Resolver o jogo e ser expulso

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Resolver o jogo e ser expulso

De cara, já me lembro do Palmeiras 2x0 Corinthians, válido pela final do extinto torneio Rio São Paulo. O ano era 1993.

Edmundo, vestindo a 7 do Palmeiras, fez dois gols de cabeça (algo pouco comum em sua carreira) no primeiro tempo. Na volta do intervalo, chutou o meio da canela de um adversário.
A recordação subsequente é de Evair, na final da Libertadores de 1999. Segundo jogo entre Palmeiras e Deportivo Cali, no Palestra. Ele estava muito nervoso. Creio que era o capitão. Gesticulava, esbravejada, gritava com todos. Marcou o importantíssimo gol de empate, de pênalti, ainda no primeiro tempo, com toda a tranquilidade que lhe era peculiar nesse tipo de cobrança. Foi expulso no segundo.

Inevitável pensar em Ronaldinho Gaúcho, na Copa de 2002, contra a Inglaterra. Uma finta em velocidade que matou toda a defesa inglesa e a assistência para Rivaldo. Depois, um gol antológico (sem querer ou não) quase do meio do campo. Disputa de bola e ele entra com a sola. Foi para o chuveiro.
Hoje Kaká fez isso contra a Costa do Marfim, pela segunda rodada da Copa do Mundo. Ele pode não ter sido o homem do jogo (prêmio concedido merecidamente a Luís Fabiano), mas foi fundamental ao dar um ótimo passe para o primeiro gol e fazer a jogada do segundo.

Os marfineses começaram a chegar pesado e Kaká foi se irritando. Quando Galvão Bueno alertou o que era evidente (a necessidade de substituir o camisa 10), tive uma reação impulsiva: "Não, não tira! Deixa ele ser expulso!"

Pensei na consagração, no ato "zidânico" de tacar um foda-se. Dois passes para gol, finalmente uma atuação convincente após tantas incertezas geradas pela eterna pubalgia. Tensão. O juiz sequer apitando falta para lances que mereciam cartão vermelho. Quer saber? 3x0, Foda-se.

Depois de decidir a partida, o melhor jeito de sair de campo é tomando o vermelho.
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Metalinguagem: Kaká pode ter sido expulso injustamente, mas ele procurou confusão e conseguiu sair por cima, e ainda como o coitado.