Mercy Zidane: abril 2009

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Para os que me chamam de pé frio

Ir ao estádio de futebol é uma das sensações físico-psicológicas mais intensas que se pode ter.

Eu, como bom palmeirense, tive minha primeira experiência em 98, mas só voltei a frequentar o Palestra em 2006. Faço aqui a listagem completa de todos os jogos em que pude contemplar o espetáculo in loco. Perdoem-me pela extensão do post.

-Palmeiras 3x0 CSA - Copa do Brasil 98 - meu primeiro jogo no Palestra, eu tinha 13 anos e fui com o meu pai, na numerada. Foram dois gols do Arce, de falta, e um do Clebão, de cabeça, num cruzamento do Arce. O Palmeiras foi campeão da Copa do Brasil daquele ano.

-Palmeiras 4x0 Portuguesa Santista - Paulistão 2006 - a volta aos estádios após 8 anos (a partir de então, sempre na arquibancada). Fui com minha ex-namorada (corintiana) Juliana. Confesso que meus olhos marejaram ao ver o gol de Edmundo.

-Noroeste 1x3 Palmeiras - Paulistão 2006 - só consegui entrar no jogo quando o Verdão já ganhava por 1x0. Nessa partida, eu apareci na Globo por 5 segundos, por estar do lado de um maluco bem cabeludo. Fui sozinho, mas encontrei o Michê, amigo de Unesp.
-Palmeiras 4x2 Paraná Clube - Brasileirão 2006 - fui com a Tati, (minha ex) quando nem éramos namorados. Fiquei o jogo inteiro xingando o zagueiro palestrino Alceu. Eis que ele me faz essa pintura...



-Palmeiras 1x1 Barueri - Paulistão 2007 - nesse célebre jogo eu fui com meu pai e sua namorada, que soltou a pérola: "por que tem três goleiros?", referindo-se ao trio de arbitragem que entrava em campo.

-Palmeiras 1x1 Rio Claro - Paulistão 2007 - um calor do inferno e o maldito Valdivia não conseguiu fazer um gol (apesar das várias chances) no time do Bulhões, que estava ao meu lado, junto com a Tati.

-Palmeiras 2x1 Flamengo - Brasileirão 2007 - a equipe do Palmeiras era medíocre, mesmo assim conseguiu ganhar do Fla, com gols de Caio e Gustavo.

-Palmeiras 1x1 Rio Preto - Paulistão 2008 - o Verdão era líder, o Rio Preto o lanterna. Deu empate, com gol do Mago Valdivia. Neste campeonato o Palmeiras também se sagrou campeão.

-Palmeiras 1x1 Figueirense - Brasileirão 2008 - meu pai quase apanhou de torcedores da Mancha por ficar "analisando" o jogo em vez de torcer. Alex Mineiro fez o gol de empate.

-Palmeiras 3x1 Fluminense - Brasilerão 2008 - o Gladiador Kléber fez dois e o Palmeiras voltou ao G4. Fui com a Tati, um pouco antes dela ir para o Japão.

-Palmeiras 3x0 Marília - Paulistão 2009 - saí do trabalho e fui, sozinho. Cheguei um pouco atrasado por causa da chuva, mas deu para ver o Lenny marcar um gol depois de um ano de jejum.

-Palmeiras 5x1 Real Potosí - Pré-Libertadores 2009 - o Palmeiras jogou por música. Sem dúvida, a melhor partida em que fui (também depois do trampo).

-Palmeiras 1x3 Colo Colo - Libertadores 2009 - minha primeira derrota. O time não jogou nada e deu vontade de pedir os vintão de volta.

-Palmeiras 2x0 Noroeste - Paulistão 2009 - Keirrison acabou com o jogo em 20 minutos. A partida mais vazia em que fui neste ano.

-Palmeiras 1x1 Sport - Libertadores 2009 - Apesar de ter feito um gol no começo, o Palmeiras tomou outro numa bobeira e o Sport se retrancou muito.

-Palmeiras 2x0 LDU - Libertadores 2009 - levei a minha mãe (santista) ao Palestra. Ela gostou muito e deu sorte, pois o Diego Souza marcou esse golaço...



Balanço: 16 jogos, 10 vitórias, 5 empates e 1 derrota
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Metalinguagem: como deu para perceber, agora que voltei a Suzano, tenho ido bem mais aos jogos

domingo, 19 de abril de 2009

Falsa Liberdade

Meu primeiro post do ano abordou a questão da paz, dizendo que os indivíudos que vestem roupas brancas e desejam harmonia no reveillon, esquecem-se da violência massacrante que ocorre com milhares de pessoas todos os dias, sendo explorados em locais de trabalhos ou humilhados por não terem trabalho (além de passar fome e deixar faltar o pão das crianças). É uma violência que não é física, mas pode ser até pior.

