Dizem os empresários otimistas que o período de crise passou e que agora é preciso pensar no "pós-crise", afinal, o Brasil pode crescer até 1% este ano, segundo Guido Mantega (foto), chutando a estagnação prevista há pouco.
O engraçado é que os jornalões, os jornalecos e seus analistas se prendem aos números do binômio crise-demissões, sem verificar as consequencias que essa relação proporciona às pessoas de carne e osso.
Para ser prático, cito um caso que deixou meus colegas de trabalho um tanto assustados: nesta terça, na principal rua do comércio suzanense, (rua General Francisco Glicério - foto) uma atendente de 32 anos foi baleada em plena luz do dia após sacar R$8 mil em uma agência bancária. Ela foi perseguida por dois assaltantes. Por ter reagido, acabou sendo baleada.
Uns podem dizer: "Ah, ela vacilou, não se pode tirar uma quantia tão alta". Sim, é verdade, mas não se trata de um caso isolado. Nesta matéria sobre o ocorrido, há um intertíulo em que os comerciantes da cidade expõe sua indignação com relação ao grande aumento da violência na região (a de maior concentração financeira da cidade) nos últimos meses.
Ontem mesmo, indo para o trabalho (na rua em que ocorreu o crime citado), fui alvo de uma cena pouco comum, pelo menos nos seis meses que estou trabalhando em terras suzanenses: um cara me parou na rua e perguntou se eu tinha "perdido" um relógio. Provavelmente era roubado e ele queria me vender.
No assassinato ocorrido em Suzano, a mídia local coloca a culpa na falta de monitoramento eletrônico e no pouco número de guardas rondando o centro da cidade. Assim, esquecem-se do que os jornalões também fingem esquecer: a criminalidade aumenta com o desemprego.
Ah, é que eles não podem se contradizer, pois "a crise já é passado" e o recente aumento no número de roubos e furtos na cidade seria apenas uma "coincidência", que deve ser combatida com repressão.
A crise está só no começo e os jornais não exergam o desdobramento mais evidente.
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Metalinguagem: com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade de Suzano e toda a região do Alto Tietê têm apresentado perda de postos de trabalho desde o início do ano. Apesar de haver recente redução das demissão, elas ainda superam as contratações. Créditos das fotos - Mantega: globo.com; rua de Suzano: mixsaopaulo.com.br
O engraçado é que os jornalões, os jornalecos e seus analistas se prendem aos números do binômio crise-demissões, sem verificar as consequencias que essa relação proporciona às pessoas de carne e osso.
Para ser prático, cito um caso que deixou meus colegas de trabalho um tanto assustados: nesta terça, na principal rua do comércio suzanense, (rua General Francisco Glicério - foto) uma atendente de 32 anos foi baleada em plena luz do dia após sacar R$8 mil em uma agência bancária. Ela foi perseguida por dois assaltantes. Por ter reagido, acabou sendo baleada.
Uns podem dizer: "Ah, ela vacilou, não se pode tirar uma quantia tão alta". Sim, é verdade, mas não se trata de um caso isolado. Nesta matéria sobre o ocorrido, há um intertíulo em que os comerciantes da cidade expõe sua indignação com relação ao grande aumento da violência na região (a de maior concentração financeira da cidade) nos últimos meses.
Ontem mesmo, indo para o trabalho (na rua em que ocorreu o crime citado), fui alvo de uma cena pouco comum, pelo menos nos seis meses que estou trabalhando em terras suzanenses: um cara me parou na rua e perguntou se eu tinha "perdido" um relógio. Provavelmente era roubado e ele queria me vender.
No assassinato ocorrido em Suzano, a mídia local coloca a culpa na falta de monitoramento eletrônico e no pouco número de guardas rondando o centro da cidade. Assim, esquecem-se do que os jornalões também fingem esquecer: a criminalidade aumenta com o desemprego.
Ah, é que eles não podem se contradizer, pois "a crise já é passado" e o recente aumento no número de roubos e furtos na cidade seria apenas uma "coincidência", que deve ser combatida com repressão.
A crise está só no começo e os jornais não exergam o desdobramento mais evidente.
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Metalinguagem: com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a cidade de Suzano e toda a região do Alto Tietê têm apresentado perda de postos de trabalho desde o início do ano. Apesar de haver recente redução das demissão, elas ainda superam as contratações. Créditos das fotos - Mantega: globo.com; rua de Suzano: mixsaopaulo.com.br