Mercy Zidane: 2008

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Quatro anos depois

Em janeiro de 2005, eu fazia planos. Iria morar em São Paulo, estudaria jornalismo na PUC, frequentaria os jogos do meu clube de coração. Estaria bem situado no mercado de trabalho, com estágios desde cedo. Nem o câncer da Meg, minha gata, que a levaria do mundo 3 meses mais tarde, me impedia de fazer planos. E foi embalado nesse ideal que encarei com razoável indiferença o resultado de aprovação no vestibular da Unesp de Bauru. Afinal, "estudar jornalismo só se fosse em São Paulo".

Com a aval da minha mãe, partimos para a metrópole. Fiz a matrícula na PUC, vimos lugar pre'u morar, e nos apalavramos com a proprietária. Voltaríamos dali a dias para assinar o contrato. Estava praticamente tudo certo. Praticamente.

Eu, recém aprovado no vestibular.

Acontece que por essas reviravoltas da vida (mas que não foi tão reviravolta assim), aquele castelo de planos e ambições para os próximos anos que havia construído na minha mente de repente desabou. A responsável pela tal tragédia foi a notícia dada por minha mãe de que eu não iria mais para a PUC por uma razão bastante simples: grana. Mensalidade de 1000 reais somada às despesas de uma cidade como São Paulo pesariam no orçamento. E, além de tudo, eu havia sido aprovado na Unesp, uma universidade pública e gratuita...

Assim sendo, considerando todos os prós, contras e neutralidades, o aval inicial deixou de existir, e havia uma nova ordem de minha progenitora: teria que rumar pra Bauru, a cidade que não era São Paulo, que não ofereceria oportunidades de estágio, nem todas as infinitas opções de entretenimento e lazer que a capital paulistana oferece.

Confesso que chorei feito criança contrariada aqueles dias.


Rumava para Bauru, cidade cujo símbolo já foi isso aí

Mas como eu era um idiota. Posso fazer essa afirmação hoje, no primeiro dia de 2009, 4 anos após aquele divisor de águas, e com meus dias de faculdade findos. Não é preciso muita reflexão para ter a quase certeza de que jamais haveria de ter passado em São Paulo, onde o tempo é mais escasso e o pão custa mais caro, metade das experiências que gozei, desfrutei, senti e sofri em Bauru.

Imbuído da mentalidade de estágio a qualquer custo, é quase que certo que não teria me envolvido com o movimento estudantil nem com os projetos pedagógicos e de extensão na intensidade com a qual me envolvi na Unesp. Foram estes envolvimentos os responsáveis diretos pela visão de mundo que carrego comigo hoje, fundamental para um jornalista, no meu modo de ver.

É quase que certo também que em São Paulo não teria tido a mesma liberdade de lazer que tive em Bauru, pelo evidente motivo do alto custo das coisas. Teria bebido menos, saído menos, dado menos risada.

E muito provavelmente também não teria conhecido o Russo.

Este é Russo

Foram justamente as pessoas que conheci o maior tesouro que trago comigo daquelas vastas terras do cerrado. Com algumas das quais construí laços tão sólidos que tenho certeza que ficarão por muito tempo ainda presos. Só de pensar nas conversas, discussões, viagens, músicas tocadas, trabalhos realizados e, principalmente, risadas, as quais tive o prazer de compartilhar com alguns loucos e doentes, só de pensar nisso já me fica claro que são momentos que não voltarão mais.

4 anos dessa convivência fizeram dos meus últimos dias em Bauru mágicos. Mágicos pela única razão de sentir que nos derradeiros momentos até a despedida de todos da cidade, uma espécie de espírito coletivo em comum tomou conta de nosso círculo de amigos. Procurávamos a todo momento estar juntos, fazendo coisas que nunca fizeramos antes. E no abraço de adeus (ou melhor, do "até breve"), lágrimas verdadeiras. Como já disse nesse blog outro dia, o sentimento não era de tristeza nem de felicidade, mas de algo diferente.

Me considero extremamente um cara de sorte por ter seguido pelo Caminho Bauru.
Eu, hoje.

Agora cá estou de volta à Rio Claro. Com o plano de ficar 6 meses por aqui, pra tratar decentemente de uma labirintite crônica que me molesta há 2 anos, e que ninguém sabe direito o que é. Voltar pra casa da mãe me dá uma sensação de passo pra trás, confesso, mas, como diria minha vó, "às vezes precisamos dar um passo pra trás pra dar dois à frente".

E segue a vida.

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PS: Postagem dedica aos amigos que fiz em Bauru, aos quais só tenho a agradecer.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Balanço 2008

Assim como as despedidas, eu, Alberto, acho que os balanços são necessários.

Mesmo que o meu balanço de 2008 se resuma, de grosso modo, a um punhado de despedidas.

Por ser o meu último ano de faculdade (jornalismo em Bauru), ele representou uma tentativa de evitar o inevitável, não que isso seja necessariamente ruim. Foi um pouco, mas teve muita coisa boa.

O problema é essa sensação de que temos que aproveitar porque já já vai acabar.

Enfim, vamos ao que interessa (se é que interessa). Em termos acadêmicos, as aulas foram pouco aproveitáveis (com uma notável excessão - disciplina de Psicologia) e confesso que alguns dos projetos dos quais participei não tiveram tanta graça (como a administração da rádio). Não por eu não gostar deles, mas por estar participando mais para que ocorresse uma continuidade, do que por prazer.

(foto da festa da entrega do TCC) Outros foram importantes por terem a ver com o que quero mexer na minha profissão de jornalista (comunicação alternativa), como o Raiz Social e o Ferradura. Não pude participar tão ativamente do Movimento Estudantil como queria, principalmente no fim do ano. Mas o foda foi fazer TCC ao mesmo tempo que todas as outras coisas. Porém, ele foi uma grande experiência na minha vida acadêmica - finalmente tive uma continuidade de leituras que me fizeram enxergar melhor lances como a comunicação alternativa.

Na vida pessoal, comecei a namorar à distância no começo do ano e parei de namorar no meio do ano, devido a uma viagem internacional da minha ex-namorada e grande amiga Tati. Foi triste, mas acabou me fazendo ficar mais próximo dos meus amigos. E fizemos muita coisa juntos. Entre as mais marcantes:
-Mutretas
-Ilha Solteira
-Pavuna
-Caixa D'Água
-Salomé e lugar proibido
-Grupo Clássico

Considero, como eu já esperava, que 2007 foi melhor que 2008. Fiz bastante coisa boa neste ano, mas não chega nem perto do turbilhão de tarefas, idéias e projetos de 2007. Claro que aproveitamos mais em termos de amizades, mas sempre pensando em TCC... foi meio tenso.

Agora as chaves estão entregues, a parede pintada e eu estou de volta a minha casa, mas pronto para sair a qualquer momento. O sentimento é o mesmo de quando eu estava indo para Bauru: vamos ver o que vai virar...

A diferença é que eu não tinha amizades tão fortes, das quais vou sentir imensa falta, que ajudaram a formar minha cabeça e a mantê-la aberta. Espero conseguir ganhar dinheiro mantendo meus princípios e me engajando cada vez mais politicamente, mas isso é assunto para outro post.

Bom ano novo.

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Metalinguagem: o foda de fazer balanços é que eles nunca são feitos no dia 31. Ou seja, acabamos desconsiderando que muitas alegrias e tristezas podem rolar na última semana do ano. Enfim, depois pretendo fazer um post com meus planos para 2009.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O adeus ao Ferradura

Em um semestre de tantas despedidas, o mês de dezembro foi, sem dúvida, o mais recheado delas.

Nos divertimos muito indo a bares, fazendo passeios alternativos (Pavuna, caixa d'água) e conversando, ao perceber e declarar nosso amor aos amigos que fizemos ao longo desses quatro anos de intensa vida universitária.

Bom, e o projeto mais importante da minha faculdade foi o Jornal do Ferradura, publicação comunitária (sem entrar no mérito do conceito) voltada aos moradores do bairro mais pobre da cidade de Bauru: o Ferradura. Ele também mereceu uma despedida.

(foto do time de futebol do bairro, tirada quando fiz minha primeira matéria, em 2007) 

A idéia do jornal surgiu em 2006, mas a primeira edição só saiu em 2007, no mês maio. De lá para cá passamos por empolgações, discussões, crises, desistências, reformulações (tanto editoriais, quanto de pessoal)... Mas o jornal nunca deixou de ser produzido.

O fato é que foi muito, muito importante para a minha formação ter feito parte desse dessa equipe.

