Muricy, a paixão e Antônio Carlos

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Muricy, a paixão e Antônio Carlos

Inicialmente, eu faria esta postagem para criticar duramente a demissão de Muricy Ramalho, ex-técnico do Palmeiras.

Não o faço unicamente porque, às vezes, as relações técnico/equipe são parecidas com as que ocorrem em relacionamentos amorosos (perdoe-me o clichê).

Muricy e Palmeiras pareciam se completar. O clube paulistano fazia uma boa campanha no Brasileirão de 2009 e estava sedento por títulos de expressão. O rabugento comandante, tricampeão brasileiro, tinha o interesse de se manter na cidade de São Paulo e treinar o time pelo qual torcia quando era criança. O salário oferecido era ótimo, as condições eram muito boas (mesmo com o elenco não tão forte). O sucesso no campeonato em questão parecia inevitável.

Mas após atração inicial, olhares, beijos e contato carnal íntimo, o casal não quis conversar. Um acendeu o cigarro e foi fumar na janela. O outro virou pro lado e dormiu. Algo estava ausente. Paixão? Química? Não se sabe, mas a relação arrefeceu.
O técnico ficou ainda mais pragmático, dando apenas orientações técnicas e esquecendo a motivação pessoal. Os jogadores não aprovavam o esquema tático com mil volantes e o time (praticamente o mesmo que foi líder do Brasileirão 2009 por 19 rodadas) sofreu uma derrota humilhante para o São Caetano.

Muricy demitido no dia seguinte. E o planejamento? É fundamental. Demitindo um técnico por ano ninguém terá um resultado satisfatório a longo prazo. Mas o esporte bretão lida com motivação, acaso, química e esses não são fatores que se encaixam na matemática precisa do planejamento.

E, pelo jeito, o racista Antônio Carlos (que a torcida do Palmeiras xingou, apesar de alguns indivíduos dizerem que as organizadas palestrinas são fascistas - veja foto clicando aqui) tem boas chances de preencher a porção de acaso que Muricy não conseguiu dar conta.
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Metalinguagem: leia o primeiro parágrafo.