh na verdade de melhor qualidade
Uma coisa foda pra mim nesses primeiros dia eh na hora de se comunicar. Sempre preciso pedir pra pessoa repetir mais devagar, as vezes ate mais de uma vez. Isso incomoda muito, mas eu tenho nocao de que o processo eh assim mesmo. Uma situacao inusitada aconteceu durante esse desfile. As bordas das ruas eram todas contornadas de cadeiras, onde o pessoal sentava. Eu peguei e sentei tambem. Dai passou 3 homens com papeis na mao falando com as pessoas. Eu achei que eram vendedores e quando eles falaram comigo, eu apenas disse "no tengo (dinheiro)". O cara entao me mandou sair da cadeira, soh que eu nao entendi, e peguei uma cadeira qeu tava no chao e coloquei na calcada. Dai ele fez uma cara de bravo e veio falar mais de perto comigo. Eu vi que tinha algo errado e perguntei se eu nao podia sentar ali. Ele disse que era preciso pagar pra sentar. Fiz a classica cara de bunda e sai fora.
Nao vejo a hora de comecar a fazer as aulas de espanhol que vim pra fazer, pra ver se meu espanhol deslancha. Acho que as comecarei a partir soh do dia 2. Ateh la, creio que continuarei a levantar as 14h, assistir CNN espanhol, andar pela 18 de Julio e brincar com meu diabolo nas pracas de Montevideo.
Em breve, fotos e videos ein.
A fama e o dinheiro
Sempre que se fala da Globo na universidade surgem ataques tão pesados que acabam perdendo a credibilidade e se transformam em teorias conspiratórias; e, na mesma medida, estudantes que estão no jornalismo por status e não com algum interesse de informar bem a sociedade e que defendem o canal com unhas e dentes.
Se o cara escolheu jornalismo, ele tem que ter uma noção de que não é uma profissão qualquer. Influencia diretamente a vida das pessoas.
Não há problema nenhum em trabalhar na Globo se você não se sentir ferido ou humilhado pela linha editorial de alguma forma. O problema é que 50% dos ingressantes do curso e jornalismo querem ser William Bonner e Fátima Bernardes.
A fama e o dinheiro podem ser conseqüências do trabalho realizado em alguma empresa, mas não o intuito do jornalista.
Chamem-me de utópico, mas se você quer ser rico e famoso, vá ser ator (da Globo, de preferência), não jornalista.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
Mais do que generalizações
A primeira delas é o livro "Capão Pecado" de Ferréz. Não vou fazer considerações sobre o estilo do autor, sobre o modo como ele faz a narrativa ou sobre o jeito que ele escolheu para construir seus personagens, pois, independentemente dessas questões, o livro deixa você pensando sobre a periferia e a merda toda que acontece por lá.
Capão Pecado traz várias histórias de pessoas que moram em Capão Redondo, sempre rodeadas de assassinatos, drogas, bebidas e sexo.
A segunda obra é o filme "Edukators". Também não vou me ater a detalhes do filme. Basicamente se trata de 3 jovens que têm atitudes revolucionárias contra o sistema.
Qual é a relação entre eles? O "Capão Pecado" ataca a classe média. No livro, parece que o povo da periferia tem um ódio tão grande dos playboys que não sonha em chegar em um nível social igual ao deles, parece que a grande vontade dos pobres é vencer a disputa com os playboys, exterminá-los.
Em "Edukators", os jovens revolucionários têm o mesmo preconceito descrito no livro de Ferréz, só que com relação aos ricos. Após seqüestrarem um milionário, eles começam a conviver com ele e enxergam o ser humano que vive por baixo dos milhões de euros.
Ferréz tenta sempre mostrar que a maioria do pessoal da periferia é gente boa, mas generaliza totalmente em relação à classe média. Tem muita gente querendo ajudar os mais necessitados? Tem. Assim como tem muita gente que só quer ganhar dinheiro.
Também é comum entre os jovens de classe média que querem mudar alguma coisa ter ódio mortal dos mais ricos. Assim como Ferréz, esquecem-se de que existem seres humanos.
Óbvio que a tática do crime organizado não respeita os seres humanos. Eles querem mesmo é deixar os "cidadãos de bem" totalmente desnorteados, para que não tenham a menor segurança e o medo se espalhe.
Mas em época de ataque a inocentes é bom um alerta para evitar preconceitos contra pobres (dizem que a culpa da onda de violência é deles) e contra os ricos (a elite branca de Lembo). Sabemos que essa questão é bem mais complexa do que as generalizações.
Uruguai
O hotel onde estou é podre, mas bem podre, mas nem sofro. Depois vou postar umas fotos e uns videos aqui.
Bom, vou dar um role, depois escrevo mais daqui.
domingo, 24 de dezembro de 2006
Há alguns anos...
Neste mesmo dia 24 de dezembro, só que há alguns anos, eu passei o natal na companhia de meus parentes que moram em São Paulo. Fizemos a ceia na casa dos meus avós paternos, no bairro do Bosque da Saúde.
Como toda a criança de classe média do sexo masculino, nascida em meados dos anos 80 e "educada" pela televisão, eu era viciado em seriados japoneses.
Changemen, Flashmen.... e, obviamente, Jaspion.
Talvez por "lutar contra o mal" sozinho, ele despertasse mais admiração em mim do que os demais seriados.
Nos intervalos comerciais havia propagandas de brinquedos do Jaspion.
Máscaras, uniformes, bonecos, quebra-cabeças, etc... mas uma coisa me fascinava de maneira especial: a espada.
Na minha cartinha ao Papai Noel, portanto, constavam a espada e o boneco.
Chegou o grande dia. Minha família e eu nos deslocamos para a casa dos meus avós. Eu, minha irmã e minha prima ficamos esperando a tarde inteira pelo momento em que, de noite, o Papai Noel chegaria e entregaria os nossos presentes.
Depois da ceia, os adultos nos convenceram a esperar pelo bom velhinho no quarto, com a porta fechada. Concordamos.
De repente ouvimos barulhos externos. Fomos correndo até a porta de entrada da casa. Os presentes estavam lá! O Papai Noel realmente trouxe os presentes!
Enaquanto eu abria meu primeiro presente (um aleatório binóculos do Rambo), meu pai e meu tio chegaram da rua surpresos. Justamente na hora em que eles saíram o Papai Noel passou.
Havia um grande pacote! Só podia ser, tinha que ser... e era! A espada!!!
Não era uma espada comum, ela brilhava no escuro! Então os adultos decidiram apagar todas as luzes para que eu tivesse meu momento de glória com minha espada.
"Vai Albertinho! Liga a espada!", disse minha mãe.
Eu liguei, apertei o botão. Contemplei o brilho vermelho das bolinhas precorrendo toda a superfície plástica da espada. Era mágico!
Os adultos gritaram, fizeram festa e eu fiquei muito feliz. Por mim eu deixaria a luz apagada para sempre, mas os adultos acenderam a lâmpada.
Tirei o dedo do botão. Olhei para a espada. As luzes continuavam a piscar. Apertei, tirei o dedo de novo e as luzes continuavam a piscar.
"Albertinho, pode desligar a espada", disse minha mãe.
"Não dá", respondi com uma voz meloncólica, já beirando o choro. Não podia ser, o presente quebrou no momento em que eu brinquei com ele pela primeira vez! Será que eu apertei com força? Será que já estava quebrado? Será que tinha conserto? Por via das dúvidas, abri o berreiro no mesmo instante.
Do céu ao inferno no simples apagar e acender das luzes.
Foi triste, mas foi marcante. Eu tinha 5 anos.
sexta-feira, 22 de dezembro de 2006
No trem
Finalmente voltei para minha cidade natal, cujo nome é idêntico ao meu apelido em Bauru: Suzano.
Para ir de Bauru para Suzano é preciso pegar o ônibus Bauru-São Paulo, depois andar de metrô da estação Palmeiras/Barra Funda até o Brás, embarcar no trem até Guaianazes, fazer baldeação para outro trem, para, finalmente, chegar à cidade das Flores (é o apelido da minha cidade).
Como peguei o ônibus de Bauru para São Paulo às 5 da tarde, imaginei que não haveria muitas pessoas na estação, o que seria perigoso.
Porém, como viajei no dia 21 de dezembro, muitas pessoas estavam fazendo compras de Natal na capital paulista.
Entrei no segundo vagão do trem.
Já havia me esquecido como uma sardinha enlatada se sente.
Eu, com uma enorme mala pesada e com uma mochila igualmente repleta, estacionei no meio do vagão. Não havia muito espaço.
Tive que “montar” na minha mala para dar lugar às várias pessoas que entravam no vagão.
Como a viagem é longa, resolvi ler o livro que levava na mochila. O Vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan (o tio do Marlon).
Muitas pessoas conversavam, outras reclamavam do aperto, um grupo de meninas falava alto, gritava o nome de um tal de Dodô e gargalhava.
Eu já estava com vontade de mandar as meninas calarem a boca.
Reparei que eu cutucava as costas de duas pessoas com a capa dura do livro. Pedi perdão.
Bom, percebi que minha mala, minha mochila e a capa dura do meu livro poderiam estar incomodando mais do que os gritos de gralha das meninas.
Continuei a ler.
O trem parou na estação Corinthians/Itaquera. Mais gente entrou.
Eu me espremi mais ainda. A tendência era piorar.
