Mercy Zidane: novembro 2007

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Hay estágio, soy contra

Muitos criticam o curso de jornalismo por ser um misto de técnica com teoria, dizendo que isso não é o suficiente para que o estudante adquira o embasamento teórico necessário para fazer um jornalismo emancipador.

É, acho que deveríamos ter mais teoria, mas a prática do curso não é inútil, é boa para criar novos formatos (jabá do Raiz Social novamente), mas não para repetí-los, como acontece de praxe.

Bom, mas esse post é sobre estágio, vamos lá. Como o curso já é dividido entre teoria e prática, não temos tanta teoria quanto um curso de história ou de ciência sociais. Quando você começa a fazer estágio, você tem um contato exagerado com as partes técnicas, com a velocidade da informação, etc... e a faculdade acaba ficando chata de se participar... as aulas parecem mais sonolentas... o legal é a agitação da redação!

Enfim, que o estágio é importante para conseguir um futuro emprego, não há dúvidas. Mas o foda é pensar que você tem que matar tudo o que você faz na faculdade (e que você nunca mais terá tempo e oportunidade de fazer), como estudar por fora, participar de grupos de estudo e fazer jornais ou programas que não têm um chefe-empresa por trás, apenas para ter contatos e não ficar desempregado.

Sem contar que é uma mão-de-obra barata que faz o mesmo trabalho de um jornalista contratado.

Estudemos!
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Metalinguagem: tenho amigos que fazem ou estão loucos para fazerem estágios - desculpem-me pelo post, mas é isso que eu penso. Obviamente, respeito a escolha de vocês e vocês também podem me achar um idiota por pensar assim.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Falando em preconceito lingüístico...

...aí está minha matéria sobre o famigerado tema, feita para o Raiz Social (que inclusive já está "na rede" - basta clicar no link da parte direita do blog):

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Preconceito Lingüístico

Muitas pessoas da minha sala já haviam lido um livro chamado "Preconceito Lingüístico: o que é, como se faz", de Marcos Bagno, pois foram obrigadas pela professora, no primeiro semestre da facul.

Como eu estava em uma turma separada, não li. Li anteontem para me prepar para fazer uma matéria do Raiz Social sobre o mesmo tema. Achei um puta livro dahora.

O cara destrói vários mitos e desce o cacete em conservadores que defendem o português culto sem sequer saber o que é o português culto.

Mas um dos ensinamentos mais importantes do livro foi a frase de Spinoza, muito usada no decorrer da obra:

"Tenho-me esforçado por não rir das ações humanas, por não deplorá-las nem odiá-las, mas por entendê-las"

Realmente é um esforço muito grande, já que costumamos fazer chacotas em vez de compreender os problemas. Enfim, leiam! O livro muda sua percepção sobre a língua portuguesa.
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Metalinguagem: mercyzidande publicando 4 posts em 4 dias seguidos com alternância de autores - um recorde. É foda resumir um livro em um post, mas espero que alguém tenha vontade de lê-lo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Meu primeiro sapo

Era umas oito horas, comecinho da noite, nuvens negras no céu, chuva fina caindo, que ora apertava, ora diminuía, e eu na estrada, sozinho, rumo a Bauru. Era minha primeira viagem mais longa sem nenhuma companhia. Que, aliás, foi muito mais legal do que imaginei. Afinal, o cenário era bem do jeito que gosto: chuvinha, paisagem de fim da tarde linda, noite, vários carros pra ultrapassar, pista dupla, programa de esporte na rádio. Fiquei até pensando em outras viagens que quero fazer num futuro próximo.

Até que, em algum lugar entre Brotas e Jaú, surge diante das luzes do farol um pequeno sapo. A 180 km/h, com o raio de visão limitado por conta da noite, a única coisa que tive tempo pra pensar foi “Nossa, um sapo”.

Era um sapo. Agora virou asfalto. Acho que tive cerca de 0,8s entre o momento que confirmei a natureza daquela coisa que pulou no meio da estrada, e a minha roda passar impiedosamente sobre o bichinho. Eu, que não mato nem mosca, jamais teria a intenção de cometer a crueldade que cometi. Mas, infelizmente, aqueles 0,8s não foram suficientes pra eu completar o raciocínio “Nossa, um sapo”“Pobre animalzinho” – “Vou desviar”, pra depois virar o volante. Só houve tempo pra primeira parte.

A ficha só foi cair mesmo quando deu aquele tranco na roda, como se tivesse passado em um buraco. “Caraca, matei o sapo”. Era minha primeira vítima que fazia com meu carro.

Eu podia ter muito bem desviado, desacelarado, enfim, evitado aquela fatídica morte, se tivesse pensado rápido o suficiente para tal. Mas não deu. Agi (ou deixei de agir) por impulso. O resultado foi um sapo a menos no mundo. Paciência.

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PS1: Atropelei um sapo, beleza, mas esse cara aqui diz que atropelou uma capivara. Aí já é demais.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Metalinguagem

na foto, a melhor das metalinguagens: o delete deletado

Na última noite, eu deitei na cama para dormir e fiquei pensando em coisas aleatórias durante aqueles 5 minutos em que não se está nem dormindo nem acordado.

Não sei o motivo, mas pensei na brilhante (será mesmo?) idéia de dedicar um espaço em cada uma das minhas postagens sobre a própria postagem, já que uma das coisas sobre as quais eu mais gosto de escrever é sobre o processo da escrita, ou seja, a matelinguagem.

