Pensar...

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pensar...

Nos primeiros anos de faculdade, eu não pestanejava. Sempre que saía de casa para o longo caminho até a faculdade (que percorria a pé, para exercitar-me), metia os dois fones no ouvido e começava a viajar no meu próprio mundinho musical.

É bom. Como diz um amigo meu, o Gaba, é como se você estivesse num clipe. Você tenta caminhar no ritmo da música, canta junto, aprende melhor a letra e até reflete sobre ela, quando a operação já não se tornou tão automática.

Mas de uns tempos para cá, tenho preferido o silêncio. Ou melhor, o observar. Eu sempre pensava nisso quando pegava os trens metropolitanos de Suzano. Será que eu escuto música ou reparo na conversa dos outros, tento trocar uma idéia com alguém? Rolam tantas coisas interessantes no óbvio, no cotidiano, que realmente me dá uma preguiça de ouvir música, apenas para reparar nos outros.

Certa vez, no curso de locução do Senac, a professora psicóloga disse que quem ouve muita música tem medo de enfrentar seus problemas pessoais, os conflitos dentro da cabeça.

Acho que não sofro desse mal. Na verdade, a preguiça de ligar a música para sair talvez seja uma mania de pensar, viajar.

Por falar em viagem, dê uma olhada no filme mais viajante de todos: Waking Life. Na parte a seguir, a moça fala sobre como as palavras representam sentimentos. Que loucura!
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Metalinguagem: esse era um assunto que estava na lista de coisas a serem faladas há muito tempo. Funcionou como uma matéria de gaveta, no jargão jornalístico.