O primeiro foi "A Revolução não será Televisionada", de Kim Bartley e Donnacha O'Briain, sobre o golpe de Estado que deu certo apenas por uma dia, na Venezuela de Hugo Chávez.
O segundo foi "Salvador Allende", de Patricio Guzmán, sobre a vitória eleitoral e posterior queda do líder chileno.
Independentemente de serem ou não revolucionários, os governos abordados se indentificavam mais com as camadas populares e sustentavam alguns ideais de esquerda. Depois de contemplar as duas películas, a questão da tomada do poder e a necessidade das armas para tal processo me veio à cabeça.
Na Venezuela, os grandes empresários elaboraram um plano maquiavélico para derrubar Chávez. Conseguiram. Mas se esqueceram de que Hugo é milico e tinha muita influência no exército. Com as armas sob seu comando, o líder conseguiu retornar ao poder.
O segundo foi "Salvador Allende", de Patricio Guzmán, sobre a vitória eleitoral e posterior queda do líder chileno.
Independentemente de serem ou não revolucionários, os governos abordados se indentificavam mais com as camadas populares e sustentavam alguns ideais de esquerda. Depois de contemplar as duas películas, a questão da tomada do poder e a necessidade das armas para tal processo me veio à cabeça.
Na Venezuela, os grandes empresários elaboraram um plano maquiavélico para derrubar Chávez. Conseguiram. Mas se esqueceram de que Hugo é milico e tinha muita influência no exército. Com as armas sob seu comando, o líder conseguiu retornar ao poder.
Já Allende, apesar de admirar lutas armadas, pensava que deveria haver uma "revolução pacífica" no Chile. Ele chegou à presidência por vias eleitorais e tentou realizar a reforma agrária, a distribuição de riqueza, etc, sem possuir uma base armada popular que o mantivesse. Resultado: suicidou após perceber que um golpe era iminente.
O embaixador dos Estados Unidos no Chile à época falou uma frase muito interessante no documentário. Foi mais ou menos assim: "Allende pensou que a burguesia suicidaria feliz e contente ao ver seu espaço diminuir na sociedade. Óbvio que não fizeram isso. Usaram suas armas para manter seus poderes".
A burguesia prega o pacifismo, mas quando a apertam, ela subverte as próprias regras que criou, sempre visando o benefício próprio. Se não usarmos as armas, ela as usará. Sem um exército que se preze, nenhuma revolução que realmente queira mudar alguma coisa vai ocorrer.
Mas penso que essa revolução não deve ser feita por meia dúzia de pessoas que lutam "em nome do povo" e não são parte ou conseguem se integrar a esse povo. E uma coisa que admirei no Allende foi o seu poder de persuasão sobre as pessoas com relação à necessidade de se mudar o sistema.
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Metalinguagem: ainda quero estudar mais sobre isso, minha base teórica é muito rala... mas documentários não deixam de ser uma forma de estudo.