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sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Pós Ilha Solteira
Já passou um tempo da viagem ao Festival de MPB de Ilha Solteira, mas vale a pena dedicar um post sobre ele.
Foi o quarto ano em que eu fui para essa cidadezinha. Acho que o mais legal foram as pessoas diferentes que também foram para lá: Gaba, Vanessa, Paola, Marian.
Os shows principais foram fantásticos: Mutantes e Arnaldo Antunes fizeram equivalência com minhas expectativas. O show dos Mutantes teve uma energia fodida. O do Arnaldo foi, como bem disse a Van, a apresentação mais emocionante da minha vida.
A prainha é sempre boa, mesmo com um som nada a ver rolando nos intervalos. A energia daquelas águas, por mais "parpite" que seja, como sempre diz o Gaba, revigora.
De ruim, a saudade de pessoas que não estavam lá, certeza de que não vou voltar para essa tal cidadezinha tão cedo e a raiva dos idiotas que atrapalharam o show do Arnaldo.
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Metalinguagem: depois, de volta à realidade
domingo, 21 de setembro de 2008
Sobre Prendas Domésticas
3 anos e meio atrás, no início da faculdade e da vida longe da casa da mãe, minhas habilidades junto aos afazeres domésticos eram mais ou menos as mesmas que as do Gabriel no manejo de um teclado de computador. Fruto de 19 anos de mãe, vó, tia e empregada sempre limpando minha sujeira e cozinhando minha comida. Nunca precisei lavar um garfo, nem varrer um tufo de pêlo. E não me culpem por isso, mas sim os responsáveis pela minha educação (que, apesar de ter sido muito boa no geral, considero falha nesse ponto).
Não tenho vergonha de dizer que me acostumei a viver na sujeira. Nem de revelar que meu prato predileto foi miojo com hambúrguer. Tive essa rotina, com poucas variáveis, durante um bom tempo de minha faculdade. Até esse ano.
Com o nascimento da Araguaia, minha república, não sei explicar exatamente por quê, o gosto pelas tarefas de dono-de-casa aflorou. Em parte, a razão reside no fato de que, diferentemente de um apartamento, uma casa junta sujeira em uma velocidade muito maior. E diante da opção dos araguaianos de não fazer uso de uma faxineira, passei a obrigatoriamente ter contato semanal com a vassoura e o pano. Caso contrário, era viver no lixão.
Foi nesse ano também que aprendi a cortar cebola, já que resolvi me aventurar também no fogão. Alguns dos responsáveis por essa nova fase foram os enjoativos (porém salvadores) marmitex do Tempero Manero, sempre com 90% de arroz, e meu companheiro de casa Linconl, que desde meu segundo ano gostava de bancar o cozinheiro. E acabou me influenciando.
Hoje, ao realizar aquela faxina (quando com muito tempo livre, é importantíssimo destacar isso!) ou ao servir aquele arroz/feijão/bife para um dos 4 habitantes da casa, experimento um prazer terapêutico. Me sinto melhor, me desestresso. É como se o ritmo da sociedade capitalista, com a opressão dos compromissos e da pontualidade, desse espaço para o ritmo da sociedade medieval, agrária, que obedecia tão somente aos ditames da natureza, sem prazos.
Parece viagem né?
Pensamento pra quebrar o gelo
Faltam pouco mais de 2 meses pra eu me separar das pessoas que mudaram minha vida, mas minha rotina universitária ultimamente tem andado tão matraiada, que eu mal tenho tido tempo pra deixar com que a ficha caia.
Mas a vida anda.
Mas a vida anda.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Sucesso
Em uma aula no segundo ano de faculdade, o professor disse que a porcentagem de jornalistas formados que exercia a profissão era de apenas 13%.
É pouco, bem pouco para um curso com uma concorrência tão grande no vestibular (cerca de 25 candidatos por vaga, na Unesp). Explicações existem várias, mas a que eu considero mais correta é a de que a profissão de jornalista exerce grande facínio pela possibilidade da fama.
Imagine quantas menininhas não entram no curso pensando em apresentar o Jornal Nacional? E o pior, tem umas que saem do curso pensando a mesma coisa. Mas depois a dura realidade trata de dar um salário zuado e um emprego pior. Mas é claro que, em via de regra, quanto menor o senso crítico e o poder de contestação, melhor é o emprego, pelo menos em termos de fama.
Enfim, feita essa breve consideração, vou contar uma historinha. Um veterano meu conseguiu um emprego numa afiliada de uma grande emissora de televisão, num longínqüo Estado.
O cara foi bem várzea na faculdade inteira. Não se envolveu com projetos de extensão, nem iniciação científica, nem movimento estudantil, nem estágio e nem atlética. O cara só fazia o básico das aulas. Tinha um senso crítico limitado.
Só que essa emissora tem um programa bem famoso no domingo. Aconteceu alguma coisa lá na terra em que ele trabalha e o cara apareceu no programa de domingo. Resultado: virou comentário na minha sala:
-Você viu o fulano na TV? Esse tá se dando bem. A minha esperança é essa.