Um sujeito, que entrou no vagão naquele instante, observou a difícil situação de todos e soltou a pérola que me fez dar uma gargalhada e ficar com um sorriso até chegar em Suzano:
“Mas que povo unido!”
terça-feira, 19 de dezembro de 2006
Absurdo
Mas, mesmo entre eles, existe uma unanimidade.
Todos dizem: "Vocês têm que ler!"
Isso é óbvio, mas é função deles nos incentivar.
Terminou o semestre e eu fui alugar alguns livros na biblioteca, já que pretendo escrever um projeto de iniciação científica nas férias para tentar enviá-lo à FAPESP; e também queria ler alguma literatura.
Para minha surpresa, o pessoal da biblioteca fez uma coisa, no mínimo, absurda.
Eles cancelaram a renovação pela internet!
Justamente nas férias! No período em que temos mais tempo livre para ler!
Ou seja, se você quiser alugar um livro durante as férias, você precisa ir até a biblioteca com o livro e sua carteirinha. Impossível.
Eles alegaram que alguns alunos estavam fraudando o sistema.
Tudo bem. Eles precisam arrumar o sistema.
Mas precisava ser justamente na época em que todo mundo tem tempo para ler?
Como disse o Daniel Gomes, neste artigo enviado ao Jornal da Cidade, a biblioteca travou todo o tipo de pesquisa na Universidade.
Por causa de meia dúzia de inconseqüentes (os que fraudaram o sistema) o pessoal da biblioteca ferrou a Universidade inteira.
Palhaçada.
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
De moralismo isso não tem nada
Depois de inúmeras acusações e evidências de compra de votos de parlamentares, depois de milhões de reais em verbas públicas desviados da Saúde, depois de vários acordos políticos pra salvar deputados suspeitíssimos, depois de tanta corrupção trazida à tona (já que antes ela ficava mais escondida), eis que:
Câmara e Senado fecham acordo para elevar salários para R$ 24.500
Nada mais, nada menos que um aumento de 91% nos salários dos deputados federais e senadores, que eram de R$12.847,00. Não foi nem correção inflacionária não, foi aumento real mesmo.
Parafraseando Heloísa Helena, senadora do PSOL, único partido que foi contra à essa manobra, "é preciso muito óleo de peróba mesmo pra esse pessoal".
Segue abaixo a lista dos caras que votaram a favor do aumento. Depois procuro a justificativa utilizada por eles e posto aqui.
Aldo Rebelo (PC do B-SP)
Renan Calheiros (PMDB-AL)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Jorge Alberto (PMDB-SE)
Luciano Castro (PL-RR)
José Múcio (PTB-PE)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Miro Teixeira (PDT-RJ)
Sandra Rosado (PSB-RN)
Coubert Martins (PPS-BA)
Bismarck Maia (PSDB-CE)
Rodrigo Maia (PFL-RJ)
José Carlos Aleluia (PFL-BA)
Sandro Mabel (PL-GO)
Givaldo Carimbão (PSB-AL)
Arlindo Chinaglia (PT-SP)
Inácio Arruda (PC do B-CE)
Carlos Willian (PTC-MG)
Mário Heringer (PDT-MG)
Inocêncio Oliveira (PL-PE)
Demóstenes Torres (PFL-GO)
Efraim Moraes (PFL-PB)
Tião Viana (PT-AC)
Ney Suassuna (PMDB-PB)
Benedito de Lira (PL-AL)
Ideli Salvatti (PT-SC)
quarta-feira, 13 de dezembro de 2006
A Saga do Google
Pois bem, como eu disse num coment, o professor não aceitou o abaixo assinado e nós fizemos os trabalho.
Para conferir o resultado final do trabalho do meu grupo, basta clicar aqui.
domingo, 10 de dezembro de 2006
Domingão, ler jornal.
Agora com as férias de volta, voltei com um dos meus hábitos preferidos: ler jornal. Domingão, eu, como sempre, lendo o caderno de Esportes em primeiro, topo com a coluna semanal de Juca Kfouri. O cara sempre manda bem nos seus textos, sou leitor assíduo de seu blog, mas desta vez o cara foi além. Em pouco mais que 3000 caracteres, teve a a maior sacada crítica que vi nos últimos tempos. Juca mandou tão bem, mas tão bem mesmo, que seu texto mereceu até uma cópia na íntegra neste blog.
É pra ler, reler, e depois passar pros amigos.
Cidadãos de segunda classe
DESCULPE, AMIGO , mas você não passa de um cidadão de segunda classe.
Se não for de terceira. De segunda, certamente, se votou para reeleger o presidente da República, a prefeita de São Paulo, que não levou, e o partido do governador do Estado.
Governador que já escolheu o famoso ninguém para o Esporte, como é tradicional, alguém sem nenhuma ligação com a área, apenas um político, de um partideco. Cidadão de terceira se, além do mais, você for torcedor do Corinthians ou do Palmeiras.
Porque nem os mais elementares de seus direitos como um simples habitante de uma grande cidade são respeitados e você não tem feito rigorosamente nada para mudar tal estado de coisas.
O que permite que se diga que você merece o apagão aéreo, as inundações, a falta de segurança, a falta de gols (no caso de torcer para um dos dois times citados) e a miséria que nos cerca.
Você merece ficar duas horas dentro de um carro, blindado, é claro, para ir do centro ao bairro na hora do pico, ou da chuva. Você colabora, com sua passividade bovina, para as filas intermináveis, o amontoamento de gente (gado?) e a nenhuma informação confiável nos aeroportos, apesar do preço salgado das passagens.
Você que nasceu em berço de ouro, sempre fez todas as refeições, comeu de garfo e faca, foi à escola, particular até o colegial e, quase certamente, à universidade pública, merece, ô se merece. Porque ninguém se indigna, ninguém nem sequer levanta a voz diante de uma "otoridade". Não precisa quebrar nada, mas, ao menos, protestar.
Fazer como, por exemplo, fizeram cerca de 50 mil torcedores do Bahia que tomaram a praça Castro Alves para exigir a renúncia de toda a diretoria do clube. Ou vaiar o cara que você encontra no restaurante.
Lembra do que fizeram os argentinos, não faz muito tempo, quando resolveram dar um basta? Não houve quem esquentasse a cadeira na Casa Rosada. Mas você, você não. No máximo você diz que o Brasil é uma merda, como se isso fosse novidade.
E o presidente da República diz que a saúde pública é nota quase 10; o governador fala que o Estado nunca esteve tão seguro, e o prefeito diz que jamais alguém fez tanto pela cidade, que só de piscinões... Para não falar, é claro, do ministro que garante que o controle aéreo brasileiro é modelar, homem desses que desmoralizam completamente a honestidade.
Ou do presidente do clube que se alia a mafiosos, rompe com eles não pelos melhores, mas pelos piores, motivos e ainda esconde da torcida que a parceria está morta e sepultada, por envenenamento. Ou do ex-presidente que derrubou seu time para a segunda divisão e quer voltar na eleição de janeiro. Desculpe, amigo, mas você de cidadão não tem nada.
De que adianta comprar esta Folha, se informar e, depois, babar? É babar aquela baba bovina a que Nelson Rodrigues se referiu. OK, você pode dizer que o mesmo acontece com este que vos escreve, reação boba, mas natural.
Só que, ao menos, o escrevinhador berra, sangra as mãos na ponta da faca, defende-se na Justiça dos bandidos que ataca. E você faz o quê? Conhece o Estatuto do Torcedor, o Código de Proteção ao Consumidor, o Civil, o Penal? Conhece não. Já leu a Constituição? Seja franco: já leu? Sabe de seus direitos e obrigações? Sabe nada.
Amigo, desculpe, mas você é um cidadão de segunda. Ou de terceira.
sexta-feira, 8 de dezembro de 2006
A história de como me tornei Bulhões
Na verdade, a idéia não é falar só sobre 'Bulhões', mas também de todos os outros nomes e apelidos pelos quais sou e fui chamado nos últimos 20 anos. O legal é que cada nome remete a uma etapa da minha vida ou a um círculo de convívio diferente.
Começaram me chamando de João Ricardo, logo quando nasci. Era o nome do baterista do Secos e Molhados, segundo o meu pai (ainda bem que não me chamo Ney). Meu pai também logo desde cedo acostumou-se a me chamar de Johnny, mas só quando não era pra dar bronca.
No Bom de Bola, escolinha de futebol onde marcava cada golaço, me chamavam de Joãozinho. Outro dia me chamaram por esse nome de novo, na Unesp mesmo, um camarada de Rio Claro.
Na Inglaterra, 1998, era foda. Som nasal não existe lá. E era um tal de 'joáo', 'joe', jou', zôao'. Mas João que é bom, assim certinho, só o professor de música conseguia mandar.
No Brasil de novo, conheci o Mirc. Meu nick: AirJohnny. E a febre desse programinha de bate-papo se espalhou por Rio Claro. Virei AirJohnny, Air, e Johnny de uma vez só. Mas daí venho o MSN, faliu o Mirc, e agora, de verdade, só o Johnny se consolidou, aquele que começou com meu pai lá na minha infância. Mas o engraçado é que anteontem uma amiga de Mirc em uma festa me chamou de Air, e hoje, um amigo também de Mirc me chamou de AirJohnny. Foi nostálgico.
Passei no vestiba, e na faculdade virei Bulhões, graças a uma imitação minha em uma apresentação de trabalho. Pois em Bauru sou Bulhões, em Rio Claro sou Johnny ou Jão.
E ainda tem o Giovanni da minha vó.
