Googlerepórter

sábado, 20 de outubro de 2007

Googlerepórter

Que a internet facilitou a vida dos jornalistas, não há dúvidas.

Mas também não há dúvidas de que muitos deles ficaram mais preguiçosos, principalmente com relação à realização de entrevistas.

A entrevista é um dos pontos-chave do jornalismo. É por meio dela que você tem a chance de se relacionar pessoalmente com a fonte, não apenas na conversa, mas acompanhando os trejeitos, o modo como o entrevistado se expressa gestualmente, o tom de voz, o olho no olho. Enfim, uma entrevista pessoal é a única maneira de se chegar ao famoso diálogo possível, na expressão de Cremilda Medina.

Tá. E daí? É que outro dia acompanhei dois colegas do curso de jornalismo discutindo as "entrevistas" que fizeram. O papo era mais ou menos assim:

-Cara, o meu entrevistado respondeu 3 páginas de e-mail!

-Putz, o meu só respondeu 3 linhas.

Bom, tudo bem. Cada um sabe o que faz. O problema surgiu quando fiz uma matéria para o jornal-laboratório Contexto. Era uma matéria sobre os partidos políticos no movimento estudantil. Fiz as entrevistas pessoalmente, pesquisei e redigi a matéria, só que em primeira pessoa, por achar que teria um texto melhor e mais honesto. Resultado: obviamente me podaram, mesmo sendo um jornal experimental.


Entrevista por e-mail pode, matéria em primeira pessoa não.

Puta que pariu!