Mercy Zidane: outubro 2006

domingo, 29 de outubro de 2006

A dura realidade

Antes de ontem meus amigos do primeiro ano, dois amigos do segundo ano, meus professores de jornalismo radiofônico e eu fomos até a cidade de São Paulo para visitar a rádio CBN (Central Brasileira de Notícias).

Estávamos na sala das reuniões de pauta conversando com o Coordenador de Reportagem da rádio quando um dos nossos professores (o Dino) fez a seguinte pergunta:

"O estudante chega bem preparado quando consegue um estágio na rádio?"

A reposta foi algo do tipo:

"Definitivamente não. Nós aplicamos uma prova para selecionar os alunos. De 500 candidatos apenas 3 entram. A maioria dos meninos só sabe de futebol. As meninas gostam um pouco de cultura. De política e economia que é bom, ninguém sabe nada".

O professor Dino fez outra pergunta:

"O fato de os alunos não ouvirem muito rádio dificulta o trabalho?"

"Além de não ouvirem rádio eles nem lêem jornal.", respondeu o Coordenador.

Quando estávamos voltando para Bauru, Dino dirigiu a palavra a mim:

"Lembra do que eu falei na primeira aula, Cerri? Se você não ouve rádio, não lê jornal, não gosta de política nem de economia vá prestar outro vestibular".

Procuro ler jornal pelo menos duas vezes por semana. Ouço a rádio Jovem Pan AM todos dias quando acordo. Gosto de política, mas não gosto de economia.

Que medo de ficar desempregado.

PS: Falando em rádio, ouçam os jornais da Rádio Unesp Virtual, da qual eu participo.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

"Corta esse cabelo!"

Apesar de estarmos em tempos de eleição, tive vontade de escrever algo que, definitivamente, não vai mudar os rumos do Brasil (assim como qualquer um dos candidatos que vença o pleito).

Fui para Ilha Solteira no Festival de MPB.

As atrações principais foram Nação Zumbi e Cordel do Fogo Encantado.

Tenho cabelo comprido.

O que isso tem a ver?

Se eu não tivesse cabelo comprido, os shows (principalmente o do Nação) não seriam tão bons.

Talvez as mulheres não percebam, mas mexer a cabeça com muito cabelo faz diferença.

Não sei se é o peso ou o simples fato de você saber que o seu cabelo está se mexendo ou ver um monte de fios desgrenhados balançando diante dos seus olhos.

A verdade é que é muito mais legal.

Sempre me perguntam por que eu não corto meu cabelo.

Eu gosto dele. Não tenho vontade de cortar.

Mas um dos principais motivos é:

Ter cabelo comprido num show é muito mais legal.

sábado, 21 de outubro de 2006

Felipe Massa é destaque; PSDB, não.


Como já disse aqui algumas vezes, minha simpatia pelo PT é muito grande, o que faz com que minhas teses sempre tendam a defender o lado do partido. O que não quer dizer, entretanto, que elas não estejam devidamente fundamentadas e não tenham valor considerável. Pois bem.

Hoje foi um dia que o sãopaulino Felipe Massa conquistou o primeiro lugar no grid de largada pro GP do Brasil. Nada mais natural que essa seja a principal notícia, pelo menos, da hora. Sites do UOL, Terra, iG e Estadao destacavam como manchete da primeira página o feito do piloto brasileiro. Mas os sites da Folha e da Globo não, e aí que entra o mote de texto.

Antes de o treino classificatório para o GP do Brasil começar, as manchetes eram outras. Mas primeiro falo de um acontecimento de hoje de grande interesse jornalístico. O dia começou com uma revelação bastante forte a respeito do caso da máfia dos sanguessugas. Segue um trecho de uma notícia retirada do site da Globo:

"DARCI VEDOIN CONFIRMA QUE ABEL RECEBIA PROPINA DE SANGUESSUGAS

O empresário Darci José Vedoin confirmou na sexta-feira (20) à Justiça Federal de Cuiabá (MT) que Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (governo Fernando Henrique Cardoso), era o articulador da liberação de recursos de emendas parlamentares no Ministério da Saúde para a compra de ambulâncias superfaturadas, segundo o procurador da República Mário Lúcio Avelar.

Para facilitar a liberação de recursos, Abel Pereira recebia o equivalente a 6,5% do valor de cada uma das ambulâncias vendidas a cerca de 500 prefeituras entre 2001 e 2002. Naquele período, Barjas exerceu primeiramente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. Na seqüência, assumiu o posto de ministro, no lugar de José Serra, governador eleito de São Paulo (...)"