Enfim, a questão é que essa história toda é só mais um dos indícios de que a fase adulta está cada vez mais presente, e a infância, cada vez mais pra trás...
segunda-feira, 4 de dezembro de 2006
A história de como me tornei uma trave
A camiseta é nova e bonita, por isso tomo bastante cuidado com ela.
Só lavo na mão.
Bom, mas como eu tenho uma enorme preguiça de lavar roupa, eu deixei a camiseta no cesto de roupa suja por cerca de 1 mês e meio.
No último domingo resolvi lavá-la. Como o sol estava forte, ela secou em pouco tempo.
Eu ia ao circo com minha atual namorada. Resolvi usar a camiseta do Palmeiras.
Chegamos ao circo, esperamos na fila e nos acomodamos.
O espetáculo estava muito engraçado. Os palhaços eram muito bons.
Após uma apresentação de trapezistas, os palhaços entraram no picadeiro com roupas de jogadores de futebol.
Pegaram uma bola e jogaram na cabeça de integrantes da platéia.
Foi então que um dos palhaços olhou para o Zé Lele (meu bixo que estava sentado ao meu lado) e mandou ele subir no picadeiro.
Eu murmurei no ouvido da Tati (minha namorada): "Sorte que você trocou de lugar com ele". A Tati não gosta de muita interação com os palhaços.
Quando eu ainda falava no ouvido da minha namorada, ouvi o apito do palhaço.
Olhei para frente. O dedo do palhaço apontava para mim.
Fazer o quê? Fui.
Subi. O palhaço mandou que eu ficasse parado. Ele zuou o Palmeiras (isso era óbvio), pegou uma fita crepe e enrolou meu cabelo inteiro (eu estava com rabo de cavalo).
Então ele levou a fita para o outro lado (onde o Zé Lelé se encontrava) e amarrou o bixo.
Fizemos o papel de trave para as criancinhas chutarem a bola.
Sorte que nenhuma bola bateu na trave.
Fiquei parado, suando, amarrado, zuaram meu cabelo, meu time... mas eu gostei!
Segundo a Tati, eles só me chamaram porque eu estava com uma camisa de time de futebol.
Pode ser.
Pelo menos recebi uma salva de palmas e até um reconhecimento público (um tiozão me cumprimentou após o espetáculo "E ae artista!!")
OBS: O circo é o Roda Brasil.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2006
...mas como tenho cabelo comprido...
As mulheres passam lápis, blush, chapinha, rímel, brilho e outras mil coisas.
Tenho uma enorme preguiça de fazer a barba mais do que uma vez por semana.
Quando eu vejo que ela já está crescidinha, costumo pensar: "até que ficou bom assim."
Mas, como tenho cabelo comprido, minha namorada disse que eu fico com cara de "hippie".
Se deixo a barba crescer mais ainda, meus amigos dizem que fico com cara de "mendigo".
Então resolvo cortar a barba.
Aí começam a dizer que, como tenho cabelo comprido, fico com cara de "mulher".
Decidi deixar a barba crescer, mas cortar só o bigode.
Mas, como tenho cabelo comprido, fiquei com cara de "metaleiro".
Bom, se eu deixasse só o bigode iriam dizer que tenho cara de "mexicano"; se deixasse as costeletas iriam dizer que tenho cara de "Elvis", se deixasse só o cavanhaque iriam dizer que pareço "gay" e se deixasse só o bode (barba só no queixo) iriam dizer que pareço o Lalas.
Agora, se o meu cabelo não fosse comprido eu não iria parecer com nada disso.
Mesmo assim vocês não me vencerão.
Já disse e repito: não vou cortar o meu cabelo (pelo menos não em 2006).
terça-feira, 28 de novembro de 2006
Atestado de "coxisse"
Eu, particularmente, gosto da aula e da matéria.
O sistema de avaliação da disciplina conta com uma prova e um trabalho.
A prova foi entregue na última segunda-feira.
O trabalho deve ser entregue no próximo dia 7.
Porém, algumas pessoas da minha sala resolveram criar o atestado de "coxisse"
O atestado consiste em fazer uma espécie de abaixo assinado para pedir para o professor que simplesmente esqueça do trabalho.
Qual é o motivo?
Disseram que é um protesto, pois ele pediu o trabalho muito em cima da hora.
Também foi dito que ele não deu nenhum atendimento e não se sabe como fazer o trabalho e que este trabalho não iria acrescentar em nada no nosso conhecimento.
Soubemos que teríamos que fazer o trabalho no primeiro dia de aula.
Já houve perguntas sobre como o trabalho deve ser e o meu grupo, pelo menos, já sabe como vai fazer.
Mas vocês podem dizer: ah, é porque o Suzano gosta da aula.
Amigos, mesmo se a aula e a matéria fossem a pior bosta do mundo, mesmo se o professor não desse texto, mesmo se não discutisse, mesmo se o professor não tivesse a menor didática do mundo...mesmo assim eu posso aprender ao fazer o trabalho.
Além do mais, eu estou na universidade pública para aprender. Quem sou eu para saber se o trabalho não vai acrescentar nada?
O pessoal quer ir embora para casa mais cedo e inventou o atestado de "coxisse"
Hoje tive muita vergonha da minha sala.
Assassino?
Estava na faculdade e passei no mercado para comprar pão.
Comprei mil coisas e esqueci do pão.
Mas eu tinha minhas preciosas bolachas! Quem precisa de pão?
Estava eu tomando meu leitinho e comendo minhas bolachinhas, quando um dos meus companheiros de república (o Wally) chegou em casa.
Ele abriu a porta da cozinha e sentiu um cheiro horrível de coisa podre.
Colocamos o lixo fedido (acho que era carne estragada) para fora e vimos que o chorume (é assim que se escreve?) nojento estava espalhado pelo chão.
Wally começou a limpar a área.
De repente ele viu que havia um passarinho atrás do lixo.
Ele espantava o bicho, mas o bicho continuava imóvel.
Cotuquei ele com o rodo. Continuou imóvel.
Wally limpou a área e deixou o bixo lá.
Ficamos com dó e com nojo (passarinho já é um bicho que transmite doenças e este, em especial, tinha "tomado banho" de chorume).
Então (como o nojo foi mais forte do que o dó) eu varri o passarinho para o quintal esperando que ele se recuperasse e voasse para o céu estrelado (ai, ai).
Acordei hoje de manhã.
Ele estava morto.
Sim, havia alguns bichinho comendo os restos mortais do pobre pássaro, mas creio que o cheiro de bicho morto vai voltar.
Só que com um agravante - a culpa.
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
O início da velhice
Mas no primeiro ano é melhor. Festa todo o final de semana, churrasco, luau, etc.
No segundo você começa a sossegar um pouco (pelo menos foi assim comigo).
Você começa a ficar velho.
"Olha o farelo em cima da mesa";
"Não deixa a luz acesa";
"Tá na hora de limpar o banheiro";
"A conta de água veio muito cara";
"Essa panela de feijão está cheia de bichos";
Você se pega falando coisas que os seus pais falavam para você.
Definitivamente, o segundo ano é o ínício da velhice.
quinta-feira, 23 de novembro de 2006
É lei da física.
Como já falei no meu post anterior, o maior mal de um universitário atarefado é ser enrolado. Mas refletindo melhor nos últimos dias, concluí que esse lance de ser enrolado não necessariamente implica em fracasso. É mais em sofrimento. E explico porque.
Conversando ontem com um amigo meu filósofo, de nome Gabriel Leite, chegamos a um feliz questionamento: alguém de nós dois conhecia uma pessoa que, mesmo tendo 2 dias pra fazer um trabalho final de semestre e tendo a intenção de faze-lo, não conseguiu entrega-lo e passar de ano?
É claro que voce vai varar madrugadas adentro, escrever as coisas mais sem nexas da história, encher linguiça até não poder mais, mas ali, no limite, voce vai estar no xerox imprimindo seu trabalho, 10 minutos antes da aula.
Os exemplos que vejo com cada vez mais frequência, como meu colega de casa que ficou 48 horas direto e mesmo assim só foi imprimir o trabalho depois que aula já tinha começado há 1 hora e meia, me fazem acreditar cada vez mais na idéia de que por mais na merda que voce esteja, por menos tempo que voce dispõe pra fazer um trabalho, voce sempre irá entrega-lo, mesmo que completamente nas coxas, e irá ser aprovado.
Ou seja, pelo menos pra entrega de trabalho, creio que não há mais nada verdadeiro que a seguinte frase que alguns dizem por aí:
"No fim, tudo dá certo. Se não deu, é porque ainda não chegou no fim"
Rodinhas
É legal ficar horas falando sobre aquele jogo de mil novecentos e bolinha em que o time do seu coração aplicou uma goleada de 4 x 0 sobre o maior rival.
É legal falar sobre os jogos da rodada, o golaço, o frango, etc.
Mas parece que são sempre as mesmas pessoas falando as mesmas coisas.
São opiniões "concertezistas" sobre coisas que são totalmente subjetivas.
O juiz marcou um pênalti e o cara fala "certeza que foi comprado", "é um larão", etc.
São só palpites.
Noutro dia vi alguns conhecidos meus numa rodinha pouco usual: o tema era política.
Mas parecia uma rodinha de futebol, ou seja, opiniões "concertezistas" sobre assuntos sobre os quais as pessoas têm um conhecimento mínimo.
Exemplo: "O PMDB quer isso, se aliar com os mais fracos para ter uma base forte e poder negociar uma fatia de poder, você acha que eles são bobos?"
Essa afirmação pode até estar correta, mas a questão é que a pessoa tem pouco embasamento para dizer coisas desse tipo. É o mesmo que dizer que o juiz era ladrão.
