Mercy Zidane: março 2008

terça-feira, 18 de março de 2008

Academicismo de merda

Na segunda aula que eu tive de Jornalismo Especializado I, há uma semana, o professor soltou a pérola:

"O Brasil é um país de ignorantes. As pessoas não são capazes de entender o que o noticiário da televisão diz"

Ele defendeu a educação, a cultura acadêmica, etc.

É, eu também. Só que não defendo que o cara se enfurne dentro da universidade ou de qualquer outro lugar isolado do resto da sociedade e fique apenas teorizando e apontando os rumos do que devemos fazer, sem sequer ter contato com o objeto de sua pesquisa.

Exemplo: a frase do segundo parágrafo deste post. Só porque a pessoa não estudou e não fez faculdade não significa que ela não entenda as entrelinhas de um noticiário. Basta ter contato com moradores de periferia para ter essa noção. No bairro em que eu faço um jornal comunitário, existe uma galera muito mais "viva" do que muito acadêmico ou universitário, talvez por perceber na pele o que a classe média só vê nos noticiários, quando vê.

Enquanto muitos colegas criticam o jornalismo por ser um curso com um número insatisfatório de matérias teóricas, eu exalto o caráter prático, a possibilidade de trocar idéias e mostrá-las às pessoas.

Claro que não se faz uma boa prática sem embasamento, mas a teoria, sozinha e mal divulgada, não é nada.
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Metalinguagem: tenho usado falas de pessoas nos últimos posts. Essas falas não são a reprodução fiel, já que não ando com gravador, mas penso que exprimem o que o cara quis dizer.

domingo, 9 de março de 2008

"Matamos o tempo, o tempo nos enterra"

Na época do meu colegial, quando as pessoas ainda usavam o ICQ para se comunicar, havia uma garota com a frase título deste post do "About" de seu programa de mensagens. Nunca troquei muita idéia com essa menina, mas a frase sempre ficou na minha cabeça. Provavelmente pelo impacto e pela difícil compreensão que eu tive no primeiro contato.

Mas não tem coisa mais certa. Enquanto vivemos soberanos, o tempo vai nos comendo pela beiradas.

Natural, afinal, aprendemos na escola que os homens nascem, crescem, reproduzem-se e morrem (apesar de não nos explicarem o sentido da vida).

É, mas e depois que se morre? As pessoas ficam com saudades, guardam suas fotos, seus ensinamentos. Só que o tempo vai passando sorrateiro até que os indivíduos que te estimam também vão morrendo, assim como os filhos deles, sucessivamente.

Eu, hoje conhecido como o Alberto, vulgo Suzano, filho da diretora do Batista Renzi, estudante de jornalismo da Unesp, diretor da web-rádio, etc, serei absolutamente nada. Talvez sobre alguma coisa, assim como o retrato do meu bisavô (também chamado Alberto) que está em cima da estante, na casa da minha avó. Uma mera foto (que será devorada pelas traças) e algumas histórias que vão se perder.

O tempo vai te enterrando até que não sobrem lembranças. As herenças que você deixou, não serão reconhecidas como suas.

Mas pensando pelo lado bom, elas estarão presentes de alguma forma nos seus descendentes, como reflete Arnaldo Antunes, na música Cabimento. Se tiver um tempinho, escute, afinal, são só 3 minutos.


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Metalinguagem: a inspiração deste post partiu do livro Olhai os Lírios do Campo, de Érico Veríssimo.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A (in)segurança dos automóveis

Em uma matéria da revista Caros Amigos do final de 2007, li sobre os diversos problemas dos automóveis com relação à segurança.

O repórter entrevistou famílias que sofrem até hoje por causa de acidentes, consultou dados e especialistas que afirmavam que a falta de segurança dos carros é enorme.

Acontece que, em menos de 1 ano, amigos próximos sofreram acidentes bem parecidos:

-Um pessoal de uma rep amiga (Maria Bonita) pegou a estrada à noite para ir de Sampa a Bauru. O carro capotou.

-O William Douglas e o Daniel, na época em que estavam fazendo o TCC em Franca, tiveram que voltar para Bauru para terem uma maldita aula e, devido à chuva, o carro perdeu o controle (não me lembro se capotou).

-O Alan e a Irmã da Tati vieram para Bauru acompanhar a formatura dos meus veterenos. Vieram de carona e, devido à chuva novamente, o carro perdeu o controle.

Nas três situações acima, os acidentes foram incríveis e os carros ficaram destroçados. Conseqüências físicas para os integrantes: praticamente nenhuma.

Apesar de ter um primo que trabalha no Jornal do Carro, eu não entendo nada de tal assunto, mas podemos chegar a duas conclusões:

1 - É fácil sofrer acidentes, principalmente na chuva. Ou seja, algo de errado deve haver na concepção dos carros.

2 - As células do carro parecem estar mais fortes, caso contrário, todos os meus amigos estariam mortos.

Completando o meu sofisma, concluímos que guiar carros é perigoso, mas morrer dentro deles está ficando mais difícil.

Agora, com as barbies, os acidentes costumam ser fatais:
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Metalinguagem: se eu estiver falando merda, por favor, corrijam-me nos comentários.

segunda-feira, 3 de março de 2008

E o tempo vai passando...

Nesses últimos dias, eu passei por emoções muito intensas e diversas.

Depois de mais de dois meses de férias, confesso que fiquei com saudades de Bauru, mesmo sabendo que muita coisa iria mudar.

Na quinta, eu cheguei. Na sexta, vi todos os meus veteranos, entre eles a minha querida Tati, colocarem suas becas, pegarem seus canudos e jogarem seus chapeus para o alto, depois de uma cerimônia cheia de discursos em que tive que conter as lágrimas por várias vezes. Tanto por lembrar de como essas pessoas influenciaram a minha vida, como por saber que daqui a uma ano passarei pelo mesmo processo.

No sábado, a alegria de uma das melhores (senão a melhor) festa que eu já fui na minha vida. Apesar de muita dança, comida, bebida, diversão e etc, fiquei pensando nas pessoas especiais que eu conheci e com as quais compartilho ideais e tenho simpatia. Não pensei exclusivamente em veteranos, mas em tanta gente importante que eu cruzou a minha vida ao longo desses três anos de Unesp.

Hoje, segunda, acompanhei o início dos trotes dos meus bibixos nos meus bibibixos. É como se passasse um filme na sua cabeça. A alegria de passar no vestibular, o medo do trote, as primeiras amizades, brigas. Depois de um piscar de olhos você já está dando trote. Pisque de novo e o terceiro ano começa. Agora, já estou no quarto.

Vi as boçalidades de sempre: o olhar assustado dos calouros, o prazer sádico dos veteranos. Pensei: "como eles são idiotas, como são infantis; eu nunca faria isso"; mas lembrei que eu fiz a mesma coisa ou até pior, vide dança estranha.

Conversando com a galera da sala, é inevitável já sentir um saudosismo, até das coisas que ainda iremos fazer.

Mas o mais foda, sem dúvida alguma, é ficar longe de quem se ama.
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Metalinguagem:
No primeiro ano, entregando o trabalho do Bulhões junto com Gabriel, Cidão, Clarissa e Russo.

No segundo ano, no dia da matrícula da lista de espera dos nossos bixos diretos.
No terceiro ano, no dia do meu aniversário, no Brazuca. Eu que não gosto de aniversários fiquei muito feliz nesse dia (Não estou na foto, tinha ido ao banheiro).