Na Folha de S. Paulo de 4 anos atrás, época de eleições presidenciais norte-americanas, achava no mínimo interessante o fato de toda notícia sobre o tema vir sempre acompanhada da marca "O Império Vota", um pouco acima do título. Afinal, o uso da alcunha de "império" para se referir aos Estados Unidos estava mais para um costume do Brasil de Fato do que para o jornal mais lido pela classe média brasileira.
Hoje, o Império vota novamente. E, como de praxe, a imprensa do mundo todo já enviou seus esquadrões de repórteres para cobrir o fenômeno. É tanta cobertura que quase passamos a saber mais sobre os Estados Unidos do que sobre o nosso próprio país.
Duas coisas que me chamaram a atenção a despeito dessas eleições que gostaria de pontuar:
- O primeiro deles, obviamente, é o fator Obama. É um pop star. Com certeza, deve ter feito os níveis de audiência das emissoras de TV que cobrem as eleições crescer substancialmente em relação a eleições anteriores. É um fenômeno midiático no aspecto mais pleno do termo.
- É incrível, beira a concretização do estereótipo, como ainda pode haver tanto conservadorismo em uma sociedade ocidental como existe nos Estados Unidos. Tirando os exemplos clássicos da moralidade religiosa e do belicismo crônico, o exemplo mais bizarro que vi nessas eleições é aquela parcela de indivíduos que endossa o discurso de que Obama é um "socialista" por pregar redistribuição de renda. E, pior, que essa característica é uma coisa abominável. Jisuis.
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Ps1: Esse link aqui, do site do Economist, direciona para um mapa que mostra de que lado os países do mundo estão nas eleições dos EUA. Azul é pra Obama, Vermelho, McCain.
Ps2: Sempre tive vontade de passar um tempo nos EUA pra sentir na pele como pensam, vivem e quais são os valores daquelas pessoas que fazem funcionar o "Império". Agora nessas eleições, acabei por estabelecer um parâmetro para definir as cidades para qual quero ir: primeiro, um tempo na capital do estado que mais votou nos republicanos; depois, outro período na capital do estado que mais votou nos democratas. A idéia é conhecer os extremos opostos e tirar uma média (eita pensamentozinho matemático!). Mais um plano pra entrar na fila.
Ps3: O Brasil também recém saiu de um processo eleitoral. Por diversas vezes, o termo "Festa da Democracia" foi usado, sobretudo na televisão. "'Festa da Democracia' onde, mané?" Trata-se de um processo que, pra você estar no jogo, depende de doações de empresas. Ou seja, se não estiver alinhado com interesses privados, você não consegue fazer meia dúzia de viagens de avião. Sem contar que, segundo uma tese minha, a grande mídia mitifica as eleições da maneira como o faz com o objetivo de convencer o cidadão comum que seu único papel enquanto sujeito político se dá de 2 em 2 anos no mês de Outubro. Outro dia desenvolvo melhor esse meu raciocínio.
Ps4: A foto-montagem acima foi tirada do site Gawker.com, que parece ser um blog de cobertura política. Via coluna do Nelson de Sá na Folha de S. Paulo de hoje (eita leitorzinho de folha descarado).
Ps1: Esse link aqui, do site do Economist, direciona para um mapa que mostra de que lado os países do mundo estão nas eleições dos EUA. Azul é pra Obama, Vermelho, McCain.
Ps2: Sempre tive vontade de passar um tempo nos EUA pra sentir na pele como pensam, vivem e quais são os valores daquelas pessoas que fazem funcionar o "Império". Agora nessas eleições, acabei por estabelecer um parâmetro para definir as cidades para qual quero ir: primeiro, um tempo na capital do estado que mais votou nos republicanos; depois, outro período na capital do estado que mais votou nos democratas. A idéia é conhecer os extremos opostos e tirar uma média (eita pensamentozinho matemático!). Mais um plano pra entrar na fila.
Ps3: O Brasil também recém saiu de um processo eleitoral. Por diversas vezes, o termo "Festa da Democracia" foi usado, sobretudo na televisão. "'Festa da Democracia' onde, mané?" Trata-se de um processo que, pra você estar no jogo, depende de doações de empresas. Ou seja, se não estiver alinhado com interesses privados, você não consegue fazer meia dúzia de viagens de avião. Sem contar que, segundo uma tese minha, a grande mídia mitifica as eleições da maneira como o faz com o objetivo de convencer o cidadão comum que seu único papel enquanto sujeito político se dá de 2 em 2 anos no mês de Outubro. Outro dia desenvolvo melhor esse meu raciocínio.
Ps4: A foto-montagem acima foi tirada do site Gawker.com, que parece ser um blog de cobertura política. Via coluna do Nelson de Sá na Folha de S. Paulo de hoje (eita leitorzinho de folha descarado).