Para fechar o ciclo, eu e a Marjorie (dois dos fundadores da publicação) fomos ajudar o Gabriel e a Regina a entregarem a última edição do ano no bairro, isso há uma semana.

Eu fui andando pelas ruas de terra do Ferradura e tudo foi passando como num filme, para variar... Lembrei-me de matérias, encontrei pessoas muito legais, como Flavinho, Paulinho e Seu Vicente, que nos agradeceram e nos desejaram boa sorte em nossa caminhada.
(uma das ruas que cortam o Ferradura, na foto à direita) 

Mas teve uma cena que me marcou e acho que vou levá-la para sempre em minha vida: uma menininha de uns 2 anos apareceu num dos lugares mais pobres do bairro e sorriu para mim e para a Marjorie. A menina, que era linda, estava toda suja e tinha moscas e formigas andando em seu rostinho. Ficou ali parada, bem perto do esgoto,em frente a sua casa, vendo a gente ir embora para terminar a entrega de jornais.

Por mais clichê que isso soe, pensar que existem milhões de menininhas como essa espalhadas pelo mundo por causa de um maldito sistema é revoltante... Mas dá estímulo para seguir em frente.

Muitos questionam a comunicação comunitária ideologicamente. Ainda acredito que os meios de comunicação, apesar de não "formarem" questionadores do sistema, podem abrir caminhos para que haja propagação de pensamentos para uma sociedade igualitária, que coligados com partidos ou movimentos sociais, podem sim formar questionadores.

O projeto vai continuar em 2009 e, trabalhando com o Grupo de Estudos de Comunicação Comunitária, tentará ser mais efetivo em todos os sentidos possíveis.

Obrigado a todos do Ferradura por me fazerem enxergar melhor o que sempre é dito na teoria; por me fazerem ver as potencialidades do ser humano independentemente de sua classe social, por me fazerem ver inteligência exalando de pessoas com pouquíssimo estudo.

Obrigado.
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Metalinguagem: post feito em Bauru, no meu último dia nessa cidade. Acabo de entregar as chaves da minha casa com muita tristeza e saudade.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Post piada interna

A minha banda favorita da época de adolescente, Oasis, lançou um novo disco há pouco, chamado Dig Out Your Soul (algo como "Desenterre sua Alma").

O Giul escreveu uma resenha sobre o disco. Em breve irei comentá-la, pois ouço o álbum freneticamente.

Mas fiz essa breve introdução para dizer que na primeira música do álbum, denominada Bag it Up, há os seguintes versinhos:

Someone tell me I'm dreaming (Alguém me diga que estou sonhando)
The freaks are rising up through the floor (Os loucos estão brotando do chão)
Nada de genial, realmente, mas fizeram muito, muito sentido para mim na última sexta-feira, depois de uma viagem que fiz com duas amigas.
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Metalinguagem: escolhi a foto de cima aleatoriamente, mas até que se parece com o capa do CD do Oasis (foto de baixo).

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

De novo

Juro que eu queria falar sobre outra coisa, afinal, eu e o Bulhões já estamos ficando um pouco redundantes com relação ao assunto fim do curso.

Mas não deu.

Acabamos de finalizar o último trabalho da faculdade: uma grande reportagem sobre a Luta Antimanicomial, feita, ou melhor, recauchutada, para a disciplina de Jornalismo Especilizado II (que de especilizado não tem nada).

Agora nos resta cerca de uma semana e meia, no máximo duas, para partirmos de Bauru.

Depois de termos que fazer trabalhos coxas para aulas coxas após o término do TCC, finalmente não teremos NADA para fazer durante esta semana.

Talvez seja a última semana de várzea do resto de nossas vidas. É necessário que ela seja histórica.

A nostaligia já bate e o carinho pelas pessoas mais próximas só aumenta.

Para entrar no clime nostálgico, um dos trabalhos mais engraçados que já fizemos na faculdade. Vai lá, Gaba!


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Metalinguagem: post feito às 3h da manhã. Amanhã preciso acordar às 8h30 para ir à última aula na Unesp, apenas para entregar o trabalho.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Mais vivo


Em fase de fim de faculdade, hoje presenciei mais uma despedida, a segunda da semana. E, com amigos, disse que é uma coisa "louca" esse negócio de despedidas. Disse "louca", mas queria dizer algo no sentido positivo. Pensei em "bonita" ou "linda", mas despedidas são muito tristes para serem bonitas ou lindas.

Acho que a palavra é nostálgica, mesmo sem saber direito o que isso significa. Essa sensação está me fazendo me sentir mais vivo ou algo parecido.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O fim de um rito: a apresentação do TCC

É, apresentei meu TCC na quarta.

Uma das coisas que estudei para fazer minha monografia (denominada "O Capital Simbólico na Notícia Radiofônica: Análise Teórico-Prática do Programa Raiz Social") foi a ritualização que se dá por meio do rádio.

Historicamente, quem controla o tempo detém o poder. Nos dias atuais, os meios de comunicação, como o rádio, fazem essa ritualização, ao prometerem que, amanhã, na mesma emissora e no mesmo horário, o programa estará lá. Ou seja, implicitamente, faz-se a promessa de que tudo se manterá como está.

A entrega do TCC também é um rito, mas nesse a gente não tem a promessa de que tudo será igual. Muito pelo contrário.

Eu me envolvi muito com a universidade, entrei de cabeça nela e mudei totalmente meu modo de enxergar o mundo. Quando sai da minha banca, bateu uma tristeza... uma sensação de vazio.

Talvez por ter deixado isso explícito em meu rosto, três amigas (Aline, Andressa e Marjorie) me mandaram mensagens escritas em papel ou via internet, parabenizando-me pela minha apresentação ou apenas dizendo algo que me confortou naquele momento: a amizade vai persistir.

Acredito muito nisso. Como disse em meu TCC, minha formação ainda está ocorrendo, mas a estrutura já está bem sedimentada e segue o planejamento de usar a comunicação para a propagação de idéias para uma sociedade mais justa.

Sem essas pessoas (as que me deram abraços fortes depois da banca, as que me disseram palavras doces nesse momento vazio e as que me incentivaram sempre), nada seria possível.
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Metalinguagem: estou beirando o pieguismo, para não dizer que já entrei nele. Coloquei essa foto véia porque é onde está reunida a grande maioria das pessoas importantes. Exceções feitas à Carol, Russo, Barba e outras pessoas que eu posso ter esquecido.

domingo, 16 de novembro de 2008

Novo visual

Bom, depois de muito tempo sem postar neste blog, faço a retomada não apenas textual, mas também no design da página.

Enquanto fazia o meu TCC, ao longo deste ano, pensei em várias coisas que eu queria fazer, mas que não podia exatamente por ter que fichar livros, pensar em como iria desenvolver essa monografia, etc.

Até conversei com a Marjorie sobre estipular uma lista de coisas que deveríamos fazer na faculdade antes de irmos embora de vez. Mudar o visual do blog era uma delas. Aí vão algumas das coisas em que pensei:

-Tocar com o Grupo Clássico (já realizado);
-Tocar com o Zooasis;
-Tocar com os Mutretas;
-Tocar com os Percervejas;
-Procurar bixos para participarem do Raiz Social, no ano que vem;
-Mandar currículo para lugares em que eu realmente gostaria de trabalhar;
-Procurar editais de projetos culturais;
-Fazer uma reunião com pessoas que queriam fazer um projeto de jornalismo alternativo;
-Falar com alguém da Rádio Unesp FM para ver a possibilidade de transmissão do Raiz Social;
-Sair com os meus amigos o máximo que eu puder (em proceso);
-Ir ao Ferradura pela última vez;
-Retomar o Gordinho Aleatório;
-Ir ao CEEUB;
-Ajudar a montar a chapa do Cacoff;
-Terminar de ler o livro de poesias do Arnaldo Antunes;
-Encaminhar o Grupo de Estudos de Comunicação Comunitária;
-Mudar o visual deste blog (já realizado).
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Metalinguagem: tem mais coisas, mas já é o suficiente. Dei uma atualizada depois - lembrei de outras coisas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

O Império Vota


Na Folha de S. Paulo de 4 anos atrás, época de eleições presidenciais norte-americanas, achava no mínimo interessante o fato de toda notícia sobre o tema vir sempre acompanhada da marca "O Império Vota", um pouco acima do título. Afinal, o uso da alcunha de "império" para se referir aos Estados Unidos estava mais para um costume do Brasil de Fato do que para o jornal mais lido pela classe média brasileira.

