1993. Não me lembro ao certo se foi em junho ou em julho, só sei que foi num desses meses que ocorreram os dois jogos da final do Capeonato Paulista. Os times que brigavam pelo título eram os maiores rivais paulistanos: Palmeiras e Corinthians.
Na escola, não se falava em outra coisa. Eu, palmeirense fanático, ostentava minha única camisa do Palestra durante a aula semanal de educação física, mesmo que a turma não estivesse jogando futebol.
No fim de semana, o primeiro jogo do final. Sem mais delongas, vitória do Corinthians por 1x0, com um gol de Viola. Como se isso não bastasse, o autor do gol corintiano imitou um porco (símbolo do Palmeiras) na comemoração. Fiquei com uma raiva desgraçada!
Na aula de educação física da semana seguinte, não temi chacotas ou provocações: fui com a minha camisa do Palmeiras novamente. Eis que o corintiano (e provocador) professor trava um diálgo mais ou menos assim comigo:
-Xiii, você ainda acredita na porcada?
-Claro que sim! Tem Evair, Edmundo...
-Olha, aposto com você. Se o Corinthians for campeão, você veste a camisa do Timão. Caso contrário, eu visto a do Palmeiras.
-Apostado!
E após o cumprimento, selamos a aposta. Não sei de onde eu tirava tanta convicção. O Palmeiras não ganhava um campeonato havia 16 anos. Todo o regulamento da final favorecia o Corinthians, pois o Verdão precisava vencer por mais de um gol de diferença no tempo normal e depois ainda empatar na prorrogação. Mesmo assim, nada abalava minha convicção.
Chega o grande dia e eu vou com meu pai ao templário bar do Cezinha para assistir à final. Enquanto todos ficavam surpresos com os gols alvi-verdes que surgiam um apó o outro, eu apenas agradecia a Deus os pedidos feitos à noite, antes de dormir para que o Palmeiras ganhasse; eu apenas confirmava minha certeza, minha ingênua e infantil certeza.
Depois dos 4x0, dos pulos, da vibração, do grito de campeão, meu pai me comprou uma bandeira do Palmeiras e saímos à rua para comemorar a conquista. Foi um dos melhores dias da minha vida.
Mas o melhor ainda estava por vir. O professor, além de vestir a camisa do Palmeiras, deu-a para mim, no dia do meu aniversário, em agosto.
Eu tinha 7 anos.
Na escola, não se falava em outra coisa. Eu, palmeirense fanático, ostentava minha única camisa do Palestra durante a aula semanal de educação física, mesmo que a turma não estivesse jogando futebol.
No fim de semana, o primeiro jogo do final. Sem mais delongas, vitória do Corinthians por 1x0, com um gol de Viola. Como se isso não bastasse, o autor do gol corintiano imitou um porco (símbolo do Palmeiras) na comemoração. Fiquei com uma raiva desgraçada!
Na aula de educação física da semana seguinte, não temi chacotas ou provocações: fui com a minha camisa do Palmeiras novamente. Eis que o corintiano (e provocador) professor trava um diálgo mais ou menos assim comigo:
-Xiii, você ainda acredita na porcada?
-Claro que sim! Tem Evair, Edmundo...
-Olha, aposto com você. Se o Corinthians for campeão, você veste a camisa do Timão. Caso contrário, eu visto a do Palmeiras.
-Apostado!
E após o cumprimento, selamos a aposta. Não sei de onde eu tirava tanta convicção. O Palmeiras não ganhava um campeonato havia 16 anos. Todo o regulamento da final favorecia o Corinthians, pois o Verdão precisava vencer por mais de um gol de diferença no tempo normal e depois ainda empatar na prorrogação. Mesmo assim, nada abalava minha convicção.
Chega o grande dia e eu vou com meu pai ao templário bar do Cezinha para assistir à final. Enquanto todos ficavam surpresos com os gols alvi-verdes que surgiam um apó o outro, eu apenas agradecia a Deus os pedidos feitos à noite, antes de dormir para que o Palmeiras ganhasse; eu apenas confirmava minha certeza, minha ingênua e infantil certeza.
Depois dos 4x0, dos pulos, da vibração, do grito de campeão, meu pai me comprou uma bandeira do Palmeiras e saímos à rua para comemorar a conquista. Foi um dos melhores dias da minha vida.
Mas o melhor ainda estava por vir. O professor, além de vestir a camisa do Palmeiras, deu-a para mim, no dia do meu aniversário, em agosto.
Eu tinha 7 anos.
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Tudo isso para dizer que, finalmente, depois de nove anos de jejum sem perspectivas, o Palmeiras monta um time com chances de ser campeão. A convicção não é a mesma da infância, mas a esperança é verde.
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Metalinguagem: texto inspirado no curta Uma História de Futebol, de Paulo Machline. A história não tem nada a ver, mas como fiquei bem emocionado com o filme, resolvi escrever esse texto para me lembrar de um momento marcante do futebol na minha infância.
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Metalinguagem: texto inspirado no curta Uma História de Futebol, de Paulo Machline. A história não tem nada a ver, mas como fiquei bem emocionado com o filme, resolvi escrever esse texto para me lembrar de um momento marcante do futebol na minha infância.