Mercy Zidane: janeiro 2007

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O que leva um cara a morrer por um time?

Apesar de ter feito a pergunta acima, não vou respondê-la. Apenas vou contar a história de como cheguei a ela pela última vez.


No último domingo eu fui com meu pai e sua namorada ao estádio Palestra Itália para assistir ao jogo Palmeiras x Barueri.

Como o Palmeiras tinha vencido todos os jogos até então disputados, a espectativa era muito positiva e mais de 15 mil torcedores foram acompanhar a equipe.

Antes do início da partida, o hino nacional foi executado, ato pouco comum numa partida do campeonato paulista.

Assim que as primeiras notas soaram no estádio, uma torcida organizada do Palmeiras começou a cantar com toda a força o hino da equipe, ignorando o nacional.

Esse ato quer dizer: "O Brasil que se foda, pra mim o que importa é o Palmeiras".

Tudo bem, cada um sabe o que faz. Mas o que leva um cara a preferir um clube em que ele sequer é sócio ao país em que ele nasceu? O que leva um cara a ler a página de esportes todos os dias ao invés de comprar o jornal de empregos ou de ler a página de política? O que leva um cara a economizar cada centavo do salário para ter dinheiro para comprar uma camisa oficial de seu clube e sair orgulhoso na rua? O que leva uma cara a fazer mil outras coisas, inclusive morrer por um time?

Sinceramente, são tantas coisas envolvidas, são tantas questões complexas, que para responder a essas perguntas, eu teria que estudar a vida inteira.

E depois dizem que futebol é apenas um jogo.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Ira!, por favor, contrate um letrista

Quando eu tinha uns 15 anos eu comecei a ouvir a banda paulistana Ira!

Foi por causa da programação especial que a Mtv fazia com uma banda diferente a cada trinta dias. A banda escolhida era a estrela do mês e a emissora passava mil clipes, entrevistas, shows, etc.

A maioria esmagadora dos meus amigos odiava Ira!, mas como um bom adolescente eu não ouvia as críticas deles e ficava cada vez mais fã do quarteto paulistano.

Hoje eu ainda gosto de Ira!, mas consigo enxergar os defeitos da banda. O principal, sem a menor dúvida, são as letras.

Noutro dia eu estava ouvindo o cd "Entre Seus Rins" e analisei as letras das canções. Leiam as seguintes pérolas (meus comentários entre parênteses):

FAIXA 2 - ENTRE SEUS RINS: "Me deu o dedo, eu quis o braço e muito mais. Agora estou a fim de ficar entre seus rins." (O dedo me remete a "fio terra"; rima tosquíssima de "a fim" com "rins"; duvido que o Edgar Scandurra fale pra mina dele que ele quer ficar entre os rins dela).

FAIXA 5 - SUPERFICIAL: "Era a oposição que nos atraía, eu tão socialista e você tão neo-liberal". (Ótima explicação para um caso de amor hahahaha).

FAIXA 7 - HOMEM DE NEANDERTHAL: "Homem de Neanderthal eu fui e acho isso muito natural. Diferença alguma vai fazer se esse ano não sobrar para o natal. (?????????????).

FAIXA 12 - A VIDA POR UM FIO: "Existe nesta terra o equilíbrio natural entre o masoquista e o sádico infernal". (Não acharam uma rima para natural e colocaram um "infernal").

Ira!, você pode ter letras toscas, mas eu gosto de você.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Pobre Globo

O vereador da cidade de São Paulo, Tiao Farias (PSDB), propôs uma lei para que todos os jogos de futebol do Campeonato Paulista realizados na cidade só pudessem começar até às 21h.

A lei é razoável. Se o jogo começa às 19h30, o torcedor tem tempo de se locomover do trabalho para o estádio, assistir ao jogo e chegar em casa por volta das 22h, com tempo para tomar banho, alimentar-se e dormir as horas de sono necessárias para enfrentar outro dia de trabalho.

Apesar de aprovada na Câmara, o prefeito Gilberto Kassab vetou a lei. Resultado: alguns jogos vão continuar a ser realizados no péssimo horário das 21h45, ou seja, depois da novela.

Uma partida de futebol começar quase às 22h é absurdo. Os estádios ficam vazios, o que diminui o apoio da torcida, isso pode afetar o desempenho da equipe (pois é comprovado que com o apoio os times sentem-se mais estimulados) e, conseqüentemente a receita dos clubes cai consideravalmente.