Hoje, o Império vota novamente. E, como de praxe, a imprensa do mundo todo já enviou seus esquadrões de repórteres para cobrir o fenômeno. É tanta cobertura que quase passamos a saber mais sobre os Estados Unidos do que sobre o nosso próprio país.

Duas coisas que me chamaram a atenção a despeito dessas eleições que gostaria de pontuar:

  • O primeiro deles, obviamente, é o fator Obama. É um pop star. Com certeza, deve ter feito os níveis de audiência das emissoras de TV que cobrem as eleições crescer substancialmente em relação a eleições anteriores. É um fenômeno midiático no aspecto mais pleno do termo.
  • É incrível, beira a concretização do estereótipo, como ainda pode haver tanto conservadorismo em uma sociedade ocidental como existe nos Estados Unidos. Tirando os exemplos clássicos da moralidade religiosa e do belicismo crônico, o exemplo mais bizarro que vi nessas eleições é aquela parcela de indivíduos que endossa o discurso de que Obama é um "socialista" por pregar redistribuição de renda. E, pior, que essa característica é uma coisa abominável. Jisuis.
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Ps1: Esse link aqui, do site do Economist, direciona para um mapa que mostra de que lado os países do mundo estão nas eleições dos EUA. Azul é pra Obama, Vermelho, McCain.

Ps2: Sempre tive vontade de passar um tempo nos EUA pra sentir na pele como pensam, vivem e quais são os valores daquelas pessoas que fazem funcionar o "Império". Agora nessas eleições, acabei por estabelecer um parâmetro para definir as cidades para qual quero ir: primeiro, um tempo na capital do estado que mais votou nos republicanos; depois, outro período na capital do estado que mais votou nos democratas. A idéia é conhecer os extremos opostos e tirar uma média (eita pensamentozinho matemático!). Mais um plano pra entrar na fila.


Ps3: O Brasil também recém saiu de um processo eleitoral. Por diversas vezes, o termo "Festa da Democracia" foi usado, sobretudo na televisão. "'Festa da Democracia' onde, mané?" Trata-se de um processo que, pra você estar no jogo, depende de doações de empresas. Ou seja, se não estiver alinhado com interesses privados, você não consegue fazer meia dúzia de viagens de avião. Sem contar que, segundo uma tese minha, a grande mídia mitifica as eleições da maneira como o faz com o objetivo de convencer o cidadão comum que seu único papel enquanto sujeito político se dá de 2 em 2 anos no mês de Outubro. Outro dia desenvolvo melhor esse meu raciocínio.

Ps4: A foto-montagem acima foi tirada do site Gawker.com, que parece ser um blog de cobertura política. Via coluna do Nelson de Sá na Folha de S. Paulo de hoje (eita leitorzinho de folha descarado).

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pra Quem Gosta de Pandeiro

No momento estou me dedicando a aprender pandeiro. Tenho me baseado na vídeo aula de Paulinho Silva, deste site aqui, e praticando em um instrumento emprestado. Como um bom Inimigo do Ritmo, com I maiúsculo, os percalços têm sido grandes, mas nada maior que minha teimosia pela aprendizagem.

Sexta-feira passada, em Rio Claro, tive o privilégio de acompanhar a apresentação do conjunto Epóca de Ouro, vanguarda do chorinho, criado por Jacob do Bandolim (que ainda desconheço mas que parece ser uma lenda) e que reuniu e reúne grandes músicos brasileiros. Um deles é Jorginho do Pandeiro.

Poucas vezes vi alguém tocar tão à vontade e demonstrar um domínio tão pleno de um instrumento como Jorginho do Pandeiro, diante dos seus 70 e tantos anos de idade que não sei qual é. Como minha capacidade de descrição via palavra escrita é limitada, deixo que o You Tube faça esse trabalho por mim.

Abaixo segue um trecho do documentário "Brasileirinho", em que Jorginho do Pandeiro dá entrevista e mostra um pouco de seus dotes:

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"À Beira do Socialismo Marxista-leninista"


É engraçado, de achar graça mesmo, ver como algumas pessoas situadas à direita no espectro ideológico insistem em taxar o Lula e seus correligionários do PT com a alcunha de esquerdistas natos, daqueles que rumam de vento em popa em direção ao socialismo de Lênin. Ao meu ver, essa visão distorcida é fruto da apolitização da classe média, que tem como única fonte de informação o PIG. Em raríssimos casos, também pode ser resultado de paranóia e/ou encenação.

Seguindo essa linha, abaixo vai um texto simples, ilustrativo e esclarecedor, tirado do blog do Mino Carta, o melhor analista das relações de poder no Brasil de hoje (na minha modesta porém convicta opinião):

O Estadão e a crise

Liga Jean-Paul Lagarride. De Cingapura. Diz: “Estou muito preocupado”. Logo explica: “O Lula vai dar a grande guinada”. Não entendo, ele vai mais fundo: “Ontem li o editorial do Estadão”. Segue-se o seguinte diálogo.


Eu: Sobre?
Jean-Paul: Sobre as medidas do governo para enfrentar a crise.
Eu: E daí?
Ele: O Lula vai estatizar os bancos. A gente sabe muito bem o que isso significa.
Eu: Não, o governo toma medidas, diria eu, de inspiração européia, britânica, se você quiser.
Ele: Como assim?
Eu: É uma forma de socorro que leva em conta os interesses dos empresários, dos correntistas, da comunidade em geral, ao menos no papel, bem ao contrário do Proer inventado pelos tucanos por ocasião de crises muito, mas muito menores que a atual.
Ele: Mas você tem certeza? O Estadão tem credibilidade, autoridade, tradição. Competência.
Eu: Permito-me evitar qualquer digressão sobre a credibilidade do Estadão.
Ele: Mas os donos, os Mesquita, sempre foram campeões da democracia.
Eu: Pessoalmente, não tenho queixas da família. E entre os patrões que tive até o momento de me tornar inventor dos meus empregos, foram os melhores. Confiaram mais em mim que quaisquer outros. Mas, tenho de ser sincero, a democracia deles não prevê a presença do povo. É a democracia sem povo.
Ele: Quer dizer que o Brasil não está à beira do socialismo marxista-leninista?
Eu: Nunca esteve tão distante.
Ele: Mas o torneiro mecânico...
Eu: (interrompo) O torneiro mecânico é um conciliador nato. Marxista-leninista? Não me faça gargalhar...
Ele: O Estadão o enxerga como revolucionário incompetente.
Eu: Revolucionário sou eu. O Estadão é perfeito para representar aquela classe que não aceita um torneiro mecânico na presidência. De todo modo, não se assuste: os editoriais do Estadão são peças únicas do humorismo verde-amarelo. Como tais têm de ser tratados.

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Ps1: Reflexo de um conservadorismo da população brasileira, mas, sobretudo, reflexo do "topeirismo" que impera entre seus dirigentes quando o assunto é Comunicação, candidatos dos partidos da dita extrema esquerda são os líderes em rejeição em 12 capitais brasileiras, de acordo com notícia da Folha. Falam tanto em alienação, mas eu fico abismado de ver como militantes destas agremiações também se alienam no mundinho interno de disputa pra ver quem tem a maior pose de revolucionário. Alguns setores do Movimento Estudantil são a maior síntese disso. Gritam muito, fazem pouco, e quando fazem, fazem achando que estão em Maio de 68. Mas isso é tema de um próximo post.

sábado, 25 de outubro de 2008

Tartaruga de Três Cores


Era uma vez algumas lebres e uma tartaruga. Um dia as lebres desafiam a tartaruga para uma corrida. Esta prontamente aceita. A corrida começa e as lebres, se aproveitando de sua velocidade, disparam na frente, abrindo léguas de vantagem em relação à tartaruga. Faltando um quarto para o fim da corrida, as lebres resolvem tirar um cochilo debaixo de uma árvore; afinal, a tartaruga está tão longe que até pra isso há tempo. Enquanto isso, a tartaruga segue seu trajeto, pata ante pata, inabalável.

Até que lá pelas tantas, a tartaruga ultrapassa as lebres, que insistiam em continuar dormindo. Faltando poucos metros para a tartaruga superar a linha de chegada, as lebres, agora em desvantagem, despertam desesperadas de sua sonolência, se dão conta que dormiram demais, e saem em disparada, tentando evitar a maior humilhação de suas vidas: perder uma corrida ganha desde o início.

Mas já era tarde. Quando as lebres chegam ao final do percurso, a tartaruga já comemorava junto às outras tartarugas, cágados e jabutis, aquela que era a vitória das vitórias.

