O poder do mito.

sábado, 21 de outubro de 2006

O poder do mito.


É interessante o poder que a televisão tem de tornar uma pessoa, por mais simples que seja, em um 'mito'. Não estou falando, obviamente, de grandes mitos, mas de uma certa áurea que faz com uma pessoa se destaque muito mais que as outras.

Na palestra de ontem (ou anteontem, já que já passou da meia-noite) ocorrida na minha faculdade, dada pela Soninha Francine, ex-MTV, atual ESPN Brasil, colunista da Folha, blogueira e vereadora de São Paulo, pude perceber com mais atenção um pouco do efeito que o mito exerce sobre o público.

Quando a Soninha falava de uma história familiar a todos, pipocavam na platéia comentários a respeito do assunto. Se a Soninha estivesse falando sobre a final da Copa 2002, por exemplo, surgiam comentários como 'nossa, o Ronaldo destruiu naquele jogo', 'aquele jogo foi foda mesmo', 'e o frangão do Oliver Kahn, ein?'. Parece besteira isso que relato, mas, pra mim, é uma das maiores demonstrações de quanto a Soninha gozava de prestígio perante o público - a ponto de sua fala fazer com que todos tenham que parecer que estão interagindo com o assunto tratado. Mas é uma coisa puramente insconsciente.

Não poderia deixar de destacar, é claro, a maravilhosa pessoa que a Soninha demonstrou ser, como sempre pude perceber, uma mulher com uma baita visão de mundo, idéias super progressistas, sem preconceito, super cuidadosa em emitir opinião, despojada de ínumeras coisas, comportamento não-conformista. Pra mim a Soninha é exemplo de jornalista, mulher, pessoa, política, tudo, e isso colaborou muito para o respeito dos espectadores perante ela.

Mas no fim, a Soninha é uma pessoa muito simples, sem nenhuma pompa de nada, como qualquer outra. Talvez seja essa sua diferença.