Ouvi no rádio alguns comentaristas defendendo o veto do prefeito porque "já estava no contrato de transmissão que os jogos seriam realizados às 21h45. Não pode haver quebra de contrato. A emissora comprou uma coisa e é errado receber outra".

A emissora em questão é a Globo. Com o horário das 21h45, quem sai ganhando? O torcedor que vai ao estádio chega em casa muito tarde e cansado, o clube tem prejuízos e até o telespectador acha que o jogo na tv termina muito tarde. Portanto, só a Globo sai vitoriosa.

"Mas é errado! A Globo comprou uma coisa e não pode receber outra!" Pobre Globo. Quer dizer que todo mundo tem que se ferrar para a nobre emissora se dar bem? Não mesmo! Ela que se vire para arrumar a grade de programação. O interesse da população deveria falar mais alto.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Os problemas de uma biografia

Há alguns dias eu terminei de ler a biografia da ex-Ministra da Economia do Governo Fernando Collor, Zélia Cardoso de Melo.

Eu nunca tinha lido uma biografia, mas sempre tive curiosidade. Por isso, quando achei o livro "Zélia, uma paixão", de Fernando Sabino, na estante de livros velhos da casa da minha avó, logo pedi emprestado para ler, pois sempre quis saber um pouco mais sobre a época do governo Collor.

O livro é de uma leitura rápida e envolvente, mas deixa muito a desejar. Sempre pensei que o problema de escrever uma biografia (principalmente se o personagem principal ainda está vivo, como é o caso) é o envolvimento que o escritor pode ter com o alvo de seu livro.

Isso ocorre no livro. Sabino afirma várias vezes que se tornou amigo pessoal da Ministra.

Zélia era conhecida como uma mulher arrogante, chata, dessas do tipo mandona. Mas o autor a descreve como uma mulher doce que usava desses "mecanismos" para esconder sua timidez.

Pode até ser. Mas no livro parece que Zélia era a mulher mais inteligente, linda, esperta e gente boa do mundo inteiro. Ela só pensava no bem do povo.

Pois bem. Terminei de ler o livro e entrei na internet para pesquisar sobre o que Zélia anda fazendo (afinal, o livro foi escrito há cerca de quinze anos). Encontrei o seguinte artigo na página da IstoÉ Dinheiro:

A ex-ministra da Economia, Zélia Cardoso de Melo, foi condenada em primeira instância a 13 anos de prisão, por corrupção passiva. “A notícia me deixou naturalmente triste”, disse Zélia a DINHEIRO. Ela é acusada de movimentação de dinheiro em conta-fantasma – dentro do esquema de PC Farias – e de usá-lo para a reforma de sua casa. O juiz que assinou a sentença – Marcus Vinicius Reis Bastos – é o mesmo que também condenou em primeira instância a ex-primeira-dama Rosane Collor a 11 anos e quatro meses de prisão, sob acusação de envolvimento em compra superfaturada de leite na extinta LBA (Legião Brasileira de Assistência). Zélia, assim como Rosane, vai recorrer.

domingo, 14 de janeiro de 2007

Você não precisa ter uma opinião!

Ao ler o livro de Giovanni Sartori, Homo videns: televisão e pós-pensamento, é inevitável refletir sobre uma questão levantada pelo autor.

Ele critica veementemente as inserções de opiniões do público em programas de televisão.

Ué? Como assim? Ele critica justamente o espaço que o público tem para opinar?

É, mas ele tem embasamento para isso. Por exemplo, em uma matéria televisiva sobre economia, um cidadão dá um depoimento dizendo que é favorável à baixa dos juros porque ele quer que o Brasil cresça.

Quando o cidadão diz isso vários telespectadores concordam com ele e essa opinião acaba sustentando uma verdade, ou seja, a partir do momento em que o nobre cidadão (que não sabe muita coisa de economia) fala que com a queda dos juros o Brasil vai crescer, muitos telespectadores assimilam aquilo como sendo um fato concreto.

O problema é que o nobre cidadão não sabe muita coisa sobre economia e sua opinião foi colocada na matéria porque o jornalista é ensinado a "dar espaço para o povo falar", pois o povo precisa ter uma opinião.

