Eu escrevi possibilidade, mas tenho certeza de que na próxima segunda-feira, durante a assembléia dos professores, será declarado estado de greve no campus da Unesp de Bauru (os docentes de todas as Unesp já estão em greve, só os da nossa que não porque eles não são associados à Adunesp - Associação dos Docentes da Unesp - central).
Eu sou favorável à greve porque os decretos do Serra visam claramente o sucateamento das universidades públicas estaduais. Criação da Secretaria de Ensino Superior, jogar o Pinotti lá dentro, burocratizar os gastos das instituições, privilegiar as pesquisas "práticas". Só esses exemplos já são suficientes para aderir à greve.
O problema é que os professores não estão nessa por causa dos decretos do Serra, eles estão preocupados é com a aposentadoria. Com a criação do Funprev, os servidores estaduais terão um teto de cerca de 3 mil reais mensais de salário quando se aposentarem, não importando o quanto eles contribuíram. Quando mexe no bolso eles entram na luta.
É, mas nem tanto. Na última quarta-feira apenas 3 docentes da Unesp apareceram na praça Rui Barbosa para protestar contra os decretos do Serra.
Outra coisa que eu odeio quando estamos em clima de greve é gente que só pensa no umbigo. "Ai, lá vem vocês querendo fazer greve", "Só falta ter aula em janeiro", "E se eu perder o semestre?". Sei que acabo sendo intolerante, mas me dá raiva pensar que nego só enxerga o umbigo mesmo quando tem um cara metendo a mão nos nossos direitos.
O pior é quando dizem que greve não vai adiantar em nada e cruzam os braços. Se acha que greve não adianta, então proponham outras medidas. Só não me venham com esse discursinho conservador de dizer que nada vai dar certo para poderem ficar de braços cruzados.
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sábado, 26 de maio de 2007
sábado, 12 de maio de 2007
Os 40 anos da banda do Sargento Pimenta e os Corações Solitários
Anos 60, um casal e quatro filhos formam uma família na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo.
O primogênito está com seus vinte e poucos anos, no auge de sua "hipisse" e de seu fanatismo pelos Beatles. O álbum Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band acaba de ser adquirido pelo rapaz, que se chama Paulo.
Depois de o apreciar pela primeira vez, o jovem não consegue deixar de ouvir a obra prima do Fab Four por um dia. A vitrola, que se localizava no meio da sala, não parava de trabalhar.
Dona Lourdes, a mãe, chegava da escola (era diretora) exausta e gostava de descansar na sala, sem barulho, sem pensar em nada. Mas quando menos esperava, começava a ouvir os acordes e conjuntos vocais do quarteto de Liverpool. Tudo bem, afinal, a música até que é gostosinha.
"I read the news today, oh boy!". John Lennon canta o primeiro verso da última música do disco, A Day in the Life. Dona Lourdes continua indiferente à vitrola e tenta se ater à dificil tarefa de não pensar em nada. De repente, uma orquestra de quarenta músicos começa tocar seus intrumentos de uma forma estranha. Dona Lourdes não gosta.
O som não pára, pelo contrário, vai aumentando de intensidade na medida em que os acordes ficam mais graves, parece não ter fim, seria o som de um tempestade? de uma confusão? Dona Lourdes não suporta mais! Levanta-se da poltrona e se dirige até o móvel em que a vitrola está localizada. A cada passo o som se torna mais confuso e irritante...quando Dona Lourdes se aproxima do aparelho e está prestes a desligá-lo, um despertador toca e Paul McCartney canta "Wake up, fell out of bed".
Em 2007 o antológico álbum dos Beatles Sgt. Peppers Lonely Hearts Club Band completa 40 anos e essa foi a história que faz com que eu me lembre sempre desse disco. Dona Lourdes é minha avó e Paulo é meu tio. Os 33 segundos em que a orquestra parte do Mi menor até chegar à nota mais grave de seus instrumentos era o tempo exato para minha avó se levantar da poltrona, caminhar até a vitrola e estar prestes a desligar o disco. Sempre que ela ia encostar o dedo no aparelho, a música "irritante" acabava.
Sabe aquele tipo de histórias que seus parentes te contam sempre que têm uma oportunidade? Pois o "conto" acima foi uma delas. Ainda bem, graças a isso eu fui influenciado e conheci um dos melhores albuns de todos os tempos e uma das músicas mais geniais dos Beatles.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
A Web Rádio Unesp Virtual
Quando eu entrei na Unesp, a primeira coisa que eu fiz foi entrar na então Web-Rádio Mundo Perdido.
Eu nem sabia nada de rádio, fiquei com muito medo de escolher uma editoria errada na primeira reunião do núcleo de jornalismo e optei por esportes por achar que era o assunto do qual eu mais sabia.
A rádio era uma várzea total, só tinha um programa de jornalismo e alguns boletins que rodavam no meio da programação. O tempo foi passando e eu fui me envolvendo cada vez mais com a rádio. Qualquer entrevista que eu fazia eu dava um jeito de enfiar no Revista Mundo Perdido (o programa de jornalismo).
