Politicagem - parte 1

quarta-feira, 18 de março de 2009

Politicagem - parte 1


O que eu vou falar aqui pode ser óbvio para muita gente, mas às vezes o óbvio ululante acaba sendo esquecido.



O que deveria levar uma pessoa a se filiar a um partido político seria, teoricamente, a afinidade ideológica com o programa político do partido. Teoricamente...

Mas nessas minhas primeiras andanças pelas câmaras de vereadores do Alto Tietê, como repórter, chuto que cerca de 90% dos políticos não devem sequer ter lido o programa de seu partido, por mais trolho que ele seja.

Certa vez, tive que entrevistar um cara de um partido pequeno. Esse indivíduo nem era vereador, mas representa uma liderança da agremiação na região. Durante o diálogo, ele me disse que o seu partido o escolheu como lider para lutar pelo social, para melhorar as condições de vida do povo (ôôô), pois era nisso que sua sigla se baseava. Foi então que perguntei a ele sobre o termo "liberal" que constava no nome de seu partido, e de como isso tinha pouco a ver com o "social". A resposta foi algo assim:

-Ah sim, entendi sua pergunta, mas o partido leva em consideração mais o lado social mesmo.

A reposta não foi para me engambelar, foi um tipo de fuga porque o cara não sabia o que dizer. 



O resultado de disso acaba casando com os interesses dos grandes empresários e industriais de nossa sociedade: a falta de discussão política ou a idéia de que política só se faz com ações burocráticas, estilo obras. A política como discussão de idéias fica em último plano. O que importa é se filiar a um partido para disputar a grande corrida de cavalos que são as eleições municipais.
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Metalinguagem: existem outros exemplos de politicagem que pretendo relatar aqui, esse é o motivo do "parte 1" no título.