Mas nem sempre o povo tem opinião. Só que não é aceitável que uma pessoa não se posicione sobre um assunto importante.

O que acaba acontecendo? A pessoa formula uma opinião muitas vezes vazia, sem nenhum embasamento e que pode ser modificada facilmente com uma explicação convincente por parte de alguém que tenha relativo conhecimento sobre o assunto.

E o pior de tudo: essa opinião vazia influencia várias outras pessoas.

Portanto não se sinta culpado se você não tiver uma opinião a respeito de algum assunto importante e não tenha medo de dizer isso. Tente se inteirar muito bem sobre o caso em questão para emitir uma opinião.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Amizades chavísticas

Reencontrar velhos amigos é como assistir a um episódio clássico de Chaves (tipo o de Acapulco).

Você conhece todos os personagens, seus bordões, suas características, lembra-se das velhas histórias e, no final, sempre dá risada.

Consumismo

Ontem, dia 12 de janeiro foi meu aniversário de namoro, portanto, fui com minha namorada até São Paulo para encontrá-la.

Porém, não foi um passeio romântico: foi consumista.

Comprei 20 cds virgens, 20 capinhas para cds, fones de ouvido e um jogo de computador.

Não sei se vocês repararam, mas quase tudo é pirata.

Cds virgens são feitos para gravarmos músicas de álbuns que não estamos a fim de comprar (porque custam muito caro).

O jogo de computador que eu comprei também era pirata (paguei 8 reais - o verdadeiro é 100).

E os fones de ouvido (espero que sejam originais) são um elemento essencial para que a pirataria que vou fazer com os cds tenham alguma finalidade.

Mesmo assim não fico livre do consumismo. Continuo consumindo as músicas e os ideias contidos nelas (mesmo que sejam alternativos) nos cds que vou gravar. Com o jogo, a mesma coisa. Só comprei esse jogo (FIFA07) porque, além de ser um bom jogo, é o único que possui as ligas dos clubes europeus e brasileiros com autorização para reproduzir os nomes, as camisas, as chuteiras e tudo mais.

Mesmo subvertendo o sistema com a pirataria, continuo sendo um consumista.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Pobre Zarcillo...

É, além de fazer o pior programa da Mtv e trepar em lugar público sem tomar as devidas precauções, nossa querida Daniela Cicarelli fez o favor de bloquear o You Tube.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Nossa, Joao, falou o revolucionario, ein?

Notícia manchete do site do El País, principal jornal do Uruguai:

"Ómnibus se adhieren a las 20 horas al paro de taxi

Regino Mateos tenía 49 años y fue asesinado de dos balazos por un rapiñero en la madrugada cuando conducía el taxi por Teniente Galeano y San Martín, informó radio Carve.

El taximetrista intentó seguir con la marcha del vehículo pero no lo logró y volcó.

El Sindicato de Trabajadores del Taxímetro comenzó un paro a partir de las 20 horas se le suman los servicios de ómnibus.

La UNOTT informó que los servicios de ómnibus se reanudarán a partir de las salidas nocturnas de mañana, martes, es decir alrededor de las 22.00 horas.

Los servicios de Taxi se reanudaran a las 16:00 horas de mañana martes. "

Mataram um taxista, e, como consequencia, todos os motoristas de taxi e onibus vao parar por 24 horas, clamando por maior seguranca e condicoes de trabalho. Vi essa noticia eram 7 da noite, e tive que correr pro ponto pra nao perder o onibus. Mesmo assim, amanha vou perder uma aula por conta da greve.

Pelo que eu ja havia ouvido falar e pelo pouco que ja vivenciei aqui, os uruguaios me parecem muitíssimos mobilizados e politizados.

Mal cheguei aqui, e notei que o sindicato (ou gremio, como se chama por aqui) de médicos esta mobilizado, reivindicando melhores salarios e ameacando entrar em greve.

Outro dia ví na TV uma passeata de uma comunidade para apoiar um policial, que havia sido condenado por atirar em um menor de idade no exercicio do trabalho.

90% das pichacoes nos muros de Montevideo e arredores, ao invés de serem meras "assinaturas", sao frases do naipe de "carne, lujo burgues". Depois vou tirar umas fotos pra postar no blog.

Aqui, pela primeira vez na minha vida, conheci 2 senhores de classe média com mais de 60 anos que se interessem por política e que possuem uma postura crítica, digamos, mais de esquerda. Convenhamos, alguem conhece algum idoso de classe média de esquerda?