O agravante da roda de política era que, além de discutirem temas muito superficialmente, havia o aspecto "cult", como se dissessem: " veja, nós somos inteligentes, discutimos política".
Rodinhas de futebol e rodinhas de política: a mesma bosta
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
A história de um 10 não merecido
A professora que deu aula para a minha turma era meio rabugenta, mas eu gostava da matéria e achava que ela ensinava bem, apesar de muitos dizerem que a aula dava sono.
Ela iria dar uma prova sobre um livro que o aluno poderia escolher (havia uma lista de cerca de 12 livros).
Escolhi “O Caso Moral”, de Rubem Fonseca. Como nem eu nem a biblioteca da UNESP tínhamos o livro, tive que comprar (não me arrependi).
A professora também iria dar um trabalho. Escolhi o tema “Esperanto” (aquela língua criada para ser universal).
Como minha tia Isabel e minha avó Maria de Lourdes estudam esperanto (sim, com 82 anos minha avó ainda estuda), elas fizeram a gentileza de enviar o material didático pelo correio.
Eu já tinha lido o livro e o material já havia chegado pelo correio quando aconteceu:
A professora pediu licença.
Ou seja, a matéria foi adiada para o semestre seguinte (este em que me encontro atualmente) e a professora que começou a ministrar essa matéria não daria mais aula para a minha turma.
O professor que a substituiu era esforçado.
Mas era muito cursinho, meio palhaço, enfim...
...eu sei que não é a melhor coisa a ser feita, mas perdi totalmente a vontade de prestar atenção nas aulas.
Tirava um xerox de vez em quando, zuava bastante nas aulas, esse tipo de coisas.
O professor deu uma prova e um trabalho.
O trabalho tinha que ter 8 páginas (eu acho). Enchendo muita lingüiça, eu consegui completar o mínimo necessário.
Faltando 1 dia para a prova eu tirei xerox das folhas do caderno de minha amiga Carol e estudei.
Resumindo: tirei 10.
Não sei se eu dei sorte na prova ou se o professor gostou do título do meu trabalho (um trocadilho com o artigo que ele tinha mandado ler e o nome do professor).
O fato é que eu preferia ter tirado um 7 e ter feito a matéria direito, com uma prova sobre “O Caso Morel” e um trabalho sobre Esperanto (atividades que certamente iriam necessitar de grande reflexão e conseqüente aprendizado), do que ter tirado um dez tendo aprendido pouca coisa.
domingo, 19 de novembro de 2006
O mal do século
Cansei de deixar de adiantar vários deveres nas manhãs que durmi até meio-dia. Cansei de chegar atrasado em aulas nas manhãs que levantei às 8 e meia. E não são aulas só da faculdade não, o que é pior.
Poxa, cansei de deixar de fazer vários programas interessantes e legais por não ter saco pra acordar minimamente cedo.
Mas, sabem, o mais legal de tudo, é que eu nunca desisto. Sempre tenho a esperança de que irei acordar no horário que me programei. Agora mesmo to programando o celular pra despertar às 9 da manhã dum domingo, sendo que agora são 2 da manhã do sábado. É igual com salada. Sempre no refeitório teimo em colocar aquele monte de mato no prato, mesmo sabendo que vou jogar quase tudo fora. A questão é: quem sabe um dia não desperta em mim aquele desejo repentino por beterraba? Alguém já falou desse lance de Perseverança, e parece que não é difícil de assimilar não.
Enfim, acontece que comigo não é só preguiça de acordar não, antes fosse. É preguiça de arrumar o quarto, aliás, de não desarrumar o quarto, preguiça de dobrar e guardar a roupa usada e não simplesmente arremassa-la pra qualquer canto, preguiça de lavar a louça depois que usou e evitar o Monte Everest na sua pia, preguiça de pegar uma caneta no estojo que esta dentro da sua bolsa, ao invés de pedir emprestado pra alguem que está do outro lado da sala só porque mexer a boca é menos cansativo que mexer o resto do corpo.
Mas é como falei ali em cima, eu não desisto e com sorte nunca desistirei.
Pois bem, seguindo outra das minhas filosofias, penso que devemos sempre nos consolar de nossas imperfeições olhando pra baixo e agradecendo que não estejamos em pior situação (e isso é sério). E aí que entra meu caro irmão. Não que ele seja tão mais preguiçoso que eu, ele até tem as manhas de acordar cedo facinho, mas se liguem no fundo de tela do computador dele.
Que eu fiz há 3 dias.
Valeu irmão!
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
Suzano, eu escrevo com imagens
Mas também foi legal beber chimarrão, derreter de calor de dia e congelar à noite, ver o Arbex detonando numa palestra e ver meu amigo com caganeira entrar no banheiro feminino enquanto o dono do restaurante, puto, ficou reclamando, hahahahahaha.
Ah, mas teve muitas outras coisas mais.
Estatísticas
Às vezes, no meio de uma situação aleatória, eu começo a pensar nas estatísticas mais bizarras do mundo.
Como assim? Vou dar 3 exemplos:
1) Estou assistindo ao noticiário na TV. O jornal termina e o apresentador diz “boa noite”. Eu mostro o dedo do meio. A partir desse instante eu penso: “Quantas pessoas que estão assistindo a esse programa fizeram o mesmo ato que eu?”
2) Estou caminhando na calçada cantarolando a música “Is Very Nice Pra Chuchu” dos Mutantes. Quando canto o refrão, penso: “Quantas pessoas estão andando na rua e cantarolando is very nice pra chuchu, babyyy?”
3) Quando penso em alguma dessas estatísticas bizarras, outra pergunta surge na minha cabeça: “Quantas estão fazendo essas perguntas bizarras nesse exato momento?”
Tomara que até o fim da minha vida inventem uma maquininha de “IBOPE” de pensamento. Ia ser muito legal. Imaginem:
1) 324.267 pessoas mostraram o dedo do meio para o apresentador do jornal.
2) 5 pessoas estão caminhando na rua e cantando is very nice pra chuchu, babyyyy.
3) 1 milhão de pessoas estão fazendo perguntas bizarras neste exato momento.
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
A. Cerri, o cronista
Na verdade eu pensava em fazer Publicidade, mas como só prestei USP e UNESP optei por Jornalismo na Unesp, já que não tinha Publicidade.
Mas durante o ano de 2004 (em que eu fiz cursinho) vi que Jornalismo tinha mais a ver comigo.
Passei na Unesp e fui morar em Bauru.
Quando minha avó Maria de Lourdes soube que eu estava fazendo Jornalismo, ela ficou deslumbrada com a possiblidade de ver seu querido netinho escrevendo crônicas.
Em toda conversa que a gente tinha a respeito do meu curso, ela me perguntava:
"E as crônicas? Está escrevendo?"
Eu desconversava, dizia que na faculdade não se aprendia a escrever crônicas (o que não deixa de ser uma verdade).
Resumindo: estou no final do segundo ano e acho que escrevi 2 crônicas.
Mas pensando bem, apesar de ser uma coisa mais rápida e muito menos elaborada, o exercício deste blog não deixa de ser o mesmo de se fazer uma crônica.
Pensando assim, já escrevi mais do que 2 crônicas.
Não nutro esperanças de realizar o sonho humilde de minha avó (a maioria das avós quer que o neto jornalista substitua o William Bonner), já que para ser um cronista ou colunista de um jornal, o cara tem que ter geralmente entre 40 e 60 anos e muita bagagem.
O blog basta.
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
Sadismo divino
Acho que pelo fato de estarmos num mundo capitalista, temos a sensação de que até para entidades superiores temos que oferecer algo em troca da "graça" ou "milagre" obtido.
Ou talvez nós pensamos que as entidades superiores são sádicas.
Elas ficam lá no céu se masturbando quando vêem um pobre coitado que viu o seu time ser campeão depois de 20 anos de fila subindo 200 lances de escadas, de joelhos, enaltecendo a superioridade divina.
É praticamente uma coisa sexual, extremamente sado-masoquista.
Mas no calor do desespero, um tapinha não dói.
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Uma boa troca
Na verdade eu estava assistindo a mais um filme tosco sobre a época da ditura ("Cabra Cega") com a minha namorada.
A história não estava muito boa.
Após uma cena tecnicamente pífia, ela me convenceu a trocar de filme. Ainda bem.
Troquei um filme um pouquinho melhor que "De Passagem" (um dos piores filmes que eu já vi - e olha que ganhou vários prêmios) por um dos melhores filmes que eu já vi.
The Wall é um disco do Pink Floyd misturado com um filme feito exatamente para o disco.
"Mas você não gosta de musicais!" diriam os que me conhecem.
"The Wall" definitavamente não é musical. É como se fosse um clipe de uma hora e meia, mas extremamente complexo.
Ao mesmo tempo que te deixa viajar na poesia da letra misturada com as imagens, ele segue uma história. Ele te dá uma liberdade, mas há um fio condutor, como disse a Tati.
Existem vários temas importantes abordados. Psicológicos e políticos.
Gostei muito.
Claro que é muito difícil de se realizar uma obra dessas. Não é para qualquer um.
Mas gostaria de ver mais filmes desse tipo.
Sei que existe um CD de Chico Buarque chamado "Ópera do Malandro" que, se não me engano, era uma peça de tetro.
Fora isso não conheço mais nada.
Fica a dica. Deixem sugestões.
segunda-feira, 6 de novembro de 2006
"É tudo filha da puta"
Geralmente as músicas que têm palavrões são meio bestas.