Em outras palavras, estava ali uma forte e comprometedora acusação de envolvimento do PSDB no caso da máfia dos sanguessugas revelada por nada mais nada menos que um dos mentores do esquema. Era uma notícia que compromete fortemente o PSDB.

E qual foi o tratamento dado pelos grandes portais de notícia a respeito do assunto?
Segue as primeiras manchetes dos principais sites de notícia brasileiros, antes do fim do treino classificatório do GP Brasil

UOL: Darci Vedoin confirma envolvimento de Abel com sanguessugas

Folha: Alckmin cobra explicações sobre origem do dinheiro do dossiê

Estadão: PF aponta ex-assessor de Lula como responsável por operação dossiê

Globo: Vedoin confirma que Abel recebia de sanguessugas

Terra e iG também não destacaram a acusação de envolvimento do membro do PSDB no caso, mas não me recordo do texto exato das manchetes dos sites de aquele momento.

Dos 6 grandes sites de notícia, apenas 2 deram destaque em suas manchetes da primeira pagina para a revelação de Vedoin.

As perguntas que ficam agora: a mídia dá tratamento igual para o PT e PSDB? E se fosse uma acusação nova e grave contra o PT, como seria a repercussão?

A mídia está sendo isenta nessas eleições? Com quantas rodadas de antecipação o São Paulo será campeão brasileiro?

O poder do mito.


É interessante o poder que a televisão tem de tornar uma pessoa, por mais simples que seja, em um 'mito'. Não estou falando, obviamente, de grandes mitos, mas de uma certa áurea que faz com uma pessoa se destaque muito mais que as outras.

Na palestra de ontem (ou anteontem, já que já passou da meia-noite) ocorrida na minha faculdade, dada pela Soninha Francine, ex-MTV, atual ESPN Brasil, colunista da Folha, blogueira e vereadora de São Paulo, pude perceber com mais atenção um pouco do efeito que o mito exerce sobre o público.

Quando a Soninha falava de uma história familiar a todos, pipocavam na platéia comentários a respeito do assunto. Se a Soninha estivesse falando sobre a final da Copa 2002, por exemplo, surgiam comentários como 'nossa, o Ronaldo destruiu naquele jogo', 'aquele jogo foi foda mesmo', 'e o frangão do Oliver Kahn, ein?'. Parece besteira isso que relato, mas, pra mim, é uma das maiores demonstrações de quanto a Soninha gozava de prestígio perante o público - a ponto de sua fala fazer com que todos tenham que parecer que estão interagindo com o assunto tratado. Mas é uma coisa puramente insconsciente.

Não poderia deixar de destacar, é claro, a maravilhosa pessoa que a Soninha demonstrou ser, como sempre pude perceber, uma mulher com uma baita visão de mundo, idéias super progressistas, sem preconceito, super cuidadosa em emitir opinião, despojada de ínumeras coisas, comportamento não-conformista. Pra mim a Soninha é exemplo de jornalista, mulher, pessoa, política, tudo, e isso colaborou muito para o respeito dos espectadores perante ela.

Mas no fim, a Soninha é uma pessoa muito simples, sem nenhuma pompa de nada, como qualquer outra. Talvez seja essa sua diferença.

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Viva o rato

Você já teve oportunidade de mexer no computador sem o mouse?

É horrível.

Parece que o tempo voltou à era do MS-DOS.

Você precisa decorar um monte de atalhos ou ficar meia hora apertando o TAB ou o ALT ou o CRTL para chegar no lugar que você quer.

Pouco tempo depois de ter o desprazer de ter o mouse do meu computador pifado, eu li um texto para a faculdade que falava do cara que inventou o mouse.

Segundo o texto, além do mouse, ele inventou a interface.

Se não fosse ele, você estaria vendo uma tela cheia de quadradinhos, uns brancos e outros pretos. Ou seja, linguagem binária.

O mais interessante foi que, ao inventar o mouse e a interface, ele distanciou o ser humano da máquina por um lado (nós não sabemos usar o código binário - a linguagem mais direta), mas aproximou o ser humano da máquina por outro lado (lidar com o computador ficou muito mais fácil).

Paradoxal, não?

O nome do cara que inventou o bendito rato foi Doug Engelbart.

domingo, 15 de outubro de 2006

Voz Fina

Pra não dizerem que eu não posto, mijem de rir com isso.

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Encontre os times

Você se lembra desta ilustração produzida pela gravadora Virgin?



A partir dos desenhos você deveria descobrir o nome de bandas.