Moral da história: o São Paulo será hexacampeão brasileiro em 2008. Quem viver verá.

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Ps1: Pela primeira vez, estamos em segundo lugar no campeonato. Chegamos a estar a 11 pontos do líder, com alguns jogadores chegando a praticamente jogar a toalha. Mas com a lição de casa sendo feita direitinho, e com o time não perdendo mais fora (já são 11 jogos invictos), aliados aos tropeços dos adversários diretos, a taça volta a ficar próxima. No pontos corridos mais emocionante de todos, o hexacampeonato, depois de tudo que aconteceu, seria de encher os olhos para nós são-paulinos.

Ps2: Fluminense 3 x 0 Palmeiras. O que acontece, Suzano?

Ps3: Nosso maior freguês dos últimos anos está de volta à primeira divisão. Já estava com saudades de cenas como essa aqui.

Machismo, Homofobia e Cerveja

Requer um certo grau de abstração, mas juro que é possível identificar.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Racismo, Que Racismo?

No LLL, hoje:

Suspeita de tiroteio em universidade estadunidense. Parafraseando Alex Castro, "pelo sim, pelo não, melhor imobilizar logo a suspeita negra!".

Link para a notícia (em inglês).

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sobre Generalização e Paixão


Escreveu Ruy Castro, na Folha da última quarta:

"É impressionante como, há tempos, no Brasil, os jovens não admitem ser contrariados. Quando querem alguma coisa, não enxergam o lado da outra parte e não lhe dão escolha: ou esta cede ou leva bala, quase sempre na cabeça, para não haver dúvida"


O notável colunista usara como argumento o sequestro de 100 horas que culminou em assassinato da refém, em Santo André, além de outros dois assassinatos, um em Sorocaba, e outro no Rio (o do empresário Sendas, capa em jornais de hoje). Todos os homicidas tinham seus vinte-e-poucos-anos.

A mim me pareceu aquele papo barato de avô e avó, que segue a linha do "na minha época as coisas eram diferentes". Quer dizer que assassinato agora é prova de que há uma geração de jovens hoje que não sabem ouvir "não"? E que nos anos 50 não havia crime passional praticado por menores de 30 anos? Ah, Ruy Castro, vá pentear os pêlos peitorais do Suzano.

No entanto, apesar da generalização horrenda e pretenciosa gerada, o tal do sequestro de 100 horas me fez refletir um pouco acerca desse negócio louco que é a Paixão. Muitos têm ainda arraigado na cabeça a idéia de que Paixão é algo lindo, romântico, muitas vezes perfumado. Pode até ser em alguns casos, como num amor correspondido ou numa relação com o animal de estimação.

Via de regra, Paixão é um sentimento patológico, um apego em demasia por algo. Em outras palavras, é algo não salutar, já que se trata de uma emoção que quase sempre se torna senhora da razão. Se o objeto pelo qual o sujeito está "apaixonado" é "possuído", aí tudo são flores. Se não, dependendo do nível da Paixão e do grau de sanidade do indíviduo, este vivencia uma das piores angústias imagináveis. E, em alguns casos, acaba por acarretar em sequestros seguidos de assassinatos.

Eu já experienciei sensações dolorosas geradas pela Paixão por pelo menos duas vezes em minha vida.

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PS1: O conceito de "Paixão" que utilizei foi o que está no meu amado Wikipedia. Não serão aceitas contestações de terminologia.

PS2: "Generalizações são o câncer da retórica honesta", autor desconhecido

sábado, 18 de outubro de 2008

E depois?

Essa é a pergunta que todas as pessoas da minha sala deve estar se fazendo nos últimos dias.

Confesso que ando tão enrolado com o TCC (sobre o Raiz Social) e o Raiz Social que nem parei para pensar nisso direito. Meus planos se resumiam em: começar a mandar currículos depois do dia 6 de novembro (data do protocolo da monografia) e ver algum edital público para constituição de projetos culturais.

Mas ontem, trocando idéia com a argentina Paola, eu disse que não me incomodaria em trabalhar na grande imprensa no início de carreira, para depois ter alguma grana a fim de tocar projetos que realmente me deixem satisfeito.

Aí ela disse algo do tipo:

-Sei, daqui a uns anos você vai estar muito tempo na grande imprensa e não vai nem lembrar dos projetos que você sonhava.

Diante da provocação, preguntei o que ela me sugeria.
-Tente fazer esses projetos agora, corra atrás de dinheiro de editais, tente trabalhar em lugares que você gosta.

Não digo que nunca trabalherei na grande imprensa, porque ainda não sei o aperreio que é estar desempregado, mas essas palavras me motivaram muito a tentar desde agora correr atrás de algo que envolva a comunicação voltada para o desenvolvimento de um senso crítico, principalmente das camadas populares, enfim, algo em que acredito.

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Metalinguagem: de lugar legal, o primeiro que me vem à cabeça é, sem dúvida, a Repórter Brasil.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Voltando às Raízes

Acabei de enviar minha matéria que fiz pro Raiz Social pro meu editor-chefe agora, 4 e 10 da manhã. Pelo menos entreguei dentro do prazo (Deus me abençoe, estou evoluindo!).

E como é bom voltar a contribuir pro bom e velho Raiz. Quase sempre que faço uma matéria que demanda sair a campo, sinto mais um prazer pedagógico, no sentido de estar aprendendo um pouco mais de como funciona o mundo, do que o prazer de estar cumprindo o papel jornalístico de informar, em razão da pouca abrangência do programa junto ao público.

Não deixem de acompanhar o programa hoje pra ouvir a matéria que fiz sobre a greve dos bancários. E também pra ouvir as outras matérias.

E também não deixem de ler Carta Capital, o Blog do Sakamoto, o do Mino Carta e o do Paulo Henrique Amorim. Boa informação faz bem à saúde e o povo gosta.

domingo, 12 de outubro de 2008

Ensaio Sobre a Cegueira


Nunca li o livro, como um bom universitário relapso, mas ontem assisti ao filme no cinema. E fiquei com vontade de ler o livro.

O filme, do nosso tucanão Fernando Meireles (que hoje declarou na Folha que votará no Kassab pra que ele mantenha a "boa equipe do PSDB" na prefeitura de São Paulo), é mais uma daquelas "histórias-metáforas" da sociedade humana. Sabe filmes como Dogville? Assim.

Apesar de bem feito, Ensaio Sobre a Cegueira me tocou menos, muitos menos que, por exemplo, hmm, Dogville. Algumas cenas são bem chocantes, mas, em geral, não passou pela minha cabeça nenhuma frase do tipo "genial!" ou "que interessante!". Até dei aquela pausa antes de me levantar da cadeira, ao término da sessão, pra ver se vinha algo, mas niente. Aliás, sei lá porque estou escrevendo sobre o filme.

Assim que ler o livro, escrevo novamente.

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Ps1: Mas hoje, nas palavras da análise de um amigo feita do livro, captei um ar de genialidade de Saramago ao compor Ensaio Sobre a Cegueira. Segundo esse meu amigo, é interessante ver a força das relações simbólicas para a sobrevivência e avanço do Capitalismo. Basta sumir com um sentido que sustenta essas relações simbólicas - como no caso a tirar a visão -, que o sistema entra em colapso. Não é exatamente assim, mas é mais ou menos isso.

Ps2: Se no filme, de repente, as pessoas passam a ficar cegas, na minha vida real aconteceu algo similar. De repente, me vi daltônico. Na verdade acho que sempre fui, mas descobri há pouco mais de 3 semanas, fazendo este teste aqui. Só consigo ver um mísero número, no quarto círculo. E meu irmão também fez a mesma descoberta, um dia depois de mim!

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Arte da Irresponsabilidade

Precisando complicar a sua vida gratuitamente e não sabe como? Pergunte a mim.

Já dizia o pensador que sábio é o que aprende no conselho, tolo o que aprende errando, e burro aquele que nunca vai aprender. Acho que hoje dei uma bela prova de que me enquadro no terceiro gênero.

Ao fato: combinado uma ida a São Paulo para uma conversa com uma pessoa importante para o meu Trabalho de Conclusão de Curso, que será uma viagem para o Interior do país (em um próximo post versarei sobre isso), mobilizo, além da tal pessoa, um grande amigo que deixou de viajar para me receber em sua casa. Ao invés de marcar passagem com antecêndencia, deixo para comprá-la no dia. Acordo atrasado, ligo na rodoviária, e... adeus passagens. Ainda tento outro horário de ônibus, uma possível carona, mas não surge nada para consertar. O estrago já estava feito.