Muitas delas são bem clichês.
Reclamam dos políticos, de relacionamentos amorosos que deram errado, da desigualdade social.
Não vou entrar no mérito da questão se as letras são feitas para vender ou não.
O fato é que o palavrão é uma das melhores formas de expressar a revolta ou aliviar a tensão que sentimos.
Querendo ou não, dá um clima diferente quando o vocalista berra com as veias saltando pela garganta um "filha da puta".
Às vezes você nem sabe o que a letra fala, se ela é contra suas idéias e princípios.
Não importa, você grita "filha da puta" com toda a força de seu ser.
sexta-feira, 3 de novembro de 2006
Carlos Chagas e a Reforma Política
Carlos Chagas fazia um comentário sobre a possibilidade de Reforma Política durante o governo Lula.
Segundo Chagas, o presidente considera prioritária a Reforma Política.
Mas o comentarista da JP crê que o PIP (Partido do Interesse Pessoal) vai prevalecer.
A reeleição dificilmente vai acabar, pois a maioria dos parlamentares almeja repetir o mandato.
Fidelidade partidária todo mundo quer, mas sem perder o mandato caso bata uma vontadezinha de mudar de partido.
Voto distrital só com parlamentarismo.
Votação em lista, só os caciques dos partidos querem, pois eles é que vão elaborar as listas.
Ou seja, segundo Chagas, dificilmente a Reforma Política vai sair.
Eu votei em Lula porque acredito que é o candidato que olha mais para o povo. Acho que esse já é um motivo suficiente para escolher o voto num país de disparidades tão grandes como o Brasil.
Mas não acho que ele vai ser a solução.
Meu pessimismo diz que pouca coisa vai mudar.
Uma das minha maiores esperanças era a Reforma Política, pois acompanhei uma palestra do professor Brasílio Sallum Jr., da USP, que esclareceu os grandes problemas do sistema político atual.
Tomara que Carlos Chagas esteja totalmente enganado.
quarta-feira, 1 de novembro de 2006
Prepare-se para o vício
INSANIQUARIUM
Segundo o Russo, o jogo mais viciante da história.
O objetivo é alimentar os peixinhos.
Parece besta, mas você certamente irá perder boas horas na frente da tela do seu computador.
domingo, 29 de outubro de 2006
A dura realidade
Estávamos na sala das reuniões de pauta conversando com o Coordenador de Reportagem da rádio quando um dos nossos professores (o Dino) fez a seguinte pergunta:
"O estudante chega bem preparado quando consegue um estágio na rádio?"
A reposta foi algo do tipo:
"Definitivamente não. Nós aplicamos uma prova para selecionar os alunos. De 500 candidatos apenas 3 entram. A maioria dos meninos só sabe de futebol. As meninas gostam um pouco de cultura. De política e economia que é bom, ninguém sabe nada".
O professor Dino fez outra pergunta:
"O fato de os alunos não ouvirem muito rádio dificulta o trabalho?"
"Além de não ouvirem rádio eles nem lêem jornal.", respondeu o Coordenador.
Quando estávamos voltando para Bauru, Dino dirigiu a palavra a mim:
"Lembra do que eu falei na primeira aula, Cerri? Se você não ouve rádio, não lê jornal, não gosta de política nem de economia vá prestar outro vestibular".
Procuro ler jornal pelo menos duas vezes por semana. Ouço a rádio Jovem Pan AM todos dias quando acordo. Gosto de política, mas não gosto de economia.
Que medo de ficar desempregado.
PS: Falando em rádio, ouçam os jornais da Rádio Unesp Virtual, da qual eu participo.
quinta-feira, 26 de outubro de 2006
"Corta esse cabelo!"
Fui para Ilha Solteira no Festival de MPB.
As atrações principais foram Nação Zumbi e Cordel do Fogo Encantado.
Tenho cabelo comprido.
O que isso tem a ver?
Se eu não tivesse cabelo comprido, os shows (principalmente o do Nação) não seriam tão bons.
Talvez as mulheres não percebam, mas mexer a cabeça com muito cabelo faz diferença.
Não sei se é o peso ou o simples fato de você saber que o seu cabelo está se mexendo ou ver um monte de fios desgrenhados balançando diante dos seus olhos.
A verdade é que é muito mais legal.
Sempre me perguntam por que eu não corto meu cabelo.
Eu gosto dele. Não tenho vontade de cortar.
Mas um dos principais motivos é:
Ter cabelo comprido num show é muito mais legal.
sábado, 21 de outubro de 2006
Felipe Massa é destaque; PSDB, não.
Como já disse aqui algumas vezes, minha simpatia pelo PT é muito grande, o que faz com que minhas teses sempre tendam a defender o lado do partido. O que não quer dizer, entretanto, que elas não estejam devidamente fundamentadas e não tenham valor considerável. Pois bem.
Hoje foi um dia que o sãopaulino Felipe Massa conquistou o primeiro lugar no grid de largada pro GP do Brasil. Nada mais natural que essa seja a principal notícia, pelo menos, da hora. Sites do UOL, Terra, iG e Estadao destacavam como manchete da primeira página o feito do piloto brasileiro. Mas os sites da Folha e da Globo não, e aí que entra o mote de texto.
Antes de o treino classificatório para o GP do Brasil começar, as manchetes eram outras. Mas primeiro falo de um acontecimento de hoje de grande interesse jornalístico. O dia começou com uma revelação bastante forte a respeito do caso da máfia dos sanguessugas. Segue um trecho de uma notícia retirada do site da Globo:
"DARCI VEDOIN CONFIRMA QUE ABEL RECEBIA PROPINA DE SANGUESSUGAS
O empresário Darci José Vedoin confirmou na sexta-feira (20) à Justiça Federal de Cuiabá (MT) que Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (governo Fernando Henrique Cardoso), era o articulador da liberação de recursos de emendas parlamentares no Ministério da Saúde para a compra de ambulâncias superfaturadas, segundo o procurador da República Mário Lúcio Avelar.
Para facilitar a liberação de recursos, Abel Pereira recebia o equivalente a 6,5% do valor de cada uma das ambulâncias vendidas a cerca de 500 prefeituras entre 2001 e 2002. Naquele período, Barjas exerceu primeiramente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. Na seqüência, assumiu o posto de ministro, no lugar de José Serra, governador eleito de São Paulo (...)"
Em outras palavras, estava ali uma forte e comprometedora acusação de envolvimento do PSDB no caso da máfia dos sanguessugas revelada por nada mais nada menos que um dos mentores do esquema. Era uma notícia que compromete fortemente o PSDB.
E qual foi o tratamento dado pelos grandes portais de notícia a respeito do assunto?
Segue as primeiras manchetes dos principais sites de notícia brasileiros, antes do fim do treino classificatório do GP Brasil
UOL: Darci Vedoin confirma envolvimento de Abel com sanguessugas
Folha: Alckmin cobra explicações sobre origem do dinheiro do dossiê
Estadão: PF aponta ex-assessor de Lula como responsável por operação dossiê
Globo: Vedoin confirma que Abel recebia de sanguessugas
Terra e iG também não destacaram a acusação de envolvimento do membro do PSDB no caso, mas não me recordo do texto exato das manchetes dos sites de aquele momento.
Dos 6 grandes sites de notícia, apenas 2 deram destaque em suas manchetes da primeira pagina para a revelação de Vedoin.
As perguntas que ficam agora: a mídia dá tratamento igual para o PT e PSDB? E se fosse uma acusação nova e grave contra o PT, como seria a repercussão?
A mídia está sendo isenta nessas eleições? Com quantas rodadas de antecipação o São Paulo será campeão brasileiro?
O poder do mito.
É interessante o poder que a televisão tem de tornar uma pessoa, por mais simples que seja, em um 'mito'. Não estou falando, obviamente, de grandes mitos, mas de uma certa áurea que faz com uma pessoa se destaque muito mais que as outras.
Na palestra de ontem (ou anteontem, já que já passou da meia-noite) ocorrida na minha faculdade, dada pela Soninha Francine, ex-MTV, atual ESPN Brasil, colunista da Folha, blogueira e vereadora de São Paulo, pude perceber com mais atenção um pouco do efeito que o mito exerce sobre o público.
Quando a Soninha falava de uma história familiar a todos, pipocavam na platéia comentários a respeito do assunto. Se a Soninha estivesse falando sobre a final da Copa 2002, por exemplo, surgiam comentários como 'nossa, o Ronaldo destruiu naquele jogo', 'aquele jogo foi foda mesmo', 'e o frangão do Oliver Kahn, ein?'. Parece besteira isso que relato, mas, pra mim, é uma das maiores demonstrações de quanto a Soninha gozava de prestígio perante o público - a ponto de sua fala fazer com que todos tenham que parecer que estão interagindo com o assunto tratado. Mas é uma coisa puramente insconsciente.
Não poderia deixar de destacar, é claro, a maravilhosa pessoa que a Soninha demonstrou ser, como sempre pude perceber, uma mulher com uma baita visão de mundo, idéias super progressistas, sem preconceito, super cuidadosa em emitir opinião, despojada de ínumeras coisas, comportamento não-conformista. Pra mim a Soninha é exemplo de jornalista, mulher, pessoa, política, tudo, e isso colaborou muito para o respeito dos espectadores perante ela.
Mas no fim, a Soninha é uma pessoa muito simples, sem nenhuma pompa de nada, como qualquer outra. Talvez seja essa sua diferença.
terça-feira, 17 de outubro de 2006
Viva o rato
É horrível.