Acabei ganhando confiança das chefes e virei editor, assim como uma galerinha que é muito boa: Carol Almeida, Andressa Borzilo, Gabriel Ruiz, Silvia Ferreira, Juliane Cintra, Daniel Gomes, William Douglas, entre outros. Com a ajuda desse pessoal a rádio foi se estruturando. Os programas aumentaram, o profissionalismo cresceu, o nome mudou de Mundo Perdido para Unesp Virtual, foi criada uma diretoria, temos um planejamento, parcerias, enfim, a rádio se tornou um projeto realmente de primeira.
E com isso o conteúdo melhorou consideravelmente. Estamos no mesmo nível de muitas rádios boas, com o diferencial que podemos experimentar e criar novos formatos de programas.
Só para vocês terem uma idéia, o Núcleo de Jornalismo, do qual eu faço parte, possui cerca de 13 programas. Tem de tudo: radiojornal, revista, jornal de esportes, de política, programa sobre américa latina, boletim do centro acadêmico, programa sobre meio ambiente, programa sobre moda e cinema, jornal sobre a Unesp, jornal sobre divulgação científica e por aí vai.
Hoje eu entro no site da rádio e tenho orgulho de participar de uma das melhores web-rádios do Brasil.
Cliquem aqui para ouvirem. Lembrando que, por ser um web-rádio, todos os programas estão disponíveis no site, na parte programas da rádio. É só clicar e ouvir na hora que você quiser.
Não se esqueçam do endereço: www.radiovirtual.unesp.br .
sexta-feira, 4 de maio de 2007
O Brasil tem muitos feriados?
Liguei o rádio na Jovem Pan AM. Estavam transmitindo o Rádio ao Vivo, um programa de entrevistas com músicos, grupos teatrais e coisas do tipo. Quando acabou a parte das entrevistas o apresentador começou a fazer a seguinte questão aos ouvintes que ligavam para a emissora: você acha que o Brasil tem muitos feriados?
Só que antes dessa pergunta, passaram um programete chamado Confronto em que uma repórter saía às ruas fazendo a mesma pergunta. Sem excessão, todas as respostas editadas no programa foram positivas. Deu a impressão de que todo mundo acha que o Brasil tem muitos feriados.
O pior era quando justificavam: "o brasileiro não gosta de trabalhar", "é por isso que o PIB do país não cresce" e por aí vai.
Eu não sei se o Brasil tem muitos feriados ou não porque o programa da Jovem Pan não me deu embasamento suficiente para eu chegar a uma conclusão. Temos mais feriados do que a maioria dos países do mundo? Os feriados fazem bem para os trabalhadores? Fazem com que eles voltem mais satisfeitos para o trabalho? O programa não respondeu. Só repetiu um monte de opiniões iguais, vazias e sem profundidade.
Se eles entrevistassem um pesquisador que dissesse que os feriados do Brasil são bons por causa de tais e tais motivos, já seria suficiente para derrubar todas as afirmações vazias.
O pior é que as opiniões sem sentido parecem ganhar um certo peso nos meios de comunicação. A partir disso várias pessoas passam a seguir essas opiniões sem pensar.
A Jovem Pan deveria realmente questionar o público a esse respeito. Se fosse para fazer um programa do jeito que foi feito era melhor o apresentador anunciar o telefone da rádio do seguinte modo: "quem quiser falar que o Brasil tem muitos feriados pode ligar para cá!"
Só que antes dessa pergunta, passaram um programete chamado Confronto em que uma repórter saía às ruas fazendo a mesma pergunta. Sem excessão, todas as respostas editadas no programa foram positivas. Deu a impressão de que todo mundo acha que o Brasil tem muitos feriados.
O pior era quando justificavam: "o brasileiro não gosta de trabalhar", "é por isso que o PIB do país não cresce" e por aí vai.
Eu não sei se o Brasil tem muitos feriados ou não porque o programa da Jovem Pan não me deu embasamento suficiente para eu chegar a uma conclusão. Temos mais feriados do que a maioria dos países do mundo? Os feriados fazem bem para os trabalhadores? Fazem com que eles voltem mais satisfeitos para o trabalho? O programa não respondeu. Só repetiu um monte de opiniões iguais, vazias e sem profundidade.
Se eles entrevistassem um pesquisador que dissesse que os feriados do Brasil são bons por causa de tais e tais motivos, já seria suficiente para derrubar todas as afirmações vazias.
O pior é que as opiniões sem sentido parecem ganhar um certo peso nos meios de comunicação. A partir disso várias pessoas passam a seguir essas opiniões sem pensar.
A Jovem Pan deveria realmente questionar o público a esse respeito. Se fosse para fazer um programa do jeito que foi feito era melhor o apresentador anunciar o telefone da rádio do seguinte modo: "quem quiser falar que o Brasil tem muitos feriados pode ligar para cá!"