Pois é, para a minha felicidade, a revista Placar fez uma ilustração do mesmo estilo, só que com times de futebol.


São 30 times brasileiros e 20 times internacionais.

Divirta-se.

E caso consiga achar todos os times, mande uma e-mail para a revista Placar.

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Sejamos razoáveis

Ontem eu estava no SENAC, tendo aulas com a fonoaudióloga do curso de locução, quando um dos meus colegas soltou a seguinte pérola:

"Perto do Lula, o Maluf é peixe pequeno".

Meu Deus.

Maluf esteve no poder por vários anos.

Construiu várias obras.

A grande maioria delas (para não falar todas) foram superfaturadas.

Ou seja, o cara passou a vida inteira roubando.

Foi um dos poucos políticos que foi preso e todo mundo viu.

Claro que Lula e o PT falharam na questão ética.

Mas para chegar no nível de Maluf, Lula teria que reencarnar mais umas 2 vezes.

Por favor amigos, sejamos razoáveis.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

A questão da "pírula"

Escrever errado é normal.

Mas é impressionante o jeito como julgamos ou somos julgados por cometer algum deslize (principalmente quando se é estudante de jornalismo).

Eu achava que "em cima" se escrevia da seguinte forma: "encima".

"Que absurdo! Que burro!"

Tinha um amigo meu que falava "pírula" em vez de "pílula".

O problema é que só pelo fato de escrever errado ou falar errado não quer dizer que você seja burro ou coisa parecida.

Mas nós julgamos ou somos julgados como se fôssemos os burros mais asnos da face da Terra.

Você aprendeu errado, provavelmente quando criança, e ninguém nunca o corrigiu.

Você viveu feliz até o dia da grande descoberta.

O mundo inteiro fala "pílula".

Só você fala "pírula".

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Na próxima encarnação quero nascer jogador

Conhecem aquela frase "todo o jornalista esportivo é um jogador de futebol frustrado"?

É verdade.

Eu estava vendo os gols da rodada do fim de semana pela televisão.

Quando uma seqüencia de 3 belos gols foi transmitida, a seguinte frase foi inevitável:

"Eu queria ser jogador".

Imagine a explosão de felicidade ao marcar um gol.

Nem precisa ser em jogo decisivo. Só a sensação de balançar as redes deve ser perfeita.

Lembro-me até hoje das batalhas épicas que travei nos campeonatos da escola. Dos gols. Das defesas. Das derrotas. Das vitórias.

Se fazer um gol num campeonatinho escolar já é um êxtase, imagine num campeonato profissional.

Na próxima encarnação quero nascer jogador.

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Tendência ao isolamento

Os alunos de jornalismo diurno da Unesp têm aula de Políticas e Sistemas de Informação às quintas-feiras, com o professor Fábio Negrão.

É a melhor aula do semestre.

Em uma das quintas-feiras , Negrão desabafou:

"Minha tendência é o isolamento. Ninguém gosta da música que eu gosto. Nego só quer conversar sobre bobagens. Não consigo conversar com niguém direito. Até na universidade é difícil encontrar alguém que tenha um papo interessante. É foda bixo".

Um silêncio tomou conta da sala. A aula acabou.

Uma das alunas se levantou, foi para a frente da sala.

"Então pessoal, vamos decidir a formatura. O preço vai aumentar para 2100 reais..."

Aquela frase sepultou a última esperança do pobre professor, que saiu da sala cabisbaixo levando sua maleta e seus livros.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Se liguem na buzina da Scania

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

Escolha infelizmente coerente

Frank Aguiar, Clodovil, Enéas, etc.

Candidatos exóticos conseguiram se eleger.

Não considero tão absurda essa escolha de boa parte da população. Chega até a ser coerente.

A grande cobertura que a mídia deu aos escândalos do governo Lula ajudou a enraizar ainda mais o velho clichê: "políticos são todos iguais".

Se todos são iguais, o cidadão pouco instruído pensa: "Por que não votar em Clodovil? Ele não vai fazer nada. Mas os políticos que eu elegi na outra eleição não fizeram nada e ainda roubaram".

Se a maior parte da população não sabe sequer a função do cargo de deputado, como exigir um senso crítico e uma postura reflexiva na hora de escolher o candidato?

Como os pobres não têm nem idéia do "significado de protesto" do voto nulo, eles acabam votando nos exóticos.

E agora nós sustentamos o Clodovil.

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Pensamento enquanto perco meu horário de almoço escrevendo uma porra de um texto

"Escrever é o ato de parir palavras, frases, parágrafos e sentido"