Bastava eu ter comprado a passagem no dia anterior para que nada disso tivesse ocorrido. E por quê eu não comprei? Tá aí uma pergunta para qual só nós, Enrolados (e por tabela irresponsáveis), sabemos a resposta, mas cujo conceito é impossível de explicar por meio de palavras.

Já fui muito mais enrolado, melhorei bastante. Mas ainda insisto a esmurrar facas pela ponta.

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Ps1: No momento estou me sentindo péssimo. Mas depois de tanto tempo fazendo cagadas ao longo da vida, já aprendi que após toda tempestade, vem a calmaria. Pelo menos é uma coisa positiva que consegui tirar desse meu modo negativo de ser. Vem logo calmaria!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Poder Popular?


Quarto ano de universidade.

Desde 2005, quando ingressei na instituição que iria mudar o rumo da viagem que é minha vida, muitas das minhas concepções mudaram. Muitas mesmo.

De drogas a música, esse balaio de gato de idéias que é minha cabeça foi, voltou, mudou de cor. Se no primeiro ano gostava de siclana, agora é fulana quem eu quero. Se no passado era só rock, o presente me apresenta o samba. Se ontem eu era PT, hoje é gritar pelego. Vai saber amanhã..

E é justamente sobre minha concepção política que quero versar sobre. É sintomático como esse tema é bastante presente nas minhas conversas do dia-a-dia (mas não me considero um cara monotemático, muito pelo contrário: falo até de futebol).

Antes da Unesp, a única via sobre a qual deitava os olhos era a Institucional. O negócio era eleger aquele cara que vai nos salvar, que vai livrar o povo da miséria.

Hoje, cada vez mais, constato que se trata de uma via cujo horizonte é um beco sem saída se o destino for a igualdade social. Mas não me entendam mal: não acho que a via Institucional deva ser ignorada ou repudiada totalmente. De fato, ela por vezes traz ganhos sociais, por menores ou paliativos que sejam. Vide os governos Chávez, Evo, e, argh, Lula.

Mas de medidas paliativas o inferno tá cheio. Hoje vejo que só com um movimento de cunho popular, não-personalista, tocado pelas pessoas que realmente trabalham pondo a mão na massa e o pé no barro que vamos encontrar a igualdade social de fato. E essa minha nova visão só se deu depois de 4 anos de universidade.

Cerco-me de pessoas que também acham que a via Institucional já era. O lance seria focar em movimentos de base, em movimentos sociais. Criar o chamado Poder Popular, onde as deliberações funcionariam nos moldes dos sovietes. Tudo lindamente democrático.

Como já é possível de compreender nas linhas passadas, eu também sou um entusiasta do Poder Popular. Acontece que para o Poder Popular é preciso organização. E também comprometimento.

Essas mesmas pessoas que tanto versam sobre a necessidade do Poder Popular têm a oportunidade de pôr em prática esse conceito de organização nos Centros, Diretórios Acadêmicos e outros espaços estudantis da rotina universitária. Mas não é bem isso que acontece.

Se nas conversas de bar sobre o Maio de 68 ou sobre os conflitos na Bolívia essas pessoas são capazes de se entusiasmar como crianças, na hora de pegar na foice e no martelo o que impera é a negligência. Faltam em reuniões, não cumprem tarefas. Minam desse jeito qualquer tentativa de organização de base.

Poxa, assim se vai construir o Poder Popular como?

Desanima? Sim. Desistir? Jamais.

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Ps1: escrevendo esse texto me lembrei do documentário mais louco de toda minha vida: A Batalha do Chile. São 4 horas e meia de encher os olhos de qualquer militante, divididos em 3 dvds. Quem não assistir é a mulher do padre.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Finalmente, o site novo

A rádio Unesp Virtual é um projeto de extensão do qual participo desde o meu primeiro semestre de faculdade.

Ele tem várias qualidades (como proporcionar aos alunos a possibilidade da prática em rádio e da experimentação de novas linguagens) e defeitos (como a falta de audiência, o que acaba não efetivando o conceito de extensão).

Mas o principal motivo para a falta de audiência era o site antigo, que era totalmente não funcional, quadrado e pouco atrativo. Agora, tudo mudou.

Depois de 1 ano e meio de sofrimento, a página da Unesp Virtual está com cara de site de uma rádio universitária. Todos os programas têm suas páginas e é possível ouvir os programas antigos com mais facilidade (aproveitando, clique no link do Raiz Social)

Enfim, ficou uma beleza! E eu, veterano do quarto ano, velho de guerra... fico feliz de sair da faculdade com uma estrutura dessas num projeto que dei tanto sangue.

Agora é encaminharmos novas pessoas para chegarmos ao passo seguinte: divulgar o projeto para que o conceito de extensão universitária seja cumprido.

Entre e dê uma olhada: www.radiovirtual.unesp.br
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Metalinguagem: ah, fizemos até um lançamento do site na facul... pena que deu pouco gente. Também lançamos um boletim informativo da rádio, chamado Clique!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Pós Ilha Solteira



Já passou um tempo da viagem ao Festival de MPB de Ilha Solteira, mas vale a pena dedicar um post sobre ele.

Foi o quarto ano em que eu fui para essa cidadezinha. Acho que o mais legal foram as pessoas diferentes que também foram para lá: Gaba, Vanessa, Paola, Marian.

Os shows principais foram fantásticos: Mutantes e Arnaldo Antunes fizeram equivalência com minhas expectativas. O show dos Mutantes teve uma energia fodida. O do Arnaldo foi, como bem disse a Van, a apresentação mais emocionante da minha vida.

A prainha é sempre boa, mesmo com um som nada a ver rolando nos intervalos. A energia daquelas águas, por mais "parpite" que seja, como sempre diz o Gaba, revigora.

De ruim, a saudade de pessoas que não estavam lá, certeza de que não vou voltar para essa tal cidadezinha tão cedo e a raiva dos idiotas que atrapalharam o show do Arnaldo.
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Metalinguagem: depois, de volta à realidade

domingo, 21 de setembro de 2008

Sobre Prendas Domésticas



3 anos e meio atrás, no início da faculdade e da vida longe da casa da mãe, minhas habilidades junto aos afazeres domésticos eram mais ou menos as mesmas que as do Gabriel no manejo de um teclado de computador. Fruto de 19 anos de mãe, vó, tia e empregada sempre limpando minha sujeira e cozinhando minha comida. Nunca precisei lavar um garfo, nem varrer um tufo de pêlo. E não me culpem por isso, mas sim os responsáveis pela minha educação (que, apesar de ter sido muito boa no geral, considero falha nesse ponto).

Não tenho vergonha de dizer que me acostumei a viver na sujeira. Nem de revelar que meu prato predileto foi miojo com hambúrguer. Tive essa rotina, com poucas variáveis, durante um bom tempo de minha faculdade. Até esse ano.

Com o nascimento da Araguaia, minha república, não sei explicar exatamente por quê, o gosto pelas tarefas de dono-de-casa aflorou. Em parte, a razão reside no fato de que, diferentemente de um apartamento, uma casa junta sujeira em uma velocidade muito maior. E diante da opção dos araguaianos de não fazer uso de uma faxineira, passei a obrigatoriamente ter contato semanal com a vassoura e o pano. Caso contrário, era viver no lixão.

Foi nesse ano também que aprendi a cortar cebola, já que resolvi me aventurar também no fogão. Alguns dos responsáveis por essa nova fase foram os enjoativos (porém salvadores) marmitex do Tempero Manero, sempre com 90% de arroz, e meu companheiro de casa Linconl, que desde meu segundo ano gostava de bancar o cozinheiro. E acabou me influenciando.

Hoje, ao realizar aquela faxina (quando com muito tempo livre, é importantíssimo destacar isso!) ou ao servir aquele arroz/feijão/bife para um dos 4 habitantes da casa, experimento um prazer terapêutico. Me sinto melhor, me desestresso. É como se o ritmo da sociedade capitalista, com a opressão dos compromissos e da pontualidade, desse espaço para o ritmo da sociedade medieval, agrária, que obedecia tão somente aos ditames da natureza, sem prazos.

Parece viagem né?

Pensamento pra quebrar o gelo

Faltam pouco mais de 2 meses pra eu me separar das pessoas que mudaram minha vida, mas minha rotina universitária ultimamente tem andado tão matraiada, que eu mal tenho tido tempo pra deixar com que a ficha caia.

Mas a vida anda.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sucesso

Em uma aula no segundo ano de faculdade, o professor disse que a porcentagem de jornalistas formados que exercia a profissão era de apenas 13%.