Parece que o tempo voltou à era do MS-DOS.
Você precisa decorar um monte de atalhos ou ficar meia hora apertando o TAB ou o ALT ou o CRTL para chegar no lugar que você quer.
Pouco tempo depois de ter o desprazer de ter o mouse do meu computador pifado, eu li um texto para a faculdade que falava do cara que inventou o mouse.
Segundo o texto, além do mouse, ele inventou a interface.
Se não fosse ele, você estaria vendo uma tela cheia de quadradinhos, uns brancos e outros pretos. Ou seja, linguagem binária.
O mais interessante foi que, ao inventar o mouse e a interface, ele distanciou o ser humano da máquina por um lado (nós não sabemos usar o código binário - a linguagem mais direta), mas aproximou o ser humano da máquina por outro lado (lidar com o computador ficou muito mais fácil).
Paradoxal, não?
O nome do cara que inventou o bendito rato foi Doug Engelbart.
domingo, 15 de outubro de 2006
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Encontre os times
A partir dos desenhos você deveria descobrir o nome de bandas.
Pois é, para a minha felicidade, a revista Placar fez uma ilustração do mesmo estilo, só que com times de futebol.
São 30 times brasileiros e 20 times internacionais.
Divirta-se.
E caso consiga achar todos os times, mande uma e-mail para a revista Placar.
quarta-feira, 11 de outubro de 2006
Sejamos razoáveis
"Perto do Lula, o Maluf é peixe pequeno".
Meu Deus.
Maluf esteve no poder por vários anos.
Construiu várias obras.
A grande maioria delas (para não falar todas) foram superfaturadas.
Ou seja, o cara passou a vida inteira roubando.
Foi um dos poucos políticos que foi preso e todo mundo viu.
Claro que Lula e o PT falharam na questão ética.
Mas para chegar no nível de Maluf, Lula teria que reencarnar mais umas 2 vezes.
Por favor amigos, sejamos razoáveis.
terça-feira, 10 de outubro de 2006
A questão da "pírula"
Mas é impressionante o jeito como julgamos ou somos julgados por cometer algum deslize (principalmente quando se é estudante de jornalismo).
Eu achava que "em cima" se escrevia da seguinte forma: "encima".
"Que absurdo! Que burro!"
Tinha um amigo meu que falava "pírula" em vez de "pílula".
O problema é que só pelo fato de escrever errado ou falar errado não quer dizer que você seja burro ou coisa parecida.
Mas nós julgamos ou somos julgados como se fôssemos os burros mais asnos da face da Terra.
Você aprendeu errado, provavelmente quando criança, e ninguém nunca o corrigiu.
Você viveu feliz até o dia da grande descoberta.
O mundo inteiro fala "pílula".
Só você fala "pírula".
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
Na próxima encarnação quero nascer jogador
É verdade.
Eu estava vendo os gols da rodada do fim de semana pela televisão.
Quando uma seqüencia de 3 belos gols foi transmitida, a seguinte frase foi inevitável:
"Eu queria ser jogador".
Imagine a explosão de felicidade ao marcar um gol.
Nem precisa ser em jogo decisivo. Só a sensação de balançar as redes deve ser perfeita.
Lembro-me até hoje das batalhas épicas que travei nos campeonatos da escola. Dos gols. Das defesas. Das derrotas. Das vitórias.
Se fazer um gol num campeonatinho escolar já é um êxtase, imagine num campeonato profissional.
Na próxima encarnação quero nascer jogador.
sexta-feira, 6 de outubro de 2006
Tendência ao isolamento
É a melhor aula do semestre.
Em uma das quintas-feiras , Negrão desabafou:
"Minha tendência é o isolamento. Ninguém gosta da música que eu gosto. Nego só quer conversar sobre bobagens. Não consigo conversar com niguém direito. Até na universidade é difícil encontrar alguém que tenha um papo interessante. É foda bixo".
Um silêncio tomou conta da sala. A aula acabou.
Uma das alunas se levantou, foi para a frente da sala.
"Então pessoal, vamos decidir a formatura. O preço vai aumentar para 2100 reais..."
Aquela frase sepultou a última esperança do pobre professor, que saiu da sala cabisbaixo levando sua maleta e seus livros.
quinta-feira, 5 de outubro de 2006
quarta-feira, 4 de outubro de 2006
Escolha infelizmente coerente
Candidatos exóticos conseguiram se eleger.
Não considero tão absurda essa escolha de boa parte da população. Chega até a ser coerente.
A grande cobertura que a mídia deu aos escândalos do governo Lula ajudou a enraizar ainda mais o velho clichê: "políticos são todos iguais".
Se todos são iguais, o cidadão pouco instruído pensa: "Por que não votar em Clodovil? Ele não vai fazer nada. Mas os políticos que eu elegi na outra eleição não fizeram nada e ainda roubaram".
Se a maior parte da população não sabe sequer a função do cargo de deputado, como exigir um senso crítico e uma postura reflexiva na hora de escolher o candidato?
Como os pobres não têm nem idéia do "significado de protesto" do voto nulo, eles acabam votando nos exóticos.
E agora nós sustentamos o Clodovil.
terça-feira, 3 de outubro de 2006
Pensamento enquanto perco meu horário de almoço escrevendo uma porra de um texto
sábado, 30 de setembro de 2006
Olhos menos utópicos
Foi algo do tipo:
“Nós precisamos lutar pelos nossos direitos. Aqui em Brasília nós conseguimos fazer com que todos os carros parem para os pedestres atravessarem a rua na UnB. Foi uma vitória nossa.”
Quando o palestrante proferiu as palavras acima nós não acreditamos na veracidade delas.
Nos olhamos com aquelas caras de “até parece, isso aqui é Brasil, meu filho”.
Mas era verdade.
Passei a olhar a cidadania com olhos menos utópicos.
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
Violência
Minha casa sofreu uma tentativa de assalto e furtaram a bicicleta que estava na garagem.
Um dos meus companheiros de república foi assaltado e perdeu o celular e a carteira.
Furtaram 80 reais da bolsa da minha namorada, na faculdade.
Dois assaltantes levaram o carro da minha mãe (com a bolsa e alguns documentos dentro).
Minha mãe e o vice-diretor da escola dela sofreram tentativa de assalto (no mesmo dia em que roubaram o carro dela).
Tudo isso aconteceu em um espaço de cerca de 5 meses.
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Ode ao mito
Inigualável foi composta em homenagem a Rogério Ceni, por Jair Bloch.
Ouça-a aqui.
Agora, o mais importante:
SEGUNDA-FEIRA, ÀS 10 E MEIA, NA CULTURA, ROGÉRIO MITO CENI SERÁ O ENTREVISTADO NO RODA-VIVA.
Não vou perder nem por 1 churros de chocolate.
domingo, 17 de setembro de 2006
Dica do MZ pra otimizar sua navegação na internet
Não deixa de ser uma aplicação do conceito de Jornalismo Participativo, que pode ser mais lido aqui.
Bom mesmo, não deixem de dar uma olhada.
Ouvi Dizer
Eu Curti
Rec06
Visto no Meio Bit.
quinta-feira, 31 de agosto de 2006
Ética, moral e aliens
Ele explicou a diferença entre ser ético, fazer ética, ser moral, imoral e amoral.
Coisas das quais realmente todos deveriam ter uma noção.
Mas o que mais me intrigou foi o momento em que ele expôs uma teoria (não me lembro de quem).
Segundo essa teoria nossa sociedade era constituída por uma linha ética e por padrões morais determinados.
Como quebrar esses padrões?
Segundo a teoria, melhor do que um revolucionário cheio de argumentos seria um “alien”.
Um cara que vivesse numa boa e que, sem perceber, fizesse propaganda do seu estilo de vida. Algo como hippies ou o povoado de Canudos.
A sociedade mudou e, com a globalização, os “aliens” têm lugar na sociedade.
Ou seja, cada vez fica mais difícil de se mobilizar a sociedade como um todo.
Os argumentos desse post não estão muito embasados.
Mas o que esse episódio me fez pensar foi o fato de não ser necessário um cara que levante trocentas bandeiras e lute por quinhentos ideais para mudar alguma coisa.
Basta ele colocar em prática o que defende.
Pena que esse “basta” não é tão simples assim.
terça-feira, 29 de agosto de 2006
Declaração de Voto II
Presidente
Até outro dia eu ia de Lula. Achava melhor que o governo tivesse continuação, além da simpatia que tenho por Lula e pelo PT*. Mas depois de ver as entrevistas e a participação da Heloísa Helena em debates, e ver o Lula fugir deles** (assim como nosso amigo Serra), meu voto mudou pro PSOL. Mesmo que muitos tenham a idéia SIMPLISTA E CÔMODA de ela ser uma 'tresloucada', vi em suas exposições uma pessoa muito segura, lúcida e firme em suas propostas. Acho que o PSOL vai tomar o lugar do 'PT da oposição' no futuro. Também conta minha simpatia por partidos de esquerda (sem ser os 'extremistas', como PSTU, PCO etc...
No fim, acho que votarei nela por saber que ela não vai ganhar. No segundo turno (se houver), vou de Lula.
Governador
Provavelmente Mercadante, mas no debate da Band entre governadores de anteontem, chamou atenção ao meu companheiro de casa (aquele que passa atrás de mim neste vídeo) o Plínio Arruda Sampaio, do PSOL. Meu pai também vai votar no Plínio (e olha que ele odeia o PT e vai anular o restante). Vou prestar mais atenção nesse cara. Ah, e ainda tem o Cláudio de Mauro, do PV, ex-prefeito da Nova York do ano 3000, minha cidade, mas acho que nem vira.