Achei meio deprimente ouvir isso. O cara é um soldadinho de chumbo, não tem senso crítico (como na maioria dos grandes meios) e só porque apareceu na TV no domingo é o ícone do cara bem sucedido.
É preferível ganhar pouco, não aparecer e fazer algo em que se acredita do que ser um pau mandado famoso.
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Metalinguagem: fato ocorrido há um tempinho, mas que fiz algo que não costumo fazer: salvar o rascunho
É pouco, bem pouco para um curso com uma concorrência tão grande no vestibular (cerca de 25 candidatos por vaga, na Unesp). Explicações existem várias, mas a que eu considero mais correta é a de que a profissão de jornalista exerce grande facínio pela possibilidade da fama.
Imagine quantas menininhas não entram no curso pensando em apresentar o Jornal Nacional? E o pior, tem umas que saem do curso pensando a mesma coisa. Mas depois a dura realidade trata de dar um salário zuado e um emprego pior. Mas é claro que, em via de regra, quanto menor o senso crítico e o poder de contestação, melhor é o emprego, pelo menos em termos de fama.
Enfim, feita essa breve consideração, vou contar uma historinha. Um veterano meu conseguiu um emprego numa afiliada de uma grande emissora de televisão, num longínqüo Estado.
O cara foi bem várzea na faculdade inteira. Não se envolveu com projetos de extensão, nem iniciação científica, nem movimento estudantil, nem estágio e nem atlética. O cara só fazia o básico das aulas. Tinha um senso crítico limitado.
Só que essa emissora tem um programa bem famoso no domingo. Aconteceu alguma coisa lá na terra em que ele trabalha e o cara apareceu no programa de domingo. Resultado: virou comentário na minha sala:
-Você viu o fulano na TV? Esse tá se dando bem. A minha esperança é essa.
Achei meio deprimente ouvir isso. O cara é um soldadinho de chumbo, não tem senso crítico (como na maioria dos grandes meios) e só porque apareceu na TV no domingo é o ícone do cara bem sucedido.
É preferível ganhar pouco, não aparecer e fazer algo em que se acredita do que ser um pau mandado famoso.
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Metalinguagem: fato ocorrido há um tempinho, mas que fiz algo que não costumo fazer: salvar o rascunho
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Pensar...
Nos primeiros anos de faculdade, eu não pestanejava. Sempre que saía de casa para o longo caminho até a faculdade (que percorria a pé, para exercitar-me), metia os dois fones no ouvido e começava a viajar no meu próprio mundinho musical.
É bom. Como diz um amigo meu, o Gaba, é como se você estivesse num clipe. Você tenta caminhar no ritmo da música, canta junto, aprende melhor a letra e até reflete sobre ela, quando a operação já não se tornou tão automática.
Mas de uns tempos para cá, tenho preferido o silêncio. Ou melhor, o observar. Eu sempre pensava nisso quando pegava os trens metropolitanos de Suzano. Será que eu escuto música ou reparo na conversa dos outros, tento trocar uma idéia com alguém? Rolam tantas coisas interessantes no óbvio, no cotidiano, que realmente me dá uma preguiça de ouvir música, apenas para reparar nos outros.
Certa vez, no curso de locução do Senac, a professora psicóloga disse que quem ouve muita música tem medo de enfrentar seus problemas pessoais, os conflitos dentro da cabeça.
Acho que não sofro desse mal. Na verdade, a preguiça de ligar a música para sair talvez seja uma mania de pensar, viajar.
Por falar em viagem, dê uma olhada no filme mais viajante de todos: Waking Life. Na parte a seguir, a moça fala sobre como as palavras representam sentimentos. Que loucura!
85%;">_________________________
Metalinguagem: esse era um assunto que estava na lista de coisas a serem faladas há muito tempo. Funcionou como uma matéria de gaveta, no jargão jornalístico.
É bom. Como diz um amigo meu, o Gaba, é como se você estivesse num clipe. Você tenta caminhar no ritmo da música, canta junto, aprende melhor a letra e até reflete sobre ela, quando a operação já não se tornou tão automática.
Mas de uns tempos para cá, tenho preferido o silêncio. Ou melhor, o observar. Eu sempre pensava nisso quando pegava os trens metropolitanos de Suzano. Será que eu escuto música ou reparo na conversa dos outros, tento trocar uma idéia com alguém? Rolam tantas coisas interessantes no óbvio, no cotidiano, que realmente me dá uma preguiça de ouvir música, apenas para reparar nos outros.
Certa vez, no curso de locução do Senac, a professora psicóloga disse que quem ouve muita música tem medo de enfrentar seus problemas pessoais, os conflitos dentro da cabeça.
Acho que não sofro desse mal. Na verdade, a preguiça de ligar a música para sair talvez seja uma mania de pensar, viajar.
Por falar em viagem, dê uma olhada no filme mais viajante de todos: Waking Life. Na parte a seguir, a moça fala sobre como as palavras representam sentimentos. Que loucura!
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