Eu escrevi possibilidade, mas tenho certeza de que na próxima segunda-feira, durante a assembléia dos professores, será declarado estado de greve no campus da Unesp de Bauru (os docentes de todas as Unesp já estão em greve, só os da nossa que não porque eles não são associados à Adunesp - Associação dos Docentes da Unesp - central).
Eu sou favorável à greve porque os decretos do Serra visam claramente o sucateamento das universidades públicas estaduais. Criação da Secretaria de Ensino Superior, jogar o Pinotti lá dentro, burocratizar os gastos das instituições, privilegiar as pesquisas "práticas". Só esses exemplos já são suficientes para aderir à greve.
O problema é que os professores não estão nessa por causa dos decretos do Serra, eles estão preocupados é com a aposentadoria. Com a criação do Funprev, os servidores estaduais terão um teto de cerca de 3 mil reais mensais de salário quando se aposentarem, não importando o quanto eles contribuíram. Quando mexe no bolso eles entram na luta.
É, mas nem tanto. Na última quarta-feira apenas 3 docentes da Unesp apareceram na praça Rui Barbosa para protestar contra os decretos do Serra.
Outra coisa que eu odeio quando estamos em clima de greve é gente que só pensa no umbigo. "Ai, lá vem vocês querendo fazer greve", "Só falta ter aula em janeiro", "E se eu perder o semestre?". Sei que acabo sendo intolerante, mas me dá raiva pensar que nego só enxerga o umbigo mesmo quando tem um cara metendo a mão nos nossos direitos.
O pior é quando dizem que greve não vai adiantar em nada e cruzam os braços. Se acha que greve não adianta, então proponham outras medidas. Só não me venham com esse discursinho conservador de dizer que nada vai dar certo para poderem ficar de braços cruzados.