O mesmo acontece com a questão da liberdade na atual sociedade.

Qual liberdade você tem? O poder de votar, tão alardeado pela mídia em épocas eleitorais, não passa de uma eterna escolha entre os menos piores para a manutenção de um esquema desigual e injusto. Falando em mídia, os veículos de comunicação empresariais são mais sujos do que pau de galinheiro, pois precisam de favores publicitários (e não apenas de outras empresas, como de Governos) para se manterem.

"Ah, mas tenho a liberdade de pensamento". Depende, os aparelhos ideológicos deste modelo de sociedade te condicionam a pensar de determinadas maneiras, pois não te mostram as oportunidade de exercer um pensamento mais crítico.

O ensino fragmentado, voltado para o profissionalismo, faz com que objetivo do indivíduo na vida seja trabalhar, trabalhar, trabalhar para... ganhar dinheiro e ficar rico, afinal, tomo podemos "chegar lá", como prega a ideologia mentirosa do esforço indiviual. No fim das contas, temos 95% de trabalhadores que ganham mal e 5% de chefes ricos.

A maior liberdade que você pode ter, nas atuais condições, é a de escolha entre a marca A e a marca B, isso se você tiver dinheiro para fazer essa escolha.
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Metalinguagem: existe um documentário chamado Surplus: Terrorized Into Being Consumers, de Erik Gandini, que toca de uma forma bem incisiva nessa questão, apesar de eu discordar de alguns pontos. É um bom filme, recomendo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Adriano e a desistência

A imprensa esportiva ficou em polvorosa na última semana devido à desistência do imperador Adriano (27 anos), um dos melhores jogadores do mundo, de praticar futebol profissionalmente por tempo indeterminado.

Não faltou quem xingasse, dissesse que ele estava viciado em drogas ou o criticasse por ter ido passar três dias na favela onde foi criado. Como assim, o cara que está no auge, sempre convocado para a seleção brasileira, tem coragem de fazer isso? Quantos querem estar no lugar dele?

A explicação de Adriano foi bem simples e lógica: "Eu não estava feliz".

O ato de Adriano foi muito digno. É uma compreensão da lógica milionária do futebol internacional. Depois de conviver por um bom tempo nesse meio, o imperador sabe que será idolatrado por uma boa partida e humilhado por um jogo ruim; conhece os exageros da imprensa e os "amigos" aproveitadores e... está farto disso, não quer mais se sujeitar a todas essas coisas.

Essa atitude me lembra a de Zidane na final da Copa de 2006, quando o zagueiro Materazzi xingou sua irmã e o francês simplesmente tacou um foda-se com famosa cabeçada contra o peito do zagueiro. Segundo Juca Kfouri, foi um suicídio esportivo no estilo "estou me aposentando mesmo, não preciso ouvir isso de quem quer que seja".

Claro que esses caras têm milhões na conta bancária e podem se dar ao luxo de cometer tais atos. Existe muita gente que quer "dar um chute no patrão", mas não pode pela questão financeira.

De qualquer forma, foi uma decisão corajosa de quem entendeu os prazeres vazios proporcionados por essa vida de "Imperador" e preferiu voltar a ser o Adriano.
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Metalinguagem: essa foto era para ser apenas ilustrativa, mas combinou bem com o sentido do post.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Sobre dois videoclipes

Prólogo: quem cultiva um blog, e frequentemente se esquece de atualizá-lo, costuma desculpar-se aos mínguos leitores dizendo que "estava muito ocupado", "viajou", "teve preguiça". Faz um bom tempo que não posto e ainda estou com preguiça de postar, por isso vou ser curto e grosso. Falarei sobre dois videoclipes (até porque dessa forma eu não preciso elaborar um post mais cheio de texto).Um não tem nada a ver com outro, a não ser pelo fato de que os vi no mesmo dia (ontem).

O primeiro é sobre aquela velha canção chamada "A Velha a Fiar", que você já deve ter ouvido alguma vez na vida. O vídeo abaixo é considerado o primeiro videoclipe brasileiro e um dos primeiros do mundo e foi dirigido por Humberto Mauro, em 1964. Repare que a velha é um homem e que o início do vídeo mostra todos os personagens "de boa", sem ninguém "fazendo mal a ninguém".



O segundo é um videoclipe que eu já havia assistido algumas vezes, mas nunca tinha reparado na letra, até que outro dia vi as legendas e fiquei impressionado com a boa crítica, principalmente em se tratando de uma banda de rock americana, como o Pearl Jam. A música se chama "Do The Evolution".


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Metalinguagem: como o prólogo foi bem metalinguístico, eu desencano da metalinguagem de hoje.