Não das que ocorrem no dia-a-dia, mas das significativas, as que te separam de pessoas e/ou lugares extremamente marcantes.
As rupturas desse tipo podem até causar prazer quando a quebra se dá em situações ruins, mas quando digo “gostar”, não é desse tipo de sentimento que estou falando.
Um rompimento de rotina costuma gerar uma crise. A vida está prestes a não ser a mesma e isso é tão assustador quanto excitante, mas o perceber isso é bem complicado.
As despedidas servem para digerir essa nova situação. É um balanço de tudo que um momento que termina representa. É um dar de cara com a realidade, muitas vezes difusa, que te sussura: você ultrapassou uma linha. O retorno já não é mais possível.
A despedida faz aceitar ou se revoltar, mas independentemente da reação, ela delineia as feições da tal realidade. Eu gosto disso.
E, semana passada, no meu aniversário, percebi que o fato de eu odiar meus próprios aniversários tinha a ver, paradoxalmente, com a mesma coisa.
Cada aniversário é como uma despedida involuntária de coisas que aconteceram, de pessoas que apareceram, e um apontar de novas perspectivas.
E talvez pela nova realidade ter feições duras, mas belas, eu perdi o medo de encará-la e, pelo menos dessa vez, gostei do meu aniversário, assim como gosto de uma importante despedida.
_____________
Metalinguagem: tá um bagulho meio auto-ajuda, mas tive vontade de escrever e não me reprimi.
Metalinguagem: tá um bagulho meio auto-ajuda, mas tive vontade de escrever e não me reprimi.