É por essas outras que o bem-estar social aqui no Uruguai me parece ser mais presente do que no Brasil. Aqui eles nao aceitam qualquer situacao adversa tao facilmente como nós, brasileiros.

Colunista x Jornal

No dia sete de janeiro de 2007 eu comprei o jornal “O Estado de São Paulo”.

Comecei a ler o caderno “Nacional”, que fala sobre política.

Quando abri o jornal na página A6, deparei-me com uma reportagem sobre a sucessão presidencial da Câmara dos Deputados com o seguinte título: “Vença Aldo ou Chinaglia, desgaste é inevitável”.

Claramente pode-se notar um posicionamento do jornal sobre a questão.

Na mesma página, Dora Kramer escreveu sua coluna. No finalzinho do texto, a colunista citou a sucessão na Câmara: “...em qualquer hipótese, ganhe Aldo Rebelo ou Arlindo Chinaglia, o governo sai vencedor”.

Claramente pode-se notar um posicionamento da colunista sobre a questão.

A colunista é paga para dar opiniões, portanto, não fez nada mais do que sua obrigação. O jornal deveria ser isento, mas todos sabemos que (muitas vezes) os jornalistas seguem a linha editorial que lhes é imposta.

O grande problema é que um dos dois lados vai sair sem crédito.

A própria colunista do jornal desmentiu a informação que o jornal acabara de dar ao seu leitor.

Podemos pensar que o “Estado de São Paulo” é um jornal que segue uma linha “pluralista” e permite que seus colunistas tenham um pensamento divergente do conjunto apresentado pela publicação.

E podemos pensar que foi um erro crasso de organização do jornal, que colocou na mesma página duas informações completamente contraditórias.

Em quem acreditar?

Só espero não ler no jornal de amanhã que Dora Kramer foi demitida.

domingo, 7 de janeiro de 2007

Fox nossa de cada dia

Tirei o dia de hoje pra ver TV.

Fazia sei lá quanto tempo que nao passava o dia inteiro só assistindo a TV a cabo. Sei que vai ter muita gente falando "mas porra, isso voce faz no Brasil, vai passear por Montevideo, rapaz", mas nao tava com nenhuma vontade de sair de cima da cama, senao pra mudar o canal (a tv do quarto nao tem controle remoto e ainda por cima só tem um botao pra trocar de canal, o que quer dizer que tenho que passar por todos os canais se quiser voltar para um que acabei de passar, viva!)

Comecei com um Manchester United x Aston Villa pela FA Cup. Depois, entre um noticiario e outro, assisti a uns 6 seriados na FOX, Warner, Universal e nao sei mais qual. Todos, sem excessao, eram sobre policiais investigando um crime ou advogados se preparando pra ir a julgamento. Só me lembro dos nomes de "Vanish" e "Justice", os outros nem sei. E, porra, como esse negocio é viciante.

A idéia de manter em suspense até o fim a solucao de um caso, a revelacao de um misterio, ou o resultado de um plano (como é o caso das séries de advogados) é muito bem feita por esses seriadinhos americanos-estadosunidenses-reprodutores-da-ideologia-dominante. Me dei conta disso hoje. E como tambem sao espertas as "reviravoltas" que acontecem durante a historia. Quase todas bem originais e surpreendentes. A unica coisa que me deixava puto era quando a historia ficava incompleta, e a continuacao ficava prum proximo episodio que ia passar em outro dia.

Só espero que quando eu voltar pra Rio Claro eu nao fique viciado nessas merdas, e perca meu tempo com besteiras, assim como perdi hoje

Bem-vindos ao SESC Bauru...


Quando cheguei a Bauru para fazer jornalismo na Unesp, em 2005, descobri que a cidade possuía uma unidade do SESC.

Ocorreu um evento sobre rádio durante uma das primeiras semanas de aula.

Gostei da organização e do local e comecei a freqüentar o SESC sempre que tinha um showzinho, afinal, era barato, não era tão longe de casa e eu acabava conhecendo vários tipos de sons (sem contar as peças de teatro).

Vi bandas boquetas, tipo aquelas que só tocam covers em botecos sujos e ainda com instrumentos desafinados, mas também tive a oportunidade de ver (a poucos centímetros do meu rosto) figuras musicais que nunca pensei que eu fosse ter a oportunidade de admirar (exemplo: Ney Matogrosso).

