Estou tentando escrever este post desde o início da semana. Por se tratar de algo extramente pessoal (temática pouco comum neste blog), exitei por alguns dias, mas agora está aí, vomitado e com um caráter de diário pessoal.
Domingo, dia 2 de agosto, foi meu aniversário.
Eu não gosto de aniversários. Sinceramente, fico com uma vontade muito forte de chorar e a confusão de sentimentos é intensa de tal forma que eu nunca sei qual é o motivo predominante para a queda das lágrimas.
Isso ocorre desde os meus 15 anos.
Neste 2009, a razão do choro é menos difusa.
A rotina de um trabalho alienante e tolhedor de potencialidades me deixa cada manhã mais triste. Pelo menos eu percebo mais claramente como se dão as relações desiguais de trabalho na sociedade capitalista (tão discutidas com amigos em repúblicas e mesas de bar). Porém, alegria individual não tem nada a ver com isso.
Aliás, os debates expressos entre os parênteses do parágrafo acima fazem mais falta do que tudo. A vida em uma cidade onde as amizades antigas não te contemplam mais, as discussões se limitam a futebol, falar mal do trabalho e necessidades fúteis de consumo me angustiam. É tudo muito diferente do ambiente universitário com o qual estive integrado durante 4 anos. Discussões e trocas de ideia, só no mundo virtual ou em raros encontros com grandes amigos, nos parcos sábados livres.
O meu alento fica nos livros, onde tento adquirir mais embasamento para a vida e para entender o que quero dela, quando não estou cansado por causa do trabalho. Só tenho certeza de que a rotina que levo atualmente não irá durar por muito tempo.
Se você, raro leitor, perguntar se eu me sinto decepcionado, digo que não, pois sempre soube que este ano seria difícil e que o trabalho para grupos de mídia tradicional não me estimularia nem um pouco. Mas não, não estou nada satisfeito.
Espero, pelo menos, que essa fase ruim valha como experiência para sedimentar minhas convicções a fim de que as ações futuras sejam mais condizentes com os pensamentos que possuo.
Enquanto esse tempo não chega, aos 24 anos, sinto-me com 34.
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Metalinguagem: o primeiro parágrafo contempla esta seção.