É pouco, bem pouco para um curso com uma concorrência tão grande no vestibular (cerca de 25 candidatos por vaga, na Unesp). Explicações existem várias, mas a que eu considero mais correta é a de que a profissão de jornalista exerce grande facínio pela possibilidade da fama.

Imagine quantas menininhas não entram no curso pensando em apresentar o Jornal Nacional? E o pior, tem umas que saem do curso pensando a mesma coisa. Mas depois a dura realidade trata de dar um salário zuado e um emprego pior. Mas é claro que, em via de regra, quanto menor o senso crítico e o poder de contestação, melhor é o emprego, pelo menos em termos de fama.

Enfim, feita essa breve consideração, vou contar uma historinha. Um veterano meu conseguiu um emprego numa afiliada de uma grande emissora de televisão, num longínqüo Estado.

O cara foi bem várzea na faculdade inteira. Não se envolveu com projetos de extensão, nem iniciação científica, nem movimento estudantil, nem estágio e nem atlética. O cara só fazia o básico das aulas. Tinha um senso crítico limitado.

Só que essa emissora tem um programa bem famoso no domingo. Aconteceu alguma coisa lá na terra em que ele trabalha e o cara apareceu no programa de domingo. Resultado: virou comentário na minha sala:

-Você viu o fulano na TV? Esse tá se dando bem. A minha esperança é essa.

Achei meio deprimente ouvir isso. O cara é um soldadinho de chumbo, não tem senso crítico (como na maioria dos grandes meios) e só porque apareceu na TV no domingo é o ícone do cara bem sucedido.

É preferível ganhar pouco, não aparecer e fazer algo em que se acredita do que ser um pau mandado famoso.

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Metalinguagem: fato ocorrido há um tempinho, mas que fiz algo que não costumo fazer: salvar o rascunho

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pensar...

Nos primeiros anos de faculdade, eu não pestanejava. Sempre que saía de casa para o longo caminho até a faculdade (que percorria a pé, para exercitar-me), metia os dois fones no ouvido e começava a viajar no meu próprio mundinho musical.

É bom. Como diz um amigo meu, o Gaba, é como se você estivesse num clipe. Você tenta caminhar no ritmo da música, canta junto, aprende melhor a letra e até reflete sobre ela, quando a operação já não se tornou tão automática.

Mas de uns tempos para cá, tenho preferido o silêncio. Ou melhor, o observar. Eu sempre pensava nisso quando pegava os trens metropolitanos de Suzano. Será que eu escuto música ou reparo na conversa dos outros, tento trocar uma idéia com alguém? Rolam tantas coisas interessantes no óbvio, no cotidiano, que realmente me dá uma preguiça de ouvir música, apenas para reparar nos outros.

Certa vez, no curso de locução do Senac, a professora psicóloga disse que quem ouve muita música tem medo de enfrentar seus problemas pessoais, os conflitos dentro da cabeça.

Acho que não sofro desse mal. Na verdade, a preguiça de ligar a música para sair talvez seja uma mania de pensar, viajar.

Por falar em viagem, dê uma olhada no filme mais viajante de todos: Waking Life. Na parte a seguir, a moça fala sobre como as palavras representam sentimentos. Que loucura!
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Metalinguagem: esse era um assunto que estava na lista de coisas a serem faladas há muito tempo. Funcionou como uma matéria de gaveta, no jargão jornalístico.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Os Mutretas estréiam numa festa de Rep...

(Vanessa Lee e Suzano Baptista)

...e não poderia ser em local mais apropriado, a República Araguaia, casa de grandes amigos, na criativa festa "Xapando em Pequim", uma homenagem aos Jogos Olímpicos.
A casa estava toda decorada, inclusive ajudei a produzir uns adereços (anéis olímpicos) de papel crepom com a galera.

A festa começou e teve a apresentação de duas grandes bandas: Gnomus Verdes Fritos (com a volta de Marcão na percussão) e Filha Solteira.
(à esquerda, Russo Dias) Chegada a nossa vez, confesso que fiquei com frio na barriga, coisa que sempre acontece quando vou me apresentar. Já comecei errando a primeira harmonia vocal, mas acho que ninguém percebeu, hehe.
O fato é que as músicas foram passando e eu estava me sentindo muito bem ali. Algumas canções ficaram muito boas, como "Fuga número II", em que a Vanessa Lee cantou de forma impecável. Sempre que uma música terminava, eu olhava para o Russo e tinha vontade de falar:

"Puta que pariu! Que dahora!"

(à direita, Raul Liminha e Carol Mourão) Enfim, quando chegamos na música de número 14, eu não acreditei. Parecia que tínhamos tocados só umas 5. Mandamos mais uma ou duas e show acabou.

Só sei que tocar num lugar desses, em que a galera está curtindo e a banda está ensaiada (nem tanto, hehe) é uma das sensações mais gostosas que já experimentei.

Que venham mais oportunidades!
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Metalinguagem:
as fotos são da Piri. Não deu para tirar uma foto da banda inteira. Ainda faltou o Juca na batera.

domingo, 17 de agosto de 2008

A zica em forma de pedra

Quando eu estava no primeiro ano da faculdade, cansei de ir ao pronto-socorro do Hospital de Base, aqui em Bauru, para ser atendido. Ou melhor, para esperar, esperar, esperar, esperar... e ser atendido, não tão bem atendido, diga-se de passagem.

Como diversas matérias de veículos locais já mostraram, o cara fica cerca de 5 horas na fila, recebe o primeiro atendimento, espera meia hora, faz algum exame, espera mais uma horinha, e depois é atendido novamente.

Uma vez conversando com o professor Osvaldo, da Unesp, ele disse que em termos de atendimento, está tudo errado na saúde de Bauru. Os postos existem, mas as pessoas não recorrem a eles por pensarem que é necessário ir ao PS por qualquer coisa. Resultado: superlotação. Claro, fora isso, existem mil outros fatores.

Enfim. Noutro dia tive uma puta crise de dor na barriga, mas uma dor que eu nunca tinha sentido na vida. Chamei meu amigo Porangaba e fomos ao hospital particular, já que minha mãe fez um convênio para mim, depois de tanta zica no primeiro ano. Mesmo assim, o atendimento não foi dos melhores.

Cheguei lá por volta das 1h30 e saí às 4h30. Voltei para casa com suspeita de pedra no rim. Ainda não sei o resultado, tenho que fazer mais exames.

Mas contei toda essa história para parafrasear meu amigo Bulhões: "E quem não tem dinheiro?"
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Metalinguagem: Porangaba é o mais novo apelido de Gaba

terça-feira, 12 de agosto de 2008

As férias de início de semestre

No derradeiro semestre de universidade, eu tenho apenas 10 créditos por semana, sem contar o TCC, o que dá apenas duas manhãs e meia de aula durante toda a semana.

Claro, preciso estudar para o TCC, passar a bola em outros projetos, como a rádio, o Raiz Social e o Jornal do Ferradura, mas enquanto a água não bate na bunda, eu e alguns amigos curtimos mini-férias em plena volta às aulas. Elegemos a primeira semana de aula como continuação das férias.

Conversas longas, idas a bares, voltas de carro na madrugada e disputas acirradas de partidas de video game deram a tônica. Sem contar a vontade de fazer coisas que nunca fizemos, como correr em volta do parque Vitória Régia em plena chuva ou ir do nada para a cidade de Agudos, dar uma volta na praça. Infelizmente, essas idéias não foram concretizadas.

Fomos dormir todos os dias às 7 ou 8 horas da manhã.

A sensação de ter que aproveitar esses últimos momentos de "não necessidade de emprego", de curtição da vida universitária, enchem a todos nós de uma nostalgia antecipada que nos faz sermos mais crianças, justamente às porta de entrarmos definitivamente para a vida adulta.

Agora as coisas já estão voltando ao normal, tenho que apresentar trabalho, já estou estudando de novo para o TCC. Mas o clipe da também nostálgica música do Smashing Pumpkins, 1979, me lembra muito essa semana de "liberdade" que vivi há pouco, talvez a última em longos e longos anos.
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Metalinguagem: post dedicado aos principais companheiros dessa tal semana: Bulhões, Gaba, Van, Carol, Russo.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Arnaldo Antunes na veia

Na última semana tive uma overdose de Arnaldo Antunes.

Enquanto eu fazia uns trabalhos bem mecânicos da faculdade (cadastro de projetos de extensão), comecei a ouvir todos os álbuns do cara, de cabo a rabo.