Senador
Suplicy, simplesmente por ouvir de todo mundo que ele é bom e por ele ser uma figura simpática e do PT.
Deputado Federal
Soninha, conforme este post aqui.
Deputado Estadual
Não faço idéia. Dizem que devemos votar em deputados estaduais de sua região (até pra federal dizem isso), mas por qual razão? Pra trazer benefícios pra região? Deputados não são eleitos pra legislar em nome do bem público? Devo votar na legenda, provavelmente no PT.
*Apesar de muitos agora imputarem ao PT o estigma de 'corruptos, mentirosos arrogantes', idéia gerada pela maneira como crise foi tratada pela imprensa (não me entendam mal, não acho que houve golpismo da imprensa não) continuo votando neles. Eu quero que Zé Dirceu, Genoíno, Palocci, Silvio Pereira, Delubio Soares e muitos outros vão para a casa do chapéu, mas tenho convicção de que a maior parte do partido é formada por MUITA gente boa e bem intencionada como expliquei neste post aqui.**Em um futuro post, falarei sobre a ética dos políticos, aquela que justifica certas atitudes como se ausentar de debates, fazer coligações alienígenas etc.
segunda-feira, 28 de agosto de 2006
Esdrúxulo
Falamos vários nomes estranhos e demos muitas risadas.
Mas quando foi determinado que João seria um nome comum e Hemingarda seria um nome esdrúxulo?
Imagine que estranho seria se um dia você dissesse que seu nome é João e todos morressem de rir.
Poderia ser assim, mas (não se sabe o por quê) não é.
domingo, 27 de agosto de 2006
Em quem votarei nas próximas eleições
Governador: Quércia
Senador: Suplicy
Deputado Federal: Enéas
Deputado Estadual: Ademir da Guia
Olha como eu sou democrático
Pelo menos eles escrevem bem.
Agora, se quiserem rir, também adicionei o Eu odeio o Galvão Bueno. Não é tão engraçado como na época da Copa, em que o Galvão narrava (e falava merda) todos os dias, mas a coisa movimenta, principalmente de domingo. Olha essa que tirei de lá:
Burti falando: "E vem o Kubica pra cima do Webber, acho que passa."
Galvão: "Acho que não passa, vamos ver."
Amigos, o que vocês acham que aconteceu? Quem será que acertou?
Galvão: "É...ele passou"
Aposenta, Galvão!!!
AHAHAHAAHAHAHAAHAHAHAAHAHAHAAHAHAHAAHAHAHAAHAHAHA
sábado, 26 de agosto de 2006
Assumiu, tem que cumprir.
Como já manifestei em post anterior, não tenho simpatia alguma por quem é do PSDB – e reitero que é pura questão de simpatia e não de discordância de ideologia, como a boa conduta manda.
E Serra é do PSDB, por isso sou suspeito em falar sobre ele. Mas vejam bem.
Entre outras coisas, sei que ele já foi deputado federal, senador, ministro do Planejamento e da Saúde na gestão FHC, além de exercer o cargo de prefeito da cidade-sede do tricampeão do mundo por 2 anos. Não saberia avaliar nenhuma de suas atuações nos cargos citados, e nem citar seus principais feitos, com exceção de quando foi titular da pasta de Saúde, sua grande vedete, e com razão.
Quando de uma conversa com o meu camarada Andrei Formiga, que trabalha no verão pra sobreviver no inverno, o palavrório convergiu, não sei por qual razão, para Serra.
Disse Andrei: “minha tia tem uma empregada cujo filho tem AIDS. E sabe quanto ela paga pra comprar os remédios pra ele? Nada, porque o José Serra quando ministro da Saúde quebrou a patente que envolvia a fabricação deles. Como o custo de produção dos remédios é barato, o governo pode bancar sem maiores prejuízos”.
O ato de quebrar a patente que envolve a fabricação de um produto pode ser chamado de tudo menos de uma atitude neoliberal. Pra quem prega que o PSDB é um partido neoliberal, Serra foi justamente na contramão dessa linha, quando julgou que a atitude era benéfica para o interesse público. O cara peitou as poderosas fabricantes de remédios, levou o caso pra Organização Mundial do Comércio, e conquistou essa preciosa vitória
Às vezes isso pode parecer pouca coisa, mas vejam a desgraça que é a AIDS na África, que dizima populações inteiras. Pra constar, se não me engano, o Brasil é o país em que um portador do vírus da AIDS possui a melhor assistência médica, graças a Serra. Totalmente excelente, mesmo.
Pois aí que chegamos ao clímax desse texto.
Por mais louvável que foi a atitude de José Serra em quebrar as patentes dos remédios pra combater a AIDS, por mais competente que ele tenha sido nos outros cargos que eu não soube falar a respeito, NADA, e repito, NADA justifica sua atitude de lançar candidatura agora, já que o mesmo José Serra assinou um documento, registrado em cartório, em 2004, se comprometendo a não deixar o cargo de prefeito no meio do mandato para concorrer nas eleições deste ano.
Isso é o cúmulo da falta de palavra de um homem público. Serra enganou seus eleitores ao dizer que não deixaria a prefeitura de São Paulo no meio. Só esse motivo já é o suficiente para não votar nele. Isso é totalmente inaceitável, principalmente por conta do momento que o país vive, muito graças a outros mentirosos do PT e dos outros partidos.
A não ser que você siga a linha do “Mente mas faz”, que lembra muito o “Rouba mas faz” de outros tempos, você não vota nele, assim como eu não vou votar.
PERÓBA NELES
Algumas considerações
- será que os blogs vão influenciar nas eleições brazucas? Nos EUA, de acordo com Alex Castro, eles influenciaram.
- eu não sou de fazer isso, mas neste endereço aqui, tem uma suposta cópia do documento que o Serra assinou. Pesquisei no site da Folha, mas não encontrei nada que confirmasse que se tratasse de uma cópia original. Portanto, ela pode ser falsa.
- nesta entrevista aqui, Serra afirma que não assinou nenhum documento, mas que apenas assumiu o compromisso numa entrevista. Mas em quase todas as notícias que li na internet, sempre é citado que Serra assinou sim um documento registrado no cartório. Será que é criação de fato consumado da mídia ou o Serra que tenta desconversar? Pra mim, é desconversa.
- pesquisando na net, encontrei que essa prática é muito popular (o que não quer dizer que seja aceitável). Maluf parece que já fez isso. Tarso Genro também, só que sem o lance de registrar no cartório. Mentira do mesmo jeito.
quinta-feira, 24 de agosto de 2006
Contra a opressão blogueira
Na minha opinião, frases curtas e ágeis devem dar a tônica em um blog.
Cabe a cada um gostar ou não.
Mas o nosso amigo J.Silva achou que eu deveria entrar em mais blogs para ver se eu absorvo um pouco da lingugem de blogs vigente.
Eu entro em blogs e vou continuar entrando.
Mas não para mudar o meu modo de escrever ou de emitir opiniões.
É mais provável que eu entre nos blogs para aprender a fazer diferente deles (na parte da linguagem).
quarta-feira, 23 de agosto de 2006
Quanta gente criativa e engraçada.
Só ainda não sei porque não me chamaram de Mel Gibson.
Alguém aí tem mais sugestões?
Minha barba
terça-feira, 22 de agosto de 2006
O que você Faria?
Aconteceu em Bauru, no dia 16/08/2006.
O candidato a deputado estadual pelo PDT, Faria Neto, teve sua candidatura impugnada.
O motivo: perdeu o prazo para a entrega de quatro documentos (certidão de quitação eleitoral, comprovante de escolaridade, requerimento de registro de candidatura e declaração de bens) para que seu registro fosse deferido.
Apesar de caber um recurso, as chances de Faria reaver a candidatura são mínimas.
Ou seja, o candidato, que já havia começado a campanha, já tinha número, slogan, etc, vai ter que esperar mais quatro anos para tentar ser deputado.
Faria reclamou que não havia sido notificado da necessidade de entrega dos documentos.
Dias depois, o ex-candidato descobriu que telegramas foram enviados à sua residência.
Mas a mãe de Faria guardou os telegramas.
Ela tem Alzheimer.
O que você Faria?
(Se não acreditou, entre no site do Jornal da Cidade ou do Bom Dia Bauru).
Já sei em quem vou votar pra deputada federal
Claro que não sou bobo de acreditar que o partido é imune à corrupção. Tem muito filha da puta ali. Mas sinto que lá existe muita gente boa e bem intencionada também, muito mais do que nos outros partidos.
Um exemplo (não pra generalizar, mas pra ilustrar a minha sensação sobre o partido) é o documentário "Vocação do Poder" , que assisti no Festival de Cinema Latino Americano, mês passado, em Sampa. É um documentário que acompanha a vida de 6 candidatos a vereador pelo Rio de Janeiro em campanha eleitoral. O único dos 6 que me parece mais esclarecido e realmente disposto a fazer algo decente é o cara do PT. Assistam-no, não só pra constatar o que falei, mas pra rir muito (é melhor que muito filme de comédia, sem zoeira).
Pois bem, vagando pelo Gravataí Merengue, encontrei um vídeo da Soninha, colunista da Folha, apresentadora da ESPN Brasil e vereadora de São Paulo, além de blogueira (vai ter tanta função assim na casa do chapéu). Gravado no quintal da sua casa, de maneira bem amadora mesmo, o vídeo mostra uma Soninha falando sobre sua decisão de sair candidata a deputada federal e dos motivos de ter escolhido pela carreira política. Putz vida, concordei com tudo que ela disse.
