Final do Paulista de 93. Uma torcida esparava 16 anos para soltar o grito de campeão. Palmeiras e Corinthians, os dois maiores rivais, se enfrantavam no Morumbi. Bastava um empate na prorrogação para o sonho se concretizar.
Pênalti.
Ele pega a bola, conversa com C. Sampaio, coloca-a na cal.
Toma distância ultrapassando o meio círculo. Passa a mão no rosto. Corre para a bola "trotando", de seu jeito característico. Bate, de chapa, rasteiro, entre a trave e o meio do gol, sereno, tranquilo, como se já soubesse que, independentemente do canto que escolhesse, o goleiro (Wilson, que substituía o expulso Ronaldo) pularia para o outro lado. Gol. Obviamente gol.
E aí foi um dia inesquecível. Meu pai comprou uma bandeira do Palmeiras, desfilamos orgulhosos pela cidade, gritando o tão esperado (não para mim, porque eu tinha apenas sete anos) "é campeão". Tudo aquilo graças a Evair, o matador, camisa 9.

Perguntado pela reportagem do Lance! sobre isso, o matador deu a letra:
"Pênalti é confiança. O cobrador tem que ter bastante confiança".
Simples. Às vezes é difícil ser simples.
_________________
Metalinguagem: a charge genial é de Fernando Henrique da Silva Sanches.
Metalinguagem: a charge genial é de Fernando Henrique da Silva Sanches.