Portanto, a partir deste post, todas as minhas postagens seguintes terão um item no final do texto denominado "metalinguagem".

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Metalinguagem: finalmente o Bulhões postou - fiquei pensando se eu postava sobre isso agora ou não, para "valorizar o post" dele, mas acabei postando, que se foda. Também estou pensando em outras coisas dahora para colocar no canto direito do blog, mas ainda não tive o insight.

domingo, 18 de novembro de 2007

Andrew Jennings e a FIFA



Enquanto os sonhos de alguns jornalistas são cobrir uma Copa do Mundo ou ser correspondente internacional de um canal de TV, o de outros é fazer aquela reportagem investigativa, em que figuras publicamente conhecidas são desmascaradas em esquemas nada idôneos. E essa parece ser a especialidade do jornalista inglês Andrew Jennings.

Numa rápida consulta no Wikipedia, vemos que Jennings possui um longo histórico dentro do jornalismo investigativo. Já lançou 5 livros, todos sobres casos de corrupção, sendo que 3 deles são destinados apenas às tramóias do Comitê Olímpico Internacional. Não é à toa que na sua ficha do site Transparency In Sport, aparece a seguinte definição: “Andrew Jennings has been chasing bad men around the world for three decades.”

Seu último livro intitulado Foul! The Secret World of FIFA: Bribes, Vote-rigging and Ticket Scandals (em português o livro recebe o nome de Cartão Vermelho), lançado em 2006, trata sobre um suposto esquema de subornos e favorecimentos, que envolve dirigentes do alto escalão da FIFA e a falida empresa ISL. Nomes como do “nosso” João Havelange, que ficou 24 anos à frente da organização máxima do futebol, e do atual presidente, o suíço Joseph Blatter, além de um influente dirigente de Trinidad & Tobago, um tal de Jack Warner, aparecem como expoentes dessa história nebulosa.


Além do livro, Jennings também produziu uma grande reportagem para o programa Panorama, da BBC. Abaixo segue a primeira das 5 partes desta reportagem, com legendas em português. Apesar do belo material jornalístico, é impossível não perceber o estrelismo de Jennings, que se faz protagonista da reportagem. Mas isso é questão de estilo.



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PS1: ainda na onda de reportagens no You Tube, não deixem de conferir este vídeo (em inglês) sobre a inssureição popular em Mianmar. É em 2 partes, e igualmente imperdível.

domingo, 11 de novembro de 2007

O círculo vicioso da internet

Quando não é para resolver coisas relacionadas ao trabalho (enviar e-mails profissionais), eu costumo "bestar" na internet, como diz o meu amigo Goiaba.

Não sei de você, mas eu geralmente entro nos mesmos sites e blogs. Apesar de todo o potencial internético para ficar sabendo de coisas realmente interessantes ou, pelo menos, mais interessantes do que o que a mídia convencional transmite, eu acabo esquecendo ou tendo preguiça de pesquisar.

Aí vão os que eu sempre entro:
-alguns blogs linkados no MZ

Que eu me lembre, só entro (freqüentemente) em dois site que eu não costumava entrar:
-Blog do Sakamoto (descobri no repórter Brasil)

O pior é que eu já presenciei uma palestra muito boa no Intercom sobre jornalismo colaborativo, a mulher mostrou vários sites interessantes, eu os anoto e nunca entro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

A Copa no Brasil

Ontem eu estava na famigerada república Maria Bonita quando começamos a discutir a Copa de 2014, cuja sede foi confirmada para o Brasil.

Quando eu era criança, o meu sonho era poder viver para assistir ou participar (como jogador, claro hehe) de uma Copa do Mundo de futebol no Brasil.

Mas agora a coisa muda de figura. Sou contra a Copa. Vamos aos argumentos:

-Em primeiro lugar, o cara que vai comandar a organização da Copa é Ricardo Teixeira. Como disse
Juca Kfouri, em seu podcast na CBN, um cara que não conseguiu se desvencilhar de diversas acusações graves na CPI do futebol. Sem contar que ele tem um cargo vitalício no comando da CBF.

-Dois: o Brasil não tem nenhum estádio em condições de sediar a Copa. Nenhum! É preciso, no mínimo, de uns 14 estádios para sediar uma competição desse porte. Imagina a farra que vai rolar com as obras. Sem contar os elefantes brancos que serão construídos em lugares em que não haverá público.

-Três: a CBF assume o compromisso, mas se não aparece investidor para cobrir a totalidade dos custos, sobra para quem? Para o Estado, assim como aconteceu com o Pan. O gasto foi cerca de 4 vezes mais do que o combinado incialmente.

Você, caro leitor, poderia dizer: mas e a estrutura que será mantida após o evento? Se a estrutura for a mesma que foi deixada para o Pan, é melhor nem ter. Falaram que iriam despoluir a Lagoa Rodrigo de Freitas e fariam uma nova linha de metrô que iria até o novo estádio do Engenhão. Os cariocas estão esperando até agora.

Resumindo: eu acho que a Copa no Brasil não vai compensar o gasto total feito com o evento. Creio que a infra-estrutura aproveitável também não trará grandes benefícios. Além disso, acontecerá uma farra com dinheiro público, assim como aconteceu com o Pan.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Post Sonoro


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Links relacionados

-
O "videolog" da barba do Bulhões
-Novo blog do Gabriel Ruiz