Texto sobre sorriso

domingo, 18 de janeiro de 2009

Texto sobre sorriso

Em livros de literatura (que eu não lia há muito tempo, devido a minha pesquisa para o trabalho de conclusão de curso) há certos momentos em que a sensibilidade das palavras consegue alcançar pontos tão fortes que chega a comover, talvez por resvalar em sentimentos e percepções tão difíceis de serem definidos.

Recentemente, lembrei-me disso em dois momentos.

O primeiro foi no trecho abaixo, tirado do livro "O Grande Gatsby", de F. Scott Fitzgerald.

O segundo foi hoje, no Museu da Língua Portuguesa, que eu já tinha visitado no ano passado, mas tornei a me emocionar quando entrei naquela sala em que há diversas projeções de vídeo e áudio com grandes artistas interpretando os melhores textos da nossa língua.

Bom, agora contemple esse texto e veja se ele também te toca.

"Sorriu compreensivamente - muito mais do que compreensivamente. Era um desses sorrisos raros que têm em si algo de segurança eterna, um desses sorrisos com que a gente talvez depare quatro ou cinco vezes na vida. Um sorriso que, por um momento, encarava - ou parecia encarar - todo o mundo eterno, e que depois se concentrava na gente com irresistível expressão de parcialidade a nosso favor. Um sorriso que compreendia a gente até o ponto em que a gente queria ser compreendido, que acreditava na gente como a gente gostaria de acreditar, assegurando-nos que tinha da gente exatamente a impressão que a gente, na melhor das hipóteses, esperava causar. Precisamente nesse ponto, o sorriso se dissipou..."
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Metalinguagem: uma vez fiz um post parecido, mas o livro era do Rubem Fonseca e o texto era sobre sexo - clique aqui e relembre.