Tinha me esquecido de como o disco "Um Som" é bom. É o último trabalho dele antes da experimentação total do cd "O Corpo". Recomendo as canções "Fim do Dia", "O Sol" e "Volte para o Seu Lar".

Bom, depois de 9 discos ouvidos, fiquei mais instigado ainda, pois como já contei aqui, ganhei um livro de poesias dele, o "Como é que chama o nome disso", só com a seleção de seus melhores trabalhos poéticos.


Reli trechos do livro "As coisas", em que ele detalha, com uma certa ingenuidade infantil, o óbvio ululante que, por ser tão óbvio, acaba fugindo das nossas vistas.

Não satisfeito, comecei a ver entrevistas e trechos de shows ao vivo do cara no youtube. Achei que ele ficou meio em cima do muro no Provocações, do Abu, mas respondeu uma coisa dahora sobre Jesus, numa palestra.

Enfim, tudo isso me deu uma puta vontade de ir a um show do cara.

Eis que, no primeiro intervalo do princípio do fim (último semestre da faculdade), Russo me diz:

-Suzano, você sabia que Arnaldo Antunes e Mutantes vão tocar em Ilha Solteira?

Não acreditei, mas é verdade: Arnaldo e Mutantes são, sem a menor dúvida, os dois artistas que mais curto no momento. Isso que é sorte!
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Metalinguagem: eu ia colocar o poema "O corpo" aqui, mas já temos informação em demasia neste post. Enfim, fica a dica.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Mudanças

No começo do ano eu estava com medo de tantas mudanças que aconteceriam na minha vida trazidas pelos últimos dois semestres de faculdade. Duas delas ocupavam o papel principal: namoro à distância e TCC.

O ano teve seu prosseguimento e as coisas foram bem. Consegui conciliar o namoro à distância com as atividades acadêmicas, apesar de estar um pouco atrasado no cronograma do TCC.

Vieram as férias e duas bombas:

A primeira é que tenho vitiligo, aquela doença do Michael Jackson e do Rapin Hood. É por isso que minha barba está nascendo branca. Bom, o tratamento envolve corticóides e não poderei beber por 1 ano. Pelo menos há cura.

A segunda e mil vezes pior notícia é que minha namorada acabou de embarcar para o Japão, onde será correspondente da editora JBC. Ficará lá por 3 anos, cobrindo a vida dos dekasseguis.

Depois de 2 anos de uma relação tão forte, é muito duro romper por uma questão meramente física. Muitos disseram para tentarmos continuar, mas achamos melhor pararmos agora e não deixarmos o amor que ainda existe definhar até ser desprezado por um dos lados.

Tati, retribuo a mensagem que deixou no seu blog. Tenho certeza de que se dará muito bem no Japão, tanto em termos de adaptação pessoal, quanto em termos profissionais. Você é uma grande jornalista e uma pessoa a qual sempre irei querer todo o bem do mundo. Se o nosso namoro se rompeu por uma questão física, a admiração, o carinho e o respeito construídos ao longo desses anos não se vão tão facilmente. Parabéns e boa sorte.

E para que se lembre sempre do que eu te digo a respeito da falta de desigualdade social (pelo menos aparente, já que eles exploram outros países) no Japão, dois versos do último presente que você me deu, o livro do Arnaldo Antunes:

Miséria é miséria em qualquer cantoRiquezas são diferentes

Último semestre totalmente inesperado: sem a Tati, sem poder beber e com uma doença estranha.
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Metalinguagem: Se os posts do começo do ano estavam meio depressivos, confesso que esse é o campeão. Sei que dói, que passa e que as lembranças da Tati serão sempre boas.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

"Abolição" da escravidão

Tive vontade de postar sobre isso depois da última terça-feira, em que toquei no Cupim Grill, em Bauru, com os Mutretas, numa festa junina fechada. O preço da portaria era de 2 reais.

Ao final da apresentação, uma senhora negra que trabalhava no local, trajada com vestido preto e touca branca na cabeça, apanhou uma grande bacia com pipoca e começou a servir a galera que estava dentro do bar.

Uns agradeciam a mulher, outros só pensavam na pipoca, mas as roupas meio antiquadas que a senhora vestia, misturado com o ato de servir os universitários fez com que eu sentisse um baque.

Na hora, lembrei-me do filme "Quanto Vale ou é por Quilo?", de Sérgio Bianchi, em que crianças negras vão gravar um comercial televisivo para uma ONG e são guiadas por uma mulher branca. De repente, há um flash e os meninos e meninas são mostrados com máscaras e correntes na cabeça, lembrando a época da escravidão.

Foi assim que me senti ao ver aquela mulher, como na época da escravidão. A negra servindo os brancos.

Esse flash bateu em mim por um instante e, mais nitidamente, vi como as coisas mudaram pouco nos últimos 120 anos. Mesmo estando em um momento de confraternização, confesso que me senti um pouco mal.

É por isso que o movimento negro rechaça o 13 de maio (dia da assinatura da Lei Áurea). O dia mais simbólico é o 20 de novembro (dia da Consciência Negra), com origem na luta de Zumbi dos Palmares.
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Metalinguagem: postagem curta, pois foi feita na madrugada.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Praticamente, 1 mês depois....

... eu estou me justificando para mim mesmo e para os poucos leitores deste blog o porquê de ele estar parado por tanto tempo.

Motivos óbvios: correria da faculdade, preguiça imensa de postar e falta de estímulo visual - o blog está muito feio.

O pior é que nesse meio tempo eu pensei em fazer alguns posts legais:

-Oficina de rádios comunitárias: eu participei de uma e adquiri uma visão mais abrangente sobre o conceito de comunicação comunitária para uma rádio;

-Criação do Podcast do Raiz Social: esse irá render um post mais dia ou menos dia. O link já está ali do lado. O endereço é www.raizsocial.podomatic.com;

-A volta triunfal do Zooasis: não foi tão triunfal assim, mas foi muito divertido voltar a tocar na banda de Oasis cover (com a participação especial de Andy Ruiz Bell no baixo). Finalmente toquei numa festa de república em Bauru. Espero repertir esse feito por mais vezes.

Pretendo desenvolver tais assuntos de forma mais profunda em breve. Se não for tão em breve, pelo menos que seja num período inferior a 1 mês.
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Metalinguagem: confesso que sinto um certo alívio em postar - apesar dos diversos motivos que me levam a não postar com freqüência, é angustiante ver o blog às moscas.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Rápidas Impressões sobre o Expocom 2008

Eu e mais uma galera da Unesp participamos do último Intercom Sudeste, que ocorreu no Mackenzie, em São Paulo, na semana passada. Expocom é o evento em que trabalhos universitários são expostos. No último dia de congresso, o ganhador de cada modalidade tem o "privilégio" de representar sua região (o sudeste, no caso) no Intercom Nacional, que ocorre em setembro.

Após a contextualização, vamos ao que interessa:

-Perdemos: o jornalismo da Unesp participou com vários projetos e nenhum ganhou. Dos que eu integro, estavam o Jornal do Ferradura, o Raiz Social e a Web-Rádio Unesp Virtual. O Ferradura perdeu para um livro reportagem sobre a morte (pasmem), o Raiz perdeu para um rádio-documentário sobre a clausura nas religiões (que era bem feito) e a rádio perdeu para um programa (tosquíssimo, por sinal) feito por cegos.

-Categorias: um jornal comunitário concorrendo com um livro-reportagem, um radiojornal concorrendo com um rádio-documentário, uma rádio concorrendo com um programa feito por cegos. Tá tudo errado!

-Critérios: os jurados diziam que os principais critérios eram o público alvo, a importância social e a inovação contidos no produto. Com relação ao público alvo, pode até ser verdade, mas os outros dois critérios foram totalmente descartados. Vide a vitória de faculdades famosas por seguirem uma linha mercadológica em vez de propor inovações e tentar democratizar o acesso à comunicação.

-Qualidade: tinha muito, mas muito trabalho ruim mesmo. Produtos que se fossem apresentados em sala de aula deveriam tirar, no máximo, um 5, foram "classificados" pela faculdade a participar do evento.
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Metalinguagem: Intercom, nunca mais.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Enfim... Palmeiras Campeão



Como o leitor atento deste blog pode ter percebido, EU JÁ SABIA! Vide o meu "perfil" descrito no canto direito desta tela: "Palmeirense desde criancinha, acredita no fim do jejum alvi-verde em 2008".

Dito e feito!Assisti à epica goleada de 5x0 contra a Ponte Preta na companhia de meu velho pai (zueira, ele só tem 56 anos) e de minha avó (não revelarei a idade, por uma qustão de educação). Os dois foram grandes influências para que eu me tornasse palmeirense.