Enfim, peguei fama de sesqueiro. Em 2005 fui a 21 apresentações. Em 2006, principalmente por causa do curso do SENAC que eu fiz, acabei indo bem menos ao SESC: 8 vezes.

Tomara que em 2007 eu tenha mais oportunidades de ir ao SESC.

E para finalizar, um TOP 5 comentado dos melhores shows que eu fui no SESC Bauru:

1 - Cachorro Grande - 21/09/2005: a partir desse show eu comecei a curtir a banda. Apesar de não eu conhecer muitas músicas, o show teve muita energia e eles tocaram "Helter Skelter" no final. Fui com o pessoal da sala.

2 - AfroReggae - 11/11/2005: o show tava muito miado, mas foi muito louco! A galera que tava lá se soltou muito, sem contar que o som dos caras é muito misturado (rock, rap, mpb), o que contagiou a platéia. Fui sozinho.

3 - Ney Matogrosso e Pedro Luis e a Parede - 05/07/2005: só tinha velho e eu não conhecia muitas músicas. Mas o Ney tem uma energia do capeta. O cara rebolava e a galera delirava. Puta presença de palco. Fui sozinho e encontrei o Clodoaldo e a Nadja.

4 - Uakti - 01/07/2005: um som muito estranho. Os intrumentos mais bizarros do mundo fazendo um som louco, mas também melódico. Fui com a Estela e com a Clara.

5 - Tianastácia - 12/05/2006: eu conhecia a maioria das músicas e tinha muita gente pulando e zuando. Fui com o Binho, encontrei o pessoal da sala e uns veteranos.

sábado, 6 de janeiro de 2007

Aqui nao tem cursinho, Che!

Sabiam que nao tem limite de vagas nos cursos universitarios na Universidade de Republica, a universidade publica do Uruguai? Em outras palavras, aqui nao tem vestibular pra entrar na faculdade.

A pessoa interessada no curso superior precisa fazer o que eles chamam de pre-universitario, que sao mais 2 anos de estudos (ou 3, nao me lembro) que o aluno faz depois do colegial, soh que com materias relacionadas com o curso escolhido (se o cara escolheu Medicina, soh tera disciplinas de biologicas, por exemplo). Se o aluno for aprovado neste periodo, podera ingressar na universidade.

Aqui a universidade eh publica, gratuita e livre, como muitos defendem no Brasil. Mas tem seus problemas. Imaginem uma classe com 400 alunos, por exemplo. Como um professor aplicaria uma prova? Eh o que acontece aqui. Nao a toa, muitos uruguaios defendem a volta do processo de selecao, aplicado nos tempos da ditadura uruguaia, e bastante demonizado por conta disso.

Particularmente, defendo a existencia de um processo de selecao para o ingresso na universidade, nao acho que ela deva ser para todos. Mas defendo de maneira muito mais veemente um outro sistema de selecao que nao esse do vestibular atual, que nao seleciona os mais aptos e privilegia soh quem tem grana pra pagar escola particular.

Na Dinamarca, o resultado dos exames nacionais aplicados nos anos de colegial eh levado em conta na hora de selecionar o ingressante na faculdade. Tambem existe um "vestibular", que tambem soma pontos, mas de outra natureza. Existem ainda outros fatores que ajudam o candidato a somar pontos, como por exemplo ficar tanto tempo em outro pais.

Com sorte, o processo de selecao universitario brasileiro vai mudar. A aplicacao do sistema de cotas (que pra mim eh melhor que nada) e a mudanca no conteudo da prova da FUVEST, privilegiando a interdisciplinearidade, podem ser alguns indicios de isso.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Puta site louco!

Para começar bem o ano vou dar uma dica de um site de futebol que realmente interessa.

www.cidadedofutebol.com.br


O pessoal do site fala de futebol de um jeito diferente, relacionando o esporte com outros temas como sociologia, história, economia, jornalismo, saúde, tecnologia, marketing, etc.

Ou seja, não fica preso (como a maioria dos sites de futebol fica) à simples cobertura futebolística factual.

Para fechar esse post, uma frase de Lasch: "os jogos esportivos não são uma fuga da realidade, e sim um drmático comentário da realidade".

Feliz 2007!