Muro de Berlim no Alto Tietê

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Muro de Berlim no Alto Tietê


Estação ferroviária de Suzano - ao fundo, o alto muro

Uma das coisas que mais faço quando estou em Suzano é... ir para São Paulo.

Os compromissos são diversos: boteco com amigos, shows, jogo do Palmeiras, necessidade de ir até a rodoviária, visita a parentes e amigos, etc.

O meio de transporte mais usado por mim para chegar à capital paulista é o trem. Ele é mais rápido, mais barato e não fica parando em toda esquina, como faz o ônibus que vai de Suzano até a estação Tietê. Sem contar que existem coisas que só acontecem no trem (inclusive já relatei uma história aqui).

Mas o trem não serve apenas para transportar trabalhadores (em geral de camadas populares), ele também segrega populações da mesma cidade.

Para se fazer uma linha de trem, além dos trilhos, é preciso muito bloco e concreto. Os muros precisam ser altos o suficiente para ninguém os pular, e longos o suficiente para ligarem todas as regiões envolvidas.

Resultado: um imenso muro divide as cidades de Suzano, Poá e Ferraz de Vasconcelos em duas partes: a rica e a pobre. E as esparsas e longas passarelas não dão conta do problema.

E o pior é que essa divisão já está tão normalizada aos nossos olhos, que precisei prestar atenção no discurso de um político da região, que disse haver um grande "muro de Berlim" no Alto Tietê, para que eu me atentasse mais ao assunto.

É... no nosso sistema, a arquitetura também segrega e muito... às vezes está tão na nossa cara que não percebemos.

Clique aqui e veja o mapa das linhas de trem da região metropolitana de São Paulo.
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Metalinguagem: dá para fazer um blog só contando as coisas que acontecem no trem, esse limbo da segração social!