Falsa Liberdade

domingo, 19 de abril de 2009

Falsa Liberdade

Meu primeiro post do ano abordou a questão da paz, dizendo que os indivíudos que vestem roupas brancas e desejam harmonia no reveillon, esquecem-se da violência massacrante que ocorre com milhares de pessoas todos os dias, sendo explorados em locais de trabalhos ou humilhados por não terem trabalho (além de passar fome e deixar faltar o pão das crianças). É uma violência que não é física, mas pode ser até pior.

O mesmo acontece com a questão da liberdade na atual sociedade.

Qual liberdade você tem? O poder de votar, tão alardeado pela mídia em épocas eleitorais, não passa de uma eterna escolha entre os menos piores para a manutenção de um esquema desigual e injusto. Falando em mídia, os veículos de comunicação empresariais são mais sujos do que pau de galinheiro, pois precisam de favores publicitários (e não apenas de outras empresas, como de Governos) para se manterem.

"Ah, mas tenho a liberdade de pensamento". Depende, os aparelhos ideológicos deste modelo de sociedade te condicionam a pensar de determinadas maneiras, pois não te mostram as oportunidade de exercer um pensamento mais crítico.

O ensino fragmentado, voltado para o profissionalismo, faz com que objetivo do indivíduo na vida seja trabalhar, trabalhar, trabalhar para... ganhar dinheiro e ficar rico, afinal, tomo podemos "chegar lá", como prega a ideologia mentirosa do esforço indiviual. No fim das contas, temos 95% de trabalhadores que ganham mal e 5% de chefes ricos.

A maior liberdade que você pode ter, nas atuais condições, é a de escolha entre a marca A e a marca B, isso se você tiver dinheiro para fazer essa escolha.
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Metalinguagem: existe um documentário chamado Surplus: Terrorized Into Being Consumers, de Erik Gandini, que toca de uma forma bem incisiva nessa questão, apesar de eu discordar de alguns pontos. É um bom filme, recomendo.