Na segunda aula que eu tive de Jornalismo Especializado I, há uma semana, o professor soltou a pérola:
"O Brasil é um país de ignorantes. As pessoas não são capazes de entender o que o noticiário da televisão diz"
Ele defendeu a educação, a cultura acadêmica, etc.
É, eu também. Só que não defendo que o cara se enfurne dentro da universidade ou de qualquer outro lugar isolado do resto da sociedade e fique apenas teorizando e apontando os rumos do que devemos fazer, sem sequer ter contato com o objeto de sua pesquisa.
Exemplo: a frase do segundo parágrafo deste post. Só porque a pessoa não estudou e não fez faculdade não significa que ela não entenda as entrelinhas de um noticiário. Basta ter contato com moradores de periferia para ter essa noção. No bairro em que eu faço um jornal comunitário, existe uma galera muito mais "viva" do que muito acadêmico ou universitário, talvez por perceber na pele o que a classe média só vê nos noticiários, quando vê.
Enquanto muitos colegas criticam o jornalismo por ser um curso com um número insatisfatório de matérias teóricas, eu exalto o caráter prático, a possibilidade de trocar idéias e mostrá-las às pessoas.
Claro que não se faz uma boa prática sem embasamento, mas a teoria, sozinha e mal divulgada, não é nada.
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Metalinguagem: tenho usado falas de pessoas nos últimos posts. Essas falas não são a reprodução fiel, já que não ando com gravador, mas penso que exprimem o que o cara quis dizer.