Aqui nao tem cursinho, Che!

sábado, 6 de janeiro de 2007

Aqui nao tem cursinho, Che!

Sabiam que nao tem limite de vagas nos cursos universitarios na Universidade de Republica, a universidade publica do Uruguai? Em outras palavras, aqui nao tem vestibular pra entrar na faculdade.

A pessoa interessada no curso superior precisa fazer o que eles chamam de pre-universitario, que sao mais 2 anos de estudos (ou 3, nao me lembro) que o aluno faz depois do colegial, soh que com materias relacionadas com o curso escolhido (se o cara escolheu Medicina, soh tera disciplinas de biologicas, por exemplo). Se o aluno for aprovado neste periodo, podera ingressar na universidade.

Aqui a universidade eh publica, gratuita e livre, como muitos defendem no Brasil. Mas tem seus problemas. Imaginem uma classe com 400 alunos, por exemplo. Como um professor aplicaria uma prova? Eh o que acontece aqui. Nao a toa, muitos uruguaios defendem a volta do processo de selecao, aplicado nos tempos da ditadura uruguaia, e bastante demonizado por conta disso.

Particularmente, defendo a existencia de um processo de selecao para o ingresso na universidade, nao acho que ela deva ser para todos. Mas defendo de maneira muito mais veemente um outro sistema de selecao que nao esse do vestibular atual, que nao seleciona os mais aptos e privilegia soh quem tem grana pra pagar escola particular.

Na Dinamarca, o resultado dos exames nacionais aplicados nos anos de colegial eh levado em conta na hora de selecionar o ingressante na faculdade. Tambem existe um "vestibular", que tambem soma pontos, mas de outra natureza. Existem ainda outros fatores que ajudam o candidato a somar pontos, como por exemplo ficar tanto tempo em outro pais.

Com sorte, o processo de selecao universitario brasileiro vai mudar. A aplicacao do sistema de cotas (que pra mim eh melhor que nada) e a mudanca no conteudo da prova da FUVEST, privilegiando a interdisciplinearidade, podem ser alguns indicios de isso.