No início da tarde de hoje, fui até a casa do "seu" Antônio Carlos, operador de empilhadeira e morador do Parque São Francisco, na periferia de Ferraz de Vasconcelos.
Ele fez uma reclamação para o jornal em que trabalho a respeito da promessa não cumprida pelo prefeito eleito de pavimentar a rua da casa dele, que é muito íngrime. A falta de pavimentação, obviamente, causa problemas. Um dos mais graves é a impossibilidade do caminhão de lixo descer a rua.
No Brasil e no mundo, devem existir mil histórias como essa (de políticos que prometem e não cumprem). Porém, o relato do Antônio Carlos se atentou a detalhes que revelam a falsidade e tornaram a entrevista muito engraçada. Confesso que comecei a gargalhar no meio da conversa. Aí vai um trecho de algo que consigo me lembrar:
"Em época de eleição, todos os candidatos vêm até aqui, apertam a mão de todo mundo, entram na casa das pessoas. A gente oferece um bolo de fubá mais duro que pedra e eles comem e acham gostoso. A gente serve um café amargo e frio, eles acham muito bom. Eles veem uma criança recém nascida e pegam no colo. O menino pode estar remelento, sujo, eles não ligam, falam que a criança é linda.
Depois da eleição, eles nem aparecem".
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Metalinguagem: a história de pegar criança no colo é velha, masa a do "bolo-pedra" eu nunca tinha ouvido.