Quando eu era criança, dei uma sorte tremenda. Justo na época em que eu comecei a gostar de futebol, lá por volta dos meus 7 anos, o Palmeiras quebrou um jejum de 17 anos sem títulos para se tornar um dos maiores times do Brasil e do mundo.

Fiquei mal acostumado. O último título importante veio com a Libertadores de 99. Mas eu comemorei o Rio São-Paulo de 2000 (4x0 no Vasco) e a Copa dos Campeões (também de 2000, que dava direito à disputa da Libertadores).

Depois, 8 anos de fila. Para quem já esperou 17 anos, 8 parece pouco, mas é muito tempo para um time grande. Para se ter uma idéia, no último título do Palmeiras, eu estava na oitava série do primeiro grau! Atualmente, estou no último ano do ensino superior.

Tardou, mas veio. Agora é só comemorar! Palmeiras Campeão Paulista de 2008!

DÁ-LHE PORCO!!!
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Metalinguagem: eu ia escrever este post no dia da conquista do título, mas antes tarde do que nunca, hehe.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A demora para postar

Quando uma pessoa tem um blog, é necessário que ela o alimente com novos conteúdos seguindo uma certa freqüência. Esse período precisa ser mais ou menos fixo para acostumar os leitores que postam comentários.

O foda é quando você não pode postar na periodicidade certa por algum motivo específico.

Mano, dá uma preguiça do cão postar num blog depois que você não escreve nada nele há umas 3 semanas. Às vezes você tenta até se enganar, esquecendo de propósito que tem um blog e que ele clama:

-Poste em mim!

Até que chega um dia em que você decide acabar com o sofrimento e posta qualquer merda que vem à cabeça.

Como eu faço agora.
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Metalinguagem: esse post é uma metalinguagem, porra!

terça-feira, 1 de abril de 2008

O começo de semestre mais agitado dos últimos quatro anos

Começo de semestre de um estudante de jornalismo da Unesp é sinônimo de moleza, festas, cervejadas, papos-furados num buteco, aluguel de filmes, etc.

Depois a coisa vai engranando, começam os projetos paralelos, os cursos, os trabalhos.

Mas neste ano, depois de ter construído vários projetos ao longo da faculdade, chegou a hora de passá-los para frente. Ou seja: é preciso organizar a engrenagem inicial para a máquina do semestre começar a girar. E isso, meu filho, dá um trabalho desgraçado.

É reunião de diretoria da rádio pra cá, reunião geral para lá, reunião do Ferradura, do PICU, do DCE, é cartaz para treinamento dos bixos, cartaz para o cursinho dos técnicos, slide para apresentação, cartaz para assembléia do RU, e-mail avisando das reuniões, congresso de professores de jornalismo, pôster para o congresso, intercom, inscrição no intercom, pagamento do intercom, paper do intercom.
E fora isso, um monte de gente perguntando um monte de coisa para você, o tempo todo.

O pior é quando você para para ver tudo o que você fez: só burocracia. Nada que tenha feito você aprender algo interessante.

Enfim, é um trabalho chato, duro, mas alguém tem que fazê-lo para que as futuras gerações continuem os nossos projetos de extensão (e quem sabe para nós ganharmos prêmios, algo interessante para quem não faz estágio, com orgulho - diga-se de passagem -, como eu).
E ainda tem TCC, tem Raiz Social, tem Mutretas (vejam o vídeo abaixo)!
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Metalinguagem: tudo isso para justificar os vários dias que não posto neste blog.

terça-feira, 18 de março de 2008

Academicismo de merda

Na segunda aula que eu tive de Jornalismo Especializado I, há uma semana, o professor soltou a pérola:

"O Brasil é um país de ignorantes. As pessoas não são capazes de entender o que o noticiário da televisão diz"

Ele defendeu a educação, a cultura acadêmica, etc.

É, eu também. Só que não defendo que o cara se enfurne dentro da universidade ou de qualquer outro lugar isolado do resto da sociedade e fique apenas teorizando e apontando os rumos do que devemos fazer, sem sequer ter contato com o objeto de sua pesquisa.

Exemplo: a frase do segundo parágrafo deste post. Só porque a pessoa não estudou e não fez faculdade não significa que ela não entenda as entrelinhas de um noticiário. Basta ter contato com moradores de periferia para ter essa noção. No bairro em que eu faço um jornal comunitário, existe uma galera muito mais "viva" do que muito acadêmico ou universitário, talvez por perceber na pele o que a classe média só vê nos noticiários, quando vê.

Enquanto muitos colegas criticam o jornalismo por ser um curso com um número insatisfatório de matérias teóricas, eu exalto o caráter prático, a possibilidade de trocar idéias e mostrá-las às pessoas.

Claro que não se faz uma boa prática sem embasamento, mas a teoria, sozinha e mal divulgada, não é nada.
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Metalinguagem: tenho usado falas de pessoas nos últimos posts. Essas falas não são a reprodução fiel, já que não ando com gravador, mas penso que exprimem o que o cara quis dizer.

domingo, 9 de março de 2008

"Matamos o tempo, o tempo nos enterra"

Na época do meu colegial, quando as pessoas ainda usavam o ICQ para se comunicar, havia uma garota com a frase título deste post do "About" de seu programa de mensagens. Nunca troquei muita idéia com essa menina, mas a frase sempre ficou na minha cabeça. Provavelmente pelo impacto e pela difícil compreensão que eu tive no primeiro contato.

Mas não tem coisa mais certa. Enquanto vivemos soberanos, o tempo vai nos comendo pela beiradas.

Natural, afinal, aprendemos na escola que os homens nascem, crescem, reproduzem-se e morrem (apesar de não nos explicarem o sentido da vida).

É, mas e depois que se morre? As pessoas ficam com saudades, guardam suas fotos, seus ensinamentos. Só que o tempo vai passando sorrateiro até que os indivíduos que te estimam também vão morrendo, assim como os filhos deles, sucessivamente.

Eu, hoje conhecido como o Alberto, vulgo Suzano, filho da diretora do Batista Renzi, estudante de jornalismo da Unesp, diretor da web-rádio, etc, serei absolutamente nada. Talvez sobre alguma coisa, assim como o retrato do meu bisavô (também chamado Alberto) que está em cima da estante, na casa da minha avó. Uma mera foto (que será devorada pelas traças) e algumas histórias que vão se perder.

O tempo vai te enterrando até que não sobrem lembranças. As herenças que você deixou, não serão reconhecidas como suas.

Mas pensando pelo lado bom, elas estarão presentes de alguma forma nos seus descendentes, como reflete Arnaldo Antunes, na música Cabimento. Se tiver um tempinho, escute, afinal, são só 3 minutos.


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Metalinguagem: a inspiração deste post partiu do livro Olhai os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A (in)segurança dos automóveis

Em uma matéria da revista Caros Amigos do final de 2007, li sobre os diversos problemas dos automóveis com relação à segurança.

O repórter entrevistou famílias que sofrem até hoje por causa de acidentes, consultou dados e especialistas que afirmavam que a falta de segurança dos carros é enorme.

Acontece que, em menos de 1 ano, amigos próximos sofreram acidentes bem parecidos:

-Um pessoal de uma rep amiga (Maria Bonita) pegou a estrada à noite para ir de Sampa a Bauru. O carro capotou.

-O William Douglas e o Daniel, na época em que estavam fazendo o TCC em Franca, tiveram que voltar para Bauru para terem uma maldita aula e, devido à chuva, o carro perdeu o controle (não me lembro se capotou).

-O Alan e a Irmã da Tati vieram para Bauru acompanhar a formatura dos meus veterenos. Vieram de carona e, devido à chuva novamente, o carro perdeu o controle.

Nas três situações acima, os acidentes foram incríveis e os carros ficaram destroçados. Conseqüências físicas para os integrantes: praticamente nenhuma.

Apesar de ter um primo que trabalha no Jornal do Carro, eu não entendo nada de tal assunto, mas podemos chegar a duas conclusões:

1 - É fácil sofrer acidentes, principalmente na chuva. Ou seja, algo de errado deve haver na concepção dos carros.

2 - As células do carro parecem estar mais fortes, caso contrário, todos os meus amigos estariam mortos.

Completando o meu sofisma, concluímos que guiar carros é perigoso, mas morrer dentro deles está ficando mais difícil.

Agora, com as barbies, os acidentes costumam ser fatais:
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Metalinguagem: se eu estiver falando merda, por favor, corrijam-me nos comentários.