São Paulo

domingo, 4 de abril de 2010

São Paulo

Morar em São Paulo é estranho.

Lido com memórias que tenho sobre essa cidade desde que me entendo por gente.

Nas noites de domingo, voltávamos para Suzano pela rodovia dos trabalhadores e eu aguardava ansioso para ver o outdoor móvel do Guaraná, por poucos segundos.

Desenhos com caneta em papel de impressora matricial. Chocolates de côco que meu avô odiava e jogava pra cima (ainda dentro da caixa de bombons) para darmos risada.

O Palmeiras, o Palestra. A final da Mercosul 99. Perdemos. Outros apartamentos. O não saber divertir-se. Brinde? Cantoria? Cigarro?

A "música" nos fins de semana do fim dos 90, em visitas obrigatórias. Beatles, Beatles, Beatles.
O caminho para Bauru. Olido, o Parque Antactica. Encontros e desencontros, apartamento aconhegante. Aperto no peito.

Fins de semana de alento não alienante na volta à cidade das flores. Novas escolhas guiadas pela política.

Coisas recentes, doces, de pessoas antigas.

Namoradas paulistanas. Tudo isso são minhas namoradas, que me dão tapas quando menos espero. Há algo de excitante.

Reconheço as velhas conversas nos mesmos lugares (quase sempre são os mesmos lugares). Novas conversas geralmente também nos mesmos lugares.
Fantasmas vão me perturbar ou me alegrar a cada instante. É um tanto perturbador e desafiador.
As lembranças vão se sobrepor. Umas ficando mais fracas, não necessariamente as de baixo.
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Metalinguagem: percebo agora que ter um blog e fazer reflexões é algo extremamente solitário. Necessito estar sozinho para postar. É algo íntimo, apesar de ser "divulgado" na internet. A falta de privacidade que tenho agora fez a frequencia de posts cair muito desde que mudei para cá. Postagem claramente influenciada por esse livro aí ao lado.