Resultado: vou votar nela. Não somente por causa do vídeo, óbvio, mas muito mais por sempre ter visto nela uma pessoa correta, equilibrada na nas opiniões e, principalmente, por ser do PT. Porque dificilmente eu votaria nela se fosse do PSDB.
Uma coisa que irei fazer é questiona-la sobre a razão de ter preferido já se lançar na disputa pela Câmara em detrimento do cumprimento dos 4 anos de cargo de vereadora ao qual teve direito. Será que é fetiche ao poder ou vontade de mostrar mais serviço? Vamos ver se ela responde pra daí eu postar a justificação aqui.
E vai o vídeo a seguir:
segunda-feira, 21 de agosto de 2006
Faltam mais quatro..
A.Cerri - Vi uma parte, o Rogério pegou um penalty né?
J.Silva - Sim, e depois fez mais dois gols, um de falta e outro de penalty.
A.Cerri - É?
J.Silva - Sim.
A.Cerri - Putz, agora ce vai fazer mais uns 5 posts falando do rogério, bla bla.
J.Silva - Vou mesmo.
PARABÉNS, ROGÉRIO CENI, O GOLEIRO COM MAIS GOLS DO MUNDO.
domingo, 20 de agosto de 2006
Todos tem goleiros, mas só nós temos Rogério
Ainda sobre libertadores, dêem uma lida nesse post aqui, tirado do site do Gravataí Merengue. São-paulino e admirador da Soninha, como eu.
quinta-feira, 17 de agosto de 2006
Guerreiros. Time de Guerreiros.
Com a posse de Marcelo Portugal Gouvêa em 2002 e a ascensão do mito de Rogério Ceni, as coisas mudaram. O São Paulo então ganhou Planejamento e Garra. Mesmo com o fracasso do time de estrelas (com direito à Kaká, Ricardinho, Luís Fabiano e França jogando juntos) perante o Santos no brasileiro de 2002, conquistamos a classificação pra Libertadores no ano seguinte. Sou eternamente grato a Rojas, que assumiu um rojão e com um elenco limitado, jogo feio e muita raça, levou o time ao terceiro lugar do brasileirão daquele ano. Após 10 anos, voltávamos à Libertadores, o torneio de todo são-paulino. A mágica única que une o torcedor tricolor e a competição sul-americana estava de volta. Morumbi lotado, jogos emocionantes, um frenesi que contagia.
Voltamos, mas não triunfamos. A eliminação de 2004 foi muito doída, a ponto de alguns crucificarem Luis Fabiano e, absurdamente, o nosso Goleiro Rogério Ceni. Mas a grande maioria ainda apoiava. Acreditava. E voltamos à ela em 2005, o ano inesquecível para todos nós.
Na última quarta-feira, perdemos o campeonato, mas não saímos derrotados. Muito pelo contrário. Fui dormir após o jogo com o maior dos orgulhos de ser torcedor de um clube. Lutamos até o último minuto, fomos buscar o placar por 2 vezes, mas a vitória não veio. Não importa. Se em 2005 foi um ano historicamente vitorioso para nós são-paulinos, 2006 mostrou que não é só de vitórias que se faz um Grande Time. Este também é feito, sobretudo, de raça, vontade, gana, fé, espírito de luta, honra à camisa. Tudo isso foi o que eu vi ontem à noite como nunca havia visto antes. Tive Orgulho.
Obrigado, São Paulo Futebol Clube.
terça-feira, 15 de agosto de 2006
O mais próximo que já cheguei da anarquia
Nada fez muito sentido.
No caminho para o SESC encontrei um cara de uns 35 anos que fazia mestrado em história na UNESP de Assis.
O show começa. Bateria frenética, baixo marcado, vocal gritado, grave e desafinado, guitarra que era só distorção, músicas muito parecidas, letras de revolta e amor.
Adolescentes fazendo bate cabeça. Um típico punk subindo no palco para cantar de 5 em 5 minutos. Cerca de 7 garotos fazendo Mosh (seis seguravam e um pulava).
Uma menina entra dançando no meio do palco e se esfrega no vocalista.
Quando fui beber água a menina estava perto e disse a sua amiga: “Abalei”.
Reiterando: Nada fez sentido.
Mas por isso que foi um bom show.
Um disco de punk não tem sequer 10% da atmosfera, da energia, da revolta de um show de punk.
Antes de tirar qualquer conclusão sobre punk rock, vá a um show genuinamente punk para entender alguma coisa.
Ou melhor, para não entender nada.
domingo, 13 de agosto de 2006
Não é que eles publicaram...
Isso quer dizer que basta escrever um texto sobre imprensa com começo, meio e fim, e enviar pro pessoal do OI que ele será publicado no site. Não deixem de ver a edição original do texto neste post aqui.
E fiquem ligados para saber sobre a minha viagem à Salvador. Tem muitas fotos, vídeos e histórias pra contar..
quarta-feira, 9 de agosto de 2006
Antropobloguismo
Porém, o blog não deve simplesmente transpor artigos, redações, crônicas ou reportagens para o espaço virtual. O blog deve ter uma linguagem própria. Mas qual?
Após a criação do mercyzidane comecei a freqüentar blogs de alguns jornalistas conceituados para saber como é o modo que eles escrevem. Há vários estilos de escrita, mas poucos se preocupam em criar uma nova linguagem.
O que eu encontrei de mais inovador estava num livro escrito antes do advento da internet. Memórias Sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.
João Miramar conta suas memórias em capítulos curtíssimos (cerca de 5 linhas!). Agilidade, velocidade e complexidade. Tudo o que eu gostaria que um blog tivesse.
Não sou nenhum Oswald de Andrade e não sei se meu estilo é parecido com o dele (acho que não, afinal, os textos deste blog estão bem longos). Mas como o próprio Oswald ensina, vou tentar “engolir” sua linguagem.
Fiquem com o capítulo 18 de Memórias Sentimentais (mesmo fora de contexto):
Havia um outro artista na vizinhança, o Bandeirinha barítono e outros poetas na cidade.
domingo, 6 de agosto de 2006
Experimentando essa coisa de videolog...
Agora, uma linguagem que pra mim ainda é tabu é a audiovisual. Idealizo construir minha carreira jornalística na televisão, por esta atingir um público maior. É verdade que poderia trabalhar na produção sem problemas, mas creio que gostaria também de aparecer em frente às camêras.
E é por essa razão que vou começar a utilizar esse blog pra treinar. A partir de agora vou fazer alguns posts audiovisuais, fazendo deste blog um pouco de videolog também.
Pra quem se interessa por videologs, dêem uma olhada no Batendo Bola, videolog sobre futebol que se auto intitula o primeiro videolog do Brasil. O Cerezo é meio estranho mas fala umas coisas legais.
Mas antes, dêem uma olhada nesse meu primeiro vídeo:
Japão: o futebol é exceção
O começo foi um pouco denso, mas um dos capítulos mais tranqüilos na questão do entendimento foi o “Vencedores”. Esse capítulo explica os motivos pelos quais Estados Unidos e Japão se deram bem no sistema capitalista.
O Japão teve um grande processo de ocidentalização, apesar de manter algumas tradições. Os japoneses perceberam que deveriam seguir os modelos existentes no Ocidente para poderem competir de igual para igual com as grandes economias capitalistas.
Ou seja, os japoneses copiaram, na cara dura, vários modelos do ocidente.
Para se ter uma idéia, o Japão copiou o modelo inglês de estradas de ferro, telégrafo, obras públicas e métodos de comércio. O modelo francês inspirou o Japão em sua reforma legal e em sua reforma militar. Os Estados Unidos inspiraram os modelos de universidade, educação primária, inovação da agricultura e serviços postais do Japão.Em 1890, cerca de 3 mil especialistas estrangeiros estavam empregados sob supervisão japonesa.
Foi inevitável pensar em futebol ao ler o capítulo citado do livro.
No início dos anos 90, o Japão fez exatamente as mesmas coisas que seus governantes realizaram no final do século XIX: copiou e contratou especialistas. Copiou a NBA ao criar uma liga com mascotes bonitinhos e times com nomes extravagantes (J-League) e chamou vários brasileiros (Zico, Leonardo, Alcindo, Evair, César Sampaio, Zinho, etc) para atuarem em solo japonês com o intuito de divulgar o esporte.
Tinha tudo para dar certo, assim como os ocorridos no fim do século XIX. Mas não deu.
A J-League não empolga o torcedor; os japoneses, apesar de terem se classificado para 3 Copas seguidas, não conseguiram sequer passar das oitavas-de-final. Os melhores jogadores do país, apesar de já atuarem na Europa, não estão em times de ponta.
Sim, o futebol japonês evoluiu, mas não como os japoneses esperavam.
E esse é um dos motivos que faz com o que futebol seja apaixonante. Não basta ter disciplina e determinação para se dar bem com a bola no pé. É preciso algo a mais. Algo de imaginação, simplicidade e criatividade. Algo que os brasileiros possuem, mesmo sem a disciplina e o poder econômico japonês. E alguns insistem em dizer que futebol não é uma questão cultural.
Na Copa de 2006, todos esperavam mais do Japão, já que o time contava com um especialista brasileiro no comando. Resultado lastimável.Parabéns, Japão, pela determinação e pela vontade de vencer, mas felizmente, o futebol não depende apenas disso. O futebol é exceção.