O candidato à presidência Levy Fidelix deu um show de boçalidade no último debate eleitoral, incitando ódio contra homossexuais.
A charge que desenhei é uma brincadeira com a pergunta literal que muita gente deve ter feito: o que Levy tem na cabeça?
Minha posição a respeito está muito bem representada no artigo de Fernando Pardal (clique aqui e leia).
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terça-feira, 30 de setembro de 2014
quinta-feira, 25 de setembro de 2014
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
O parente do Rossi
O post que você começa a ler agora está sem ilustração desenhada porque ele tem muito a ver com a foto acima. O cara do lado direito, com toda sua formosura, sou eu. O outro é o Ubirajara, conhecido como Bira. Ele trabalha no Museu de Arqueologia Industrial e Tecnologia (Maitec), que visitei um tempinho atrás e do qual falei nesta postagem aqui.
Ele é responsável pela parte audiovisual do museu. Sua função é explicar aos visitantes como funcionavam os televisores, projetores cinematográficos, rádios e outros objetos expostos numa sala específica sobre o tema.
Chama atenção do visitante a paixão com que Bira fala sobre o funcionamento da projeção antiga, ponderando os avanços técnicos, questionando se o aumento da qualidade seria tão significativo assim e se entristecendo com a extinção de projetores antigos no Brasil (que, se bem me lembro, viria por lei - o que poderia significar o fechamento de muitos cinemas, principalmente no interior). Por fim, ele executou uma rápida projeção numa máquina bem velha, movida a diesel, antes de dar cópias dos negativos para os observadores. "Guardem porque não não vai durar muito".
Como durante a exposição Bira comentou sobre filmes antigos, ao final, me aproximei e falei para ele que eu tinha um tio avô que foi um tanto importante para o estabelecimento do cinema nacional: Gilberto Rossi (que meu pai e minha vó chamam de "Nonno").
-Você é parente do Rossi?!?!
Bira deu um pulo pra trás. Fiquei até meio sem graça com a euforia dele. Começou a me falar sobre como o Rossi foi importante. "Era um visionário!", disse, depois de explicar que meu tio avô fez livros destinados a profissionais e amadores que ensinavam a filmar em diversas situações, sem contar a qualidade das produções de que fez parte, como diretor e diretor de fotografia.
Falei da V Jornada de Cinema Silencioso, de 2011, a primeira e única vez em que vi filmes de Rossi. Se não me engano, foram três. Outra descendente do "Nonno", Claudia Agazzi, executou a trilha sonora ao vivo, tocando piano. Bira não apenas estava presente, como foi a primeira vez que projetou em uma máquina bem antiga para um público grande.
Ficamos conversando por vários minutos, curtindo essa empatia inusitada que meu tio avô (que sequer conheci) proporcionou. Quando eu estava indo embora, ele me impediu e disse pra sua colega: "Tira uma foto minha com o parente do Rossi". Meio sem jeito eu aceitei e pedi para a moça fazer a gentileza de registrar o momento também com a minha câmera.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
Contra o racismo, Aranha é muito maior que Pelé
Eu achei fantástica a atitude do goleiro Aranha, do Santos, no jogo diante do Grêmio, pela primeira rodada das oitavas de final da Copa do Brasil de 2014, no dia 28 de agosto. Após ser xingado de "macaco", "preto fedido" e por aí vai pela torcida rival, o arqueiro santista se revoltou, pediu para que os cinegrafistas filmassem os rostos dos seus agressores e deu entrevista na saída do gramado dizendo tudo o que ocorreu ao longo da partida.
O caso ganhou repercussão, o Grêmio foi justamente (em minha opinião) eliminado da Copa do Brasil. Aranha deu várias declarações em que demonstrou seu conhecimento a respeito da luta do povo negro (ele inclusive usou essas palavras) e de como era necessário o combate ao racismo. Contrariando o circo criado pela mídia para vitimizar uma das agressoras flagradas xingando-o, o goleiro se recusou a encontrá-la pessoalmente.
Eis que, num evento, perguntam a Pelé o que ele achava do caso envolvendo o goleiro do seu ex-clube. Na contramão, o rei do futebol afirma que "Aranha se precipitou em querer brigar" e que "racismo também é contra japonês". O certo, segundo Edson, seria o goleiro continuar a disputa como se nada tivesse acontecido.
Como discordo frontalmente dessa opinião e acho que o racismo deve ser combatido sempre e em qualquer circunstância e situação, fiz a charge abaixo, batizada de "Contra o racismo, Aranha é muito maior do que Pelé". Para ver em melhor resolução, basta clicar na imagem:
O caso ganhou repercussão, o Grêmio foi justamente (em minha opinião) eliminado da Copa do Brasil. Aranha deu várias declarações em que demonstrou seu conhecimento a respeito da luta do povo negro (ele inclusive usou essas palavras) e de como era necessário o combate ao racismo. Contrariando o circo criado pela mídia para vitimizar uma das agressoras flagradas xingando-o, o goleiro se recusou a encontrá-la pessoalmente.
Eis que, num evento, perguntam a Pelé o que ele achava do caso envolvendo o goleiro do seu ex-clube. Na contramão, o rei do futebol afirma que "Aranha se precipitou em querer brigar" e que "racismo também é contra japonês". O certo, segundo Edson, seria o goleiro continuar a disputa como se nada tivesse acontecido.
Como discordo frontalmente dessa opinião e acho que o racismo deve ser combatido sempre e em qualquer circunstância e situação, fiz a charge abaixo, batizada de "Contra o racismo, Aranha é muito maior do que Pelé". Para ver em melhor resolução, basta clicar na imagem:
Observação: claro que a opinião de Pelé não tira o fato de que ele também sofreu com racismo e que todas as situações de xingamentos que ele viveu foram lamentáveis. Imagino até que sua visão é fruto de um racismo mais escancarado que existia na época em que era jogador. Mas é preciso fortalecer e não desencorajar